Rise: Race the Future é um indie apaixonado com pouca graça
Rise traz carros futuristas, pistas escorregadias e pneus flutuantes, permitindo que os corredores atravessem todo tipo de terreno. A empresa busca trazer fidelidade técnica desse tipo de corrida com a diversão de jogos arcade.
O jogo conta com 64 corridas, distribuídas entre 16 combinações de terreno e ambientações, com múltiplas câmeras, formas de aceleração e dificuldades. Além disto, conta com três principais modos de jogo, cada um com um tipo diferente de desbloqueio de conteúdo – desafios, campeonatos e time trials.
Além disto tudo, o projeto conta com 10 carros futuristas desenhados por Anthony Jannarelly, designer profissional de carros, tendo trabalhado para a W Motors, Lykan e Fenyr Supersport.
É mais que claro que Rise: Race the Future é um projeto de um grupo apaixonado por corridas e isto é notável em sua gameplay. O jogo conta com extremamente realista mecânica de corrida e gráficos mais que impressionantes, ainda mais considerando o hardware do Nintendo Switch.
Na versão 1.3.0 em que analisamos temos distribuição correta de pesos nos veículos, dando uma sensação mais que agradável nas derrapadas que tanto fazem propaganda. As variações nos carros também são louváveis e trazem variedade suficiente para o jogo (ainda mais considerando seu preço de venda).
Falando de gráficos, Rise: Race the Future é surpreendentemente um dos jogos mais bonitos no Nintendo Switch. Efeitos de sujeira na pista e água vibram na tela, assim como iluminação do mapa e dinamismo da pista. Estamos em mapas verdadeiramente modelados e não preenchidos de imagens estáticas de árvores e torcedores.
Apesar de sua majestosa apresentação, Rise tem sim suas limitações. A equipe contou surpreendentemente com dois programadores e um técnico de design que trabalhou acompanhado do designer Jannarelly para trazer as belas vistas apresentadas… Mas estas tiveram seu preço, e foram no fator “diversão” do jogo.
Rise é um jogo que tenta fluir entre gêneros. Ao mesmo tempo que tenta ser um simulador de corridas, ele busca apaixonadamente ser um jogo de corridas arcade… mas falha miseravelmente ao tentar equilibrar entre os dois. O jogo ainda não conta com nenhuma espécie de multiplayer (apesar de estar confirmado que virá em uma futura atualização), o que é considerado básico para qualquer jogo de arcade com essas premissas.
Além disso, por tentar ser extremamente técnico, Rise acaba endurecendo os modos de jogo, o que os tornam extremamente repetitivos, principalmente para desbloquear novos mapas e carros. O modo de desafios é bem variado nesses pontos, mas ainda assim pode ser frustrante ao te obrigar a repetir tarefas apenas para seguir adiante.
Ao tentar ser divertido com seus fatores arcade, Rise peca em alguns fatores bobos de seu realismo. Mecânicas de colisão são confusas e frustrantes. Nada acontece fisicamente com o carro, mas as animações de colisão parecem incompletas e mal colocadas, o que prejudica a atenção do jogador sendo apenas um incômodo ao invés de uma dificuldade a ser superada.
Prós:
- Um dos jogos mais bonitos no Switch;
- Bastante conteúdo pelo preço;
- Tecnicamente agradável.
Cons:
- Repetitivo;
- Gêneros se misturam mal;
- Pouco divertido.
Nota: ☕️☕️/5
Plataformas:
- Switch (plataforma analisada, cópia fornecida pela VD-dev)
- PC
Rise: Race the Future foi uma boa tentativa de fazer algo novo nos jogos de corrida modernos, mas falhou ao tentar misturar elementos de gêneros, deixando a experiência cansativa e consequentemente pouco marcante. Apesar disto, o jogo possui uma apresentação impecável e pode surpreender quem está com sede por esse tipo de conteúdo – só não muito, pelo menos por enquanto.