AlphaDream, a desenvolvedora da série de RPGs Mario & Luigi da entrada em falência

AlphaDream, a desenvolvedora da aclamada série de RPGs Mario & Luigi para a Nintendo, da entrada em falência. A notícia vem da confiável fonte Japanese Nintendo, que também informa que a companhia devia ¥300mi ($2,78mi) em março de 2014, mas chegaram a ¥465mi ($4,3mi) em março de 2018.

Apesar de existirem desde 1991, apenas começou a desenvolver jogos em 2000, com Alpha Star. Até mesmo antes de Mario & Luigi, a dev encontrou seu nicho em RPGs exclusivos para o Japão, além de fazer jogos licenciados de Hamtaro.

Eles acertaram em cheio em 2003 com Mario & Luigi: Superstar Saga no Game Boy Advance. Isso foi o mais próximo que existiu de um Super Mario RPG 2, e foi excelentemente recebido por fãs e críticos.

Em 2005, Mario & Luigi: Partners in Time foi outro sucesso para o Nintendo DS, que logo foi seguido de Bowser’s Inside Story.

No 3DS fizeram Dream Team em 2013. Considerando a informação dos dados de dívida da empresa, sua situação começou a se agravar um ano depois. Em 2015 fizeram Paper Jam.

Ano passado, em 2018, a empresa estava contratando para projetos no Nintendo Switch, estes que talvez nunca venham a acontecer. Em 2017 e 2019 vieram a sair remasters de Superstar Saga e Bowser’s Inside Story para o 3DS, provavelmente numa tentativa de subir as vendas e manter o estúdio. Infelizmente, não parecem ter sido suficientes.

É com muita tristeza que viemos informar isto no Café com Geeks, como fãs da Nintendo e do trabalho da AlphaDream.

Torcemos para que uma surpresa do destino possa salvar os sonhos da empresa.


Yoshi’s Crafted World — Fofura em plataforma no Switch

Yoshi é um dos meus personagens favoritos da Nintendo, e de Super Mario. O dinossaurinho verde é um dos mascotes mais clássicos da franquia, a ponto de ter ganho um jogo próprio em 1995, com Super Mario World 2: Yoshi’s Island. Apesar do jogo contar a origem de Mario, Yoshi é o personagem jogável, ganhando sua vez de brilhar!

Desde então, Yoshi consolidou-se como franquia, com títulos como Yoshi’s Story, Yoshi’s Touch & Go, Yoshi’s New Island e Yoshi’s Wooly World. Por fim, o título mais recente da série, Yoshi’s Crafted World, traz a qualidade e o cuidado investidos pela Good-Feel no salto para o Nintendo Switch, abusando da qualidade gráfica do console e do multiplayer nativo dos joy-cons.

Cartolinas, papelão, fitas, cordões e tudo o mais que o artesanato permitir

Seguindo um conceito que se iniciou em Yoshi’s Wooly World (também da Good-Feel), com um mundo feito de lã, Yoshi’s Crafted World traz um mundo totalmente “reciclável”, cujos cenários são feitos de itens comuns como papelão, garrafas PET, plástico e afins.

Num belo trabalho artesanal, esses materiais são usados para montar plataformas, construções, transportes e tudo o mais que estiver presente no jogo, o que fica ainda mais bonito com a potência gráfica do Switch. Tanto na dock quanto no portátil, o jogo se mantém extremamente bonito e nítido, criado na Unreal Engine 4, brincando com perspectiva ao tornar o fundo das fases interagível e influenciável na gameplay.

A história segue um padrão comum aos jogos de Yoshi: Baby Bowser e Kamek realizam ações vilanescas e os Yoshis precisam resolver esse “problema” e derrotá-los. Em Crafted World, a dupla de vilões tenta roubar a Sundream Stone da ilha dos Yoshis, cujo poder permite à um indivíduo realizar qualquer desejo. Na tentativa de roubo, a Sundream Stone se divide em cinco Dream Gems que se espalham pelo mundo e cabe aos Yoshis recuperarem todas para repor a Sundream Stone em seu lar.

Kamek e Baby Bowser interrompendo uma tarde tranquila na ilha dos Yoshis

Assim, a jornada se inicia, e atravessamos diversos mundos, fases e desafios enfrentando diversos perigos para repor a ordem. A progressão das fases é agradável, e modos exclusivos quebram a rotina da plataforma, como as fases nas quais Yoshi pilota um avião, controla um robô-Yoshi gigante e passeia de trem um safari. Diversidade é um dos pontos altos da gameplay.

Porém, nem tudo são flores, e há algumas falhas na execução do jogo que são frustrantes. A quantidade de músicas é baixa, repetindo à exaustão o tema principal do jogo, por exemplo. As músicas são marcantes e carismáticas, mas repetitivas na maior parte do jogo, o que causa frustração quando lembramos da diversidade sonora na soundtrack do antecessor, Yoshi’s Wooly World.

Além disso, a utilidade dos amiibos é quase nula, pois nem todos os amiibos podem ser usados e os poucos que funcionam liberam “roupinhas” de papelão para Yoshi (que são úteis pois servem como escudo, aparando danos, mas são esteticamente exagaradas e estranhas em sua maioria). Novamente, é frustrante lembrar que Yoshi’s Wooly World aceitava praticamente todos os amiibos que existem, e liberava diversas estampas de lã inspiradas nos personagens para Yoshi.

Para a alegria de todos, os bebês Poochy e o próprio Poochy estão presentes no jogo!

Por fim, os modos extras que vão além da campanha principal e estimulam o replay são mistos. O modo de busca aos bebês Poochy é divertido, com recordes de tempo disponíveis, mas as buscas aos souvenires no Flip Mode são cansativas quando os NPCs fazem diversos pedidos e o jogador só pode realizar um por vez. Ter que jogar sete vezes o mesmo Flip Mode em busca de sete souvenires diferentes é cansativo, quando isso podia ser feito de uma só vez por fase.

Pros:

  • Visuais extremamente bonitos;
  • Temática interessante (reciclável);
  • Muitas fases e novos modos divertidos;
  • Segue o padrão de qualidade imposto pela Good-Feel;
  • Ótimo co-op de sofá.

Cons:

  • Pouca diversidade de músicas;
  • Modo Flip “cansativo”;
  • Uso de amiibos quase inútil.

Nota: ☕️☕️☕️☕️/5

Plataformas:

  • Nintendo Switch (plataforma analisada)

Yoshi’s Crafted World é, junto com Kirby Star Allies, um dos grandes títulos de plataforma nativos do Nintendo Switch. Extremamente bonito e extenso, com vários modos diferentes de jogo, pode ser aproveitado tanto sozinho quanto no bom e velho co-op de sofá. A Good-Feel conseguiu estabilizar a franquia Yoshi como um must have das plataformas, combinando a fofura e delicadeza características do personagem com cenários caprichados e uma gameplay divertida, com a dose certa de desafio para aqueles que desejam completar 100% do jogo.


Boku no Hero Academia — Você também pode ser um herói

Boku no Hero é um anime adaptado para anime pelo Studio Bones. Até o momento a série conta com três temporadas e um filme chamado Boku no Hero Academia – Futari no Hero, que vale muito a pena ver. E se você nunca viu o anime, ele pode servir como uma bela porta de entrada. Inclusive o filme também já possui uma versão dublada em português pela Sato Company.

© Boku no Hero/Bones

O anime de Boku no Hero conta a história do jovem Midoriya e sua jornada para se tornar um grande herói.

A questão é que o protagonista não nasce com uma individualidade, em um mundo onde 80% da população mundial possui individualidades. Toda a história gira em torno do Deku e sua luta para que um dia ele consiga ser aquilo que sempre sonhou: um herói de verdade, assim como All Might, seu ídolo.

© Boku no Hero/Bones

Deku sempre sofreu muito por não ter nenhum tipo de poder especial. Nem mesmo sua mãe tinha esperanças que algum dia ele iria desenvolver a sua individualidade.

Até que um dia, por ironia do destino ele entra em apuros e All Might aparece para salvá-lo. Midoriya fica fascinado e pergunta para ele se poderia virar um herói mesmo sem ter nenhum poder – sendo respondido que não, que o jovem deveria encarar os fatos e aceitar a realidade. Por conveniência do destino, depois de um tempo os dois se encontram novamente, só que dessa vez o herói número um se depara com Deku tentando salvar seu “amigo” Bakugou mesmo não tendo nenhuma habilidade e sem hesitar nenhum pouco. E é a partir desse ponto, que a história do protagonista muda completamente.

All Might decidi criar o jovem garoto e passar seu poder chamado One for All para ele, pois segundo ele, Izuku tinha aquilo que um verdadeiro herói deve ter: a vontade de salvar outra pessoa sem nem mesmo antes pensar duas vezes.

© Boku no Hero/Bones

O anime todo é sobre a construção do sonho do Midoriya. Além disso, a obra apresenta um atmosfera bastante rica e um universo variado com os mais diversos tipos de heróis.

Geralmente quando falamos em heróis, a primeira coisa que vem em nossas cabeças são os da Marvel e DC Comics, mas estes não são os únicos que existem.

© Boku no Hero/Bones

Em Boku no Hero, um anime que conta a história de Izuku Midoriya existem heróis com os mais variados tipos de poderes possíveis. Eles são divididos em três categorias:

  • EMISSORAS

One for All do Midoriya. Uma habilidade que aumenta drasticamente a força, velocidade e resistência de uma pessoa. Podendo ser passado para outros por meio de algum material que possua o DNA do portador.

Voice, habilidade do Hizashi Yamada que aumenta a amplitude da voz do usuário e faz com que os ouvidos de quem escuta, sangrem.

Half-Cold Half-Hot, poder do Todoroki que permite a manipulação de dois elementos: fogo e gelo, porém ambos devem estar em sintonia para que o portador não acabe prejudicado.

  • TRANSFORMAÇÕES

Gingantification, poder da Mount Lady que faz com que ela cresça 20 metros e 62 centímetros.

Ploriferação, em que o portador é o All for One, o maior pesadelo de All Might. Esse poder torna possível nascer vários braços no corpo desse vilão.

Recuperação de Chiyo Suuzenji, que permite com que o usuário cure com um beijo as feridas. Podendo gastar muita energia, depende do grau do ferimento.

  • MUTANTES

Earphone Jack de Kyouka Jirou. Capaz de escutar qualquer som em longas distâncias e ampliar as batidas do seu coração até causar uma enorme explosão.

Frog de Tsuyu Asui. Um poder que faz com que o usuário tenha os poderes de um sapo em níveis ampliados.

Transparency habilidade de Tooru Hagakure que faz com que ela fique invisível. Porém é algo que não dá pra desfazer, sendo impossível algum dia ela mostrar sua aparência.

Essas são apenas algumas das diversas individualidades dos heróis de Boku no Hero. Podemos perceber o quão criativas elas são.

Acima de tudo, uma das coisas mais importantes é a mensagem da obra sobre sonhos. Às vezes tudo que precisamos é de alguém que acredite neles e nos diga que somos capazes realizá-los. Por mais que em certos casos pareça impossível.

Tudo aquilo que o All Might representou e fez para o Deku é algo incomparável. Se não fosse por ele, o nosso querido protagonista jamais teria entrado para a U.A..

© Boku no Hero/Bones

Ser um herói para o grande All Might é simplesmente ter a capacidade e empatia de ser importar com outro ser vivo e o ajudar. Então nunca se esqueça, você também pode ser um!

Outro ponto que ganha bastante destaque na animação é a trilha sonora esplêndida.

https://www.youtube.com/watch?v=-j4LVcY7_zc

Naquele dia, a sua voz
Queria dizer algo, porém não disse
Se eu cantar aos céus
Jogue fora seus arrependimentos
É inevitável, é inevitável
Se livre do que não vale a pena carregar
E então continue lutando!

O acontecimento mais feliz do ano é que na temporada do outubro nortenho teremos a quarta temporada de Boku no Hero Academia, começando dia 12 de outubro!

Vocês estão ansiosos?


Blazing Chrome é a homenagem perfeita a um gênero que anda abandonado

Em Blazing Chrome, as máquinas dominam o mundo e os poucos humanos sobreviventes estão à beira do extermínio, sem capacidade para fazerem frente aos seus inimigos metálicos. O jogo é um Run’n’Gun da JoyMasher, publicado pela Arcade Crew, tentando reviver os maiores clássicos do gênero, mas não deixando sua originalidade de lado.

O jogo conta com quatro personagens jogáveis, dois desde o começo. A variedade de armas e jogabilidade desse jogo é impressionante diante de um jogo que tenta tanto se fechar no gênero para trabalhar em cima da nostalgia, o que faz muito, muito bem.

Ao estilo de Contra e Metal Slug, a jogabilidade de Blazing Chrome permite que nossos protagonistas atirem freneticamente para 8 direções enquanto tenta desesperadamente esquivar de um inferno de monstros, mísseis, lasers e tiros inimigos. Este título consegue ser excessivamente punitivo.

O personagem possui cinco vidas, cada uma destas sendo perdida a qualquer dano inimigo sendo feito ao jogador. O sistema de hit-kill é muito bem vindo para aumentar a dificuldade e desafio do jogo, mas o spawn cru e quase instantâneo pode tirar a concentração do jogador e fazê-lo morrer mais de uma vez, o que é frustrante, principalmente diante de um jogo que tem animações tão bem trabalhadas. Isto também pode custar os preciosos power-ups que podem fazer a diferença entre uma vitória e um game over.

A variedade previamente citada nesta análise não é de se descartar. Apesar de uma duração relativamente curta, principalmente para veteranos do gênero, o jogo conta com um número surreal de inimigos diferentes – de monstros a soldados a robôs e especialmente os chefes – que são criativos, únicos e memoráveis.

Sobre a estética de Blazing Chrome: este é não apenas um dos jogos mais lindos do gênero, como do ano. Nunca antes encontramos gráficos tão nostálgicos quanto atualizados – a pixel art, além de ser belíssima, conta com animações extremamente vívidas e filtros opcionais que complementam ainda mais os visuais desse jogo.

Com rimas sonoras a títulos clássicos do cinema dos anos 80, como Exterminador do Futuro, o jogador se sente num mundo pós apocalíptico, pronto para combater o que restou da Skynet… e alguns demônios que podem ter surgido ou não do nada.

O design de som desse jogo é bastante interessante. Apesar de os efeitos sonoros serem rústicos, tentando se manter na proposta de ser um sucessor espiritual para contra, este se mantém não repetitivo e agradável. A trilha sonora como foi dito rima com os anos 80, num synthwave mágico e frenético.

Pros:

  • Combate rico e desafiador;
  • Visuais e som espetaculares;
  • Variedade de armas, inimigos e mapas;
  • Trilha sonora;
  • Retrofuturismo;
  • Maestria na aplicação dos conceitos do gênero de run’n’gun.

Cons:

  • Sistema de respawn;
  • Excesso de informações na tela;
  • Quebra de imersão ocasional.

Nota: ☕☕☕/5

Plataformas:

  • PC (plataforma analisada, chave concedida por The Arcade Crew)
  • Nintendo Switch
  • X1

Com tudo isso, é difícil não gostar de Blazing Chrome. Mesmo com as frustrações presentes no jogo, todo o carinho em seu desenvolvimento é notável. O jogo tenta ser um sucessor espiritual a clássicos como Contra e Metal Slug e não peca em revitalizar estes jogos, sendo único e original, porém deixa a desejar em melhorias técnicas ao se apegar talvez até demais no sistema antigo do gênero.


ERASED — Suspense e investigação com uma pitada de sobrenatural

Uma pergunta constante que me faço é “até onde as mídias de consumo são capazes de contar uma história com perfeição?”

Às vezes encontramos filmes que dariam bons livros, séries que dariam bons filmes… Nesses casos, concluímos que há uma forma melhor, mais efetiva de se contar determinada história do que a mídia original na qual a consumimos.

Ao me deparar com Erased (“Boku dake ga Inai Machi”, como é conhecido no Japão, e se traduz como “A cidade onde apenas eu não existo”), fiquei cativada pelo peso da história e a forma poética com a qual foi representada na animação do Studio A-1 Pictures, adaptada do mangá original de Kei Sanbe.

A história acompanha Fujinuma Satoru, um homem de 29 anos que trabalha como entregador de pizza após ter fracassado ao tentar se tornar mangaká. Satoru, porém, não é um homem comum; ele é capaz de voltar alguns segundos no tempo usando o que chama de “Revival”, sempre que uma tragédia iminente se aproxima de sua localização.

Satoru e Airi, sua colega de trabalho na pizzaria

Assim, somos introduzidos ao “poder sobrenatural” de Satoru que, depois de uma fatalidade, acaba voltando 13 anos no tempo, aos seus 11 anos de idade. Através do Revival, ele retorna à infância e precisa resolver a maior tragédia de sua vida, um crime que marcou à ele e todos que conhecia em sua juventude.

Com o conhecimento básico da história, pois aqui evitei dar spoilers à todo custo, seguiremos com os pontos positivos da obra, os quais ela tem de sobra.

A narrativa intrigante, que envolve elementos pesados como abuso infantil e até homicídio, tem elementos de fantasia, mistério e suspense que prendem a atenção do espectador e se encaixam de forma louvável.

Mesmo os mais durões se emocionarão e prenderão a respiração ao acompanhar Satoru em sua investigação cheia de reviravoltas e sustos em busca do serial killer que traumatizou nosso protagonista e seus colegas. Com delicadeza e sensibilidade, os socos no estômago dados pelos plot twists são ainda mais chocantes.

As crianças são o foco da maior parte da narrativa

Acompanhando o enredo, e complementando-o, há o desenvolvimento primoroso dos personagens. Como a maioria deles são crianças, e a história envolve investigações e crimes hediondos, é comum se sentir um pouco “incomodado” e imaginar como um bando de crianças de 10 anos pode encontrar e sabotar os planos de um criminoso desconhecido… Porém, a mente adulta de Satoru e seu conhecimento do futuro são a vantagem suprema das crianças, e como ele é o “pivô” da revolução, convencendo os amigos e unindo todos no mesmo ideal, fica sob sua responsabilidade planejar os contra-ataques ao criminoso.

É graças ao esforço de Satoru em manter os amigos à salvo que o próprio Satory se torna mais esforçado e corajoso (como seu super-herói favorito da infância), e seus amigos saem da zona de conforto que era uma bênção da ignorância de sua juventude, crescendo e se tornando mais empáticos. O esforço das crianças em proteger umas às outras, em estenderem a mão e se apoiarem, mesmo sem terem a real noção do perigo que as cerca (ou, no caso de Kayo, tendo noção do perigo e o risco que corria todos os dias), forma uma corrente de amor e apoio que emociona e inspira o espectador.

Fujinuma Sachiko, mãe de Satoru e uma das melhores representações maternas nos animes

Nossa recomendação, por fim, é que os três últimos episódios do anime sejam assistidos de uma só vez. O ritmo acelera e todos os conflitos caminham para o encerramento. Logo, o impacto será maior ao acompanhar de uma só vez.

Com a abertura pelo clássico Asian Kung-Fu Generation e encerramento por Sayuri, Erased é uma obra que surpreende pela forma sensível com a qual lida com temas pesados enquanto cria uma atmosfera de suspense e investigação regada à fantasia. Com personagens carismáticos e importantes, os altos e baixos pegarão o espectador de surpresa, prendendo sua atenção até o último segundo. Disponível no Crunchyroll, Erased também foi adaptado para um live-action de 12 episódios e um filme, bem como uma light novel.


State of Play e The Last of Us parte II!

O evento começou com um bizarro título da Enhance, chamado Humanity. A previsão é 2020 para PS4 e VR.

Em seguida, tivemos trailer de CoD: Modern Warfare apresentando a história e o modo special ops. O jogo chega dia 28 de outubro pra PS4, X1 e PC.

O criador de Katamari Damacy apresentou seu novo bizarro jogo. Ele chega em dezembro pela Annapurna.

Arise, um jogo diferente pela Piccolo, chega futuramente para o PS4.

https://www.youtube.com/watch?v=710dif4cwFM

Um maravilhoso shadowdrop, LA Noire VR Case Files foi lançado para o PSVR.

Uma série de outros VR foram rapidamente demonstrados. Em seguida, foi anunciada a demo de Medievil, que promete bônus para quem completa-la e comprar o jogo.

Civilization VI também foi confirmado com suas expansões para o PS4. O jogo chega ao console pela primeira vez dia 22 de novembro.

Death Stranding teve uma edição limitada do PS4 Pro anunciada.

Dos criadores de Oxenfree, Afterparty te desafia a beber mais que o diabo para escapar do inferno. O jogo chega dia 29 de outubro.

Os jogos de outubro da PS+ foram anunciados. MLB19 e THE LAST OF US REMASTERED foram os jogos escolhidos!

The Last of Us Part II teve finalmente um trailer detalhando sua história, mostrando um mundo bem mais vivo e variado que o título anterior. O trailer mostrou Joel, gameplay e a data de lançamento, que é 21 de fevereiro de 2020.

Também foi anunciado as diversas edições do jogo. A versão normal com bônus de pré-venda, a versão com steelbook e livro de arte, a versão com a estátua e a última com a mochila.

https://twitter.com/Nibellion/status/1176596300294512641

Caso desejem ver a conferência em sua íntegra, contemplem o vídeo à seguir.


Fire Emblem: Three Houses — Uma obra-prima no Nintendo Switch

Fire Emblem: Three Houses é a décima sexta entrada da franquia Fire Emblem. Esta conta a história de Byleth, ou o demônio pálido, como é conhecido entre os mercenários que convive. O jogo é um JRPG de estratégia tática e permite um profundo combate entre exércitos, além de desenvolvimento de personagens como nenhum outro.

Byleth teve um nascimento obscuro que escondido por seu pai, Jeralt, seu único companheiro e grande amigo. Em uma emboscada a uma vila em Fódlan, continente onde se passa o jogo, nossos protagonistas conhecem Edelgard, Dimitri e Claude, representantes das três grandes casas do local: Black Eagles, Blue Lions e Golden Deer, respectivamente.

Por ajudá-los, você e seu pai são encaminhados ao antigo local de trabalho de Jeralt – o monastério de Garreg Mach, onde os três líderes estudam para serem os futuros líderes de suas terras, cada um com suas próprias ambições.

Garreg Mach é liderado por Rhea, a arcebispa da Igreja de Seiros. Rhea ao receber a equipe percebe uma impactante presença em Byleth e decide convocá-lo para ser professor de uma das turmas da escola de elite presente no monastério: uma decisão que cabe unicamente ao jogador, após conhecer a todos os únicos personagens no monastério, as casas e todo o ambiente ali presente.

Uma vez que você faz sua decisão, você e seu pai começam a trabalhar para a igreja tanto como professor como em missões mercenárias. Você além de realizar combates tanto propagados pela franquia, é responsável por ministrar aulas e tutorar individualmente seus alunos, para que estes tenham suas habilidades individuais aproveitadas ao máximo.

A relação professor-estudante aqui, conhecida pelo público comicamente como “jogo de Harry Potter”, é uma das coisas mais incríveis deste jogo. A exploração do Monastério te permite desenvolver relações profundas de amizade (e até amorosas), o que intensifica as interações entre seus personagens na hora do combate, permitindo combos que são mais que essenciais para alcançar seus objetivos.

As interações que você tem com os personagens, não apenas desbloqueiam cenas que aprofundam o nível da relação, como também abre caminhos para que terceiros interajam com seus alunos, e eles consigo mesmos. Isso permite que cada um seja único e todos cresçam em conjunto.

Paralelamente ao rico sistema de tutoria e amizade, o protagonista pode formar amizades com alunos de outras casas baseadas em interesses em comum (ou habilidades em comum). Treinando Byleth com os diversos professores e funcionários da academia você também pode crescer e, ao chamar a curiosidade de alunos de outras casas, pode até recrutá-los para a sua casa, o que vai além de prejudicar a outra casa, beneficiar a sua.

Além destas atividades de treinamento, Garreg Mach te oferece missões secundárias, atividades como jardinagem, canto gregoriano, aconselhamento anônimo, cozinhar, dividir refeições, tomar chá e PESCA (este último, como qualquer RPG que se preze). Além de uma grande variedade de membros e estudantes únicos com uma grande árvore de diálogos que é disponibilizada naturalmente ao decorrer da história, também temos um mercado que cresce junto do monastério.

O mercado de Garreg Mach é mais que útil e bem-vindo às necessidades do jogador. Nele temos compra e venda de bens consumíveis, assim como presentes que podem ser usados para convencer ardilosamente certos bonecos, armas e armaduras que podem ser, além de compradas e vendidas, melhoradas e consertadas e barracas de tropas que podem ser convocadas e renovadas para seu exército.

Three Houses faz um trabalho excelente com sua estratégia por turnos. Como previamente citado, é permitido que você faça combos entre personagens que são de diversas classes diferentes, cada um com suas habilidades e fraquezas específicas.

Além combos, o jogo também te permite especificar exércitos para seguir específicos membros da sua equipe. Isso da ainda mais uma dimensão a suas habilidades: seja para beneficiar sua equipe ou prejudicar a inimiga, podendo até afetar o mapa.

O campo de combate é bem variado e cada tipo de área tem diferentes fatores que podem te beneficiar ou prejudicar. Além disto, construções podem ser destruídas para abrir caminho ou sobrevoadas dependendo da classe de seu personagem.

Os inimigos também não devem ser subestimados. A variedade de exércitos, soldados, magos e até monstros gigantes pode te devastar com um único movimento mal feito, levando seus colegas para a morte (que pode ser permanente dependendo do modo de jogo).

Felizmente, tem uma deusa dentro da sua cabeça que te da o incrível poder de voltar no tempo em alguns turnos. Esta habilidade é limitada e pode te ajudar a recuperar amigos perdidos, assim como salvar sua própria pele. Este poder é extremamente bem balanceado, então não é algo que tira a graça das perdas (até entender como funcionava, eu mesmo perdi dois estudantes).

A primeira metade anda ao redor do mistério da origem de Byleth e como isso se conecta com o que está ocorrendo em Fódlan. Esse mistério, junto do desenvolvimento de personagens, segura o jogador o motivando a jogar cada vez mais e explorar cada aspecto que o jogo oferece.

Após um certo tempo, intrigas ocorrem e nosso protagonista é incapacitado de agir. Isso divide mais uma vez a história, mas dessa vez colocando todo o panteão de Three Houses em contenda. Colegas de outras turmas viram seus inimigos e você deve lidar de uma forma ou de outra com isto, dependendo de sua rota.

É impressionante a forma como a divisão de rotas foi construída e expande monumentalmente a jogabilidade desse jogo, que contará no futuro com até quatro ondas de expansão.

Para finalizar, deve-se enaltecer dois pontos muito importantes neste jogo: os gráficos e a trilha sonora, acompanhada do design sonoro.

https://www.youtube.com/watch?v=hg8HbviGseA

Os gráficos de Three Houses são intrigantes. Durante combate, o jogador fica vidrado nas animações, o que não ocorria em títulos anteriores da franquia. O mundo a ser explorado também é excitante e belo, porém as interações entre personagens deixam um pouco a desejar.

Em cutscenes não pré-renderizadas, os personagens falam em uma sala cujo fundo é uma imagem em 360º, cuja borda é horrorosa. Apesar disso, as animações dos personagens são bem feitas, o que enaltece suas personalidades… o que seria perfeito se a otimização gráfica não fosse pobre, deixando grave serrilhado fora destas cutscenes.

Por outro lado, a dublagem desse jogo é coisa de outro mundo. Além de ser extremamente vívida e contar com presença em todos os diálogos do jogo (que não são poucos), da um charme ainda maior aos personagens.

O jogo também é narrado pelo pai de Byleth, Jeralt, e em todo começo de mês ele conta quase como um conto de fadas sobre as estações do ano, paralelamente ao ocorrido do momento em Fódlan.

Dito tudo isso, a trilha sonora desse jogo merece um redondo 10 de 10. Contando com um tema cantado por Edelgard, Edge of Dawn é uma das melhores músicas de video game já feitas.

Além disto, as músicas de ambiente e combate são extremamente variadas e compatíveis com o momento, variando entre gêneros improváveis que emocionam o jogador até mesmo após descerem os créditos.

Pros:

  • Combate rico e desafiador;
  • Desenvolvimento de personagens carismáticos;
  • Mistério da história;
  • Atividade extra-curriculares;
  • Mundo interessantíssimo;
  • História complexa e extensiva;
  • Rotas extremamente variadas.

Cons:

  • Bugs gráficos em diálogos.

Nota: ☕️☕️☕️☕️☕️/5

Plataformas:

  • Nintendo Switch (plataforma analisada)

Seus múltiplos e carismáticos personagens prendem e conquistam o jogador, assim como a triste e épica história de Byleth. Fire Emblem: Three Houses é meu atual jogo do ano e talvez o JRPG mais complexo que já tive oportunidade de jogar.


130 anos de Nintendo — Deixando a sorte para os céus (ou uma considerável recapitulação da história da nossa empresa favorita)

Nintendo – uma das empresas de entretenimento mais valiosas do mundo inteiro, completou esse final de semana seus CENTO E TRINTA ANOS. É mole?

Apesar de ser comumente conhecida por video games, a Nintendo iniciou seus trabalhos com algo um pouco diferente: cartas de Hanafuda, um jogo tradicional japonês.

Hanafuda é um jogo de cartas colecionáveis e consiste em 48 cartas. Estas tem imagens de flores, sendo que o baralho é dividido em 12 montes, cada um representando os meses do ano com flores, animais e objetos. Existem diferentes formas de jogar Hanafuda, dentre eles o “Koi-Koi” (ou Mau-Mau japonês, funcionando mais ou menos como Uno ou Can-Can).

A Nintendo foi fundada em 23 de setembro de 1889, como Nintendo Koppai, em Kyoto no Japão, por Fusahiro Yamauchi. O negócio produzia e vendia Hanafuda. O nome “Nintendo” é comumente assumido a ter significado de “deixe a sorte aos céus”, apesar de não haver arquivos históricos confirmando tal significado. As cartas inicialmente eram feitas a mão, mas sua popularidade fez Yamauchi contratar assistentes para produzi-las em massa.

Yamauchi não tinha descendentes para assumir o negócio da família. Seguindo tradição japonesa, ele adotou seu genro, Sekiryo Yamauchi, para em 1929 aposentar e deixar a empresa em suas mãos. Em ’33 Sekiryo estabeleceu uma associação comercial com outra empresa e renomeou a companhia para Yamauchi Nintendo & Co.

Em 1947, Sekiryo estabeleceu a distribuidora Marufuku Co. para distribuir o Hanafuda, além de outras espécies de cartas introduzidas pela Nintendo. Ele também teve apenas filhas, então seu genro Shikanojo Inaba (que veio a ser renomeado para Yamauchi) foi adotado pela família. Entretanto, Shikanojo não veio a ser presidente por ter abandonado a família. Seu filho, Hiroshi, que foi crescido por seus avós, veio a ser o próximo presidente da empresa.

Em 1949, Hiroshi Yamauchi estudava na na universidade Waseda em Tokyo, porém teve de abandonar os estudos devido a morte de seu avô para assumir a Nintendo. Em ’51 ele renomeou “Marufuku Co. de volta para “Nintendo Playing Card Co.”. Em 53, a Nintendo veio a ser a primeira empresa no Japão a produzir cartas de plástico.

Em 1956, Yamauchi visitou os EUA para conversar com empresas de cartas de lá. Ele ficou chocado que o maior produtor de cartas do mundo tinha um pequeno escritório. Isso foi um momento decisivo para ele, que percebeu as limitações de trabalharem apenas com cartas.

Em ’59, a Nintendo fez um acordo com a Disney para usar seus personagens em suas cartas. Usando isto e vendendo livros ensinando diferentes jogos, a Nintendo poderia vender produtos para casas japonesas. Isto foi um sucesso que levou a mais de meio milhão de vendas num só ano. Com este sucesso Yamauchi levou a empresa para listagens publicas, em 1963 nomeando ela apenas para “Nintendo”.

Até ’68, a empresa fez diversos experimentos em outras áreas de negócios. A Nintendo abriu uma companhia de taxi, uma rede de motéis, rede de comidas instantâneas e diversos outros produtos e serviços.

Todas esses negócios paralelos eventualmente falharam, menos o de brinquedos, onde aplicaram experiência da fabricação de cartas. As olimpíadas de 64 em Tokyo fizeram um boom econômico para a Nintendo, onde as cartas chegaram a um ponto de saturação. Isto fez com que as ações caíssem de 900 yen para apenas 60.

Em 65 a Nintendo contratou Gunpei Yokoi como engenheiro de manutenção, mas ele ficou famoso por muito mais que sua habilidade de conserto de máquinas.

A Nintendo teve muita dificuldade na industria de brinquedos. Ela já era dominada por empresas como Bandai e Tomy. Devido ao curto ciclo de vida de brinquedos, a Nintendo teve que entrar numa nova era. Em 66, Yamauchi pediu para Gunpei criar um produto próspero para o Natal. Conhecido como “Ultra Hand”, foi um sucesso de vendas, alcançando mais de um milhão de unidades. Isto levou Gunpei para a linha de desenvolvimento de produtos.

Em 1970 a Nintendo fez a primeira “light gun” a luz solar. Foi a primeira disponível para uso doméstico, produzida em parceria com a Sharp. Em 72, Nintendo fez o Ele-Conga, um dos primeiros tambores programáveis.

Uma light gun é um aparelho muito utilizado em computadores e fliperamas, comumente parecido com uma pistola. Em aviação e serviços de entrega é usado como um sinalizador direcional. Estes funcionam construindo um sensor de luz óptica na ponta da arma, esta que recebe sinal da luz emitida pela tela alvo.

A partir de 72 o primeiro video game, o Magnavox Odyssey, possuia uma light gun. Este foi o primeiro envolvimento da Nintendo com video games. Isto fez com que a Nintendo fizesse múltiplos sistemas de light gun pra fliperamas. Em 74 a Nintendo adquiriu os direitos de distribuição do Magnavox Odyssey no Japão.

Durante os anos 70 a Nintendo fez em conjunto com a Mitsubishi Electric os “Color TV Game Machine”. Seus primeiros fliperamas foram EVR Race, Radar Scope e Donkey Kong que virou seu mais famoso.

No início da década seguinte a Nintendo teve sua divisão de video games liderada por Gunpei alguns de seus títulos mais famosos. Shigeru Miyamoto foi a cabeça por trás de Donkey Kong, este que além de fliperamas foi lançado para o Atari 2600, o Intellivision e o ColecoVision. Futuramente ela veio a fazer o primeiro Mario Bros. e seus primeiros testes no mercado de portáteis com o Game & Watch.

Game & Watch foi uma linha de portáteis produzidos pela Nintendo entre 1980 e 91. Criados por Gunpei Yokoi, cada G&W possuía um título numa tela LCD acompanhada de um relógio e alarme. Venderam mais de 43 milhões de unidades no mundo inteiro.

Em 1983 após diversos protótipos de consoles de mesa a Nintendo lançou o Famicom (de Family Computer) no Japão, sua primeira tentativa de fazer um console baseado em cartuchos. Este sistema vendeu mais de 500 mil unidades em dois meses por em torno de $100 dólares.

Após alguns meses, o Famicom apresentou um defeito de congelamento em determinados jogos. Isto fez a empresa pedir devolução de todos os consoles disponíveis nas lojas e casas japonesas, o que deu um prejuízo de meio milhão de dólares.

Neste período a empresa reformulou o produto e o lançou nos EUA como Nintendo Entertainment System, ou NES.

Entre 83 e 85 houve a conhecida Quebra de Video Games de 83, uma recessão causada pelo mercado transbordando na competição de jogos e computadores caseiros. Este ocorrido derrubou grandiosas empresas tais qual a Atari. Com o tempo, o domínio do mercado saiu da America para o Japão. Sua única grande competidora nos EUA era a também japonesa SEGA.

Para manter controle de qualidade e não repetir os mesmos erros da Atari, a Nintendo lançou o NES acompanhado de R.O.B. para sincronizar com os jogos e que apenas jogos de alta qualidade de terceiros fossem lançados no ocidente, em uma quantia limitada de 5 por ano. A Konami foi a primeira a ser permitida. Em 1985, Super Mario Bros. foi lançado. Com o tempo, Metroid, Zelda e demais vieram com grande recebimento público e crítico.

Em 1988 a nintendo anunciou a Nintendo Power, uma revista de notícias e estratégias para fazer propaganda de seus novos jogos. Sua publicação se encerrou em Dezembro de 2012, mas ainda há um podcast feito em seu nome.

Em 1989 a Nintendo lançou o Game Boy acompanhado de Tetris. Devido ao seu preço, o jogo e sua durabilidade vendeu excepcionalmente bem, alcançando números estrondosos (118 milhões de unidades). No mesmo ano foi anunciado o Super Famicom, ou Super NES, que foi lançado no Japão no fim de 1990. O console chegou na América e na Europa, respectivamente, em 1991 e 1992.

Logo em seguida a empresa começou uma parceria com a Sony para produzir um console de CD-ROM. Esta parceria falhou, o que levou a Nintendo a recorrer a Philips e seu fracassado CD-i e a Sony a fazer seu próprio PlayStation.

O SNES dominou o mercado com Super Mario World, The Legend of Zelda: A Link to the Past, Street Fighter 2 e os Final Fantasy. As vendas totais chegaram a quase 50 milhões contra os 40 do Sega Genesis/Mega Drive.

SONY DSC

Em 1992 Gunpei começou o planejamento de um console de realidade virtual chamado Virtual Boy. Em 93 a Nintendo anunciou o desenvolvimento de um console 64-bit chamado conceitualmente de Project Reality/Ultra 64. Este prometia ambientes e personagens totalmente em 3D.

Sua tecnologia foi inicialmente apresentada em fliperamas com jogos como Killer Instinct e Cruisin’ USA. Killer Instinct foi lançado ainda para SNES. Em 95 o projeto foi renomeado para Nintendo 64, tendo seu lançamento anunciado para o ano seguinte, com jogos da Rare e Super Mario 64.

No mesmo ano o Virtual Boy foi lançado, mas vendeu pobremente tanto no Japão quanto nos EUA. A competição também se acirrava, visto que a Sega introduziu o sistema de 32-bits Saturn e a Sony introduziu seu Playstation de 32-bits. A presença da Sony começou a impactar as vendas da Nintendo e da SEGA.

Em 1996, o N64 foi lançado com mais de 500 mil unidades no primeiro dia no Japão e mais 350 mil nos EUA. As vendas foram fortemente afetadas por poucos títulos lançados para o console, principalmente de terceiros, visto que estes estavam mais interessados no formado de CD-ROM da competição que era extremamente mais barato.

Paralelamente ao 64 foi lançado o Game Boy Pocket, o projeto de despedida de Gunpei, um Game Boy de menor porte. Em seguida Gunpei saiu da empresa para criar o WonderSwan. Entretanto, a perda de Gunpei foi compensada pela criação da segunda maior franquia de jogos eletrônicos (atrás apenas de Mario), que é Pokémon, criado por Satoshi Taijiri.

Em 1997, o criador do Game Boy e Metroid Gunpei Yokoi faleceu num acidente de carro aos 56 anos. Um ano depois, o Game Boy Color foi lançado.

Apenas três anos depois a Nintendo lançou o Game Boy Advance, um portátil fortíssimo para a época. No mesmo ano o GameCube foi lançado. Em 2002 Tatsumi Kimishi entrou como presidente da Nintendo da América. No mesmo ano, Yamauchi saiu para a entrada de Satoru Iwata como presidente da Nintendo.

No mesmo ano, Dr Wei Yen, cientista chinês americano co-fundou a iQue para manufaturar e distribuir consoles e jogos da Nintendo na China. Paralelamente a isso, as táticas de negócio da Nintendo na Europa a levou a tomar uma multa de 150 milhões de euros, uma das maiores aplicadas na história.

Em 2004 a Nintendo anunciou planos para uma nova espécie de portáteis de duas telas, tendo uma delas sensível ao toque. O Nintendo DS (de dual-screen) lançou no fim deste ano com três milhões de pré-vendas. Este também foi o primeiro console portátil da empresa capaz de produzir gráficos tridimensionais.

Em 2005, a primeira loja da Nintendo foi aberta no Rockefeller Center em Nova York. A loja conta com um museu e itens exclusivos, além dos produtos tradicionais encontrados em demais lojas. No mesmo ano, na E3, o que conhecemos como o Wii foi mostrado. Seu controle foi apresentado na Tokyo Game Show do mesmo ano.

Em 2006 o DS lite foi lançado, propondo uma melhoria próxima da apresentada no Game Boy Pocket e GBA SP. Reggie Fils-Aimé foi promovido a Presidente e COO da Nintendo da América. Kimishima foi promovido para Chairman e CEO. No mesmo ano foi lançada a subsidiaria Sul-Coreana. No fim do ano o Nintendo Wii foi lançado.

O lançamento do Wii foi uma grande quebra de recordes, recuperando as vendas perdidas dos consoles anteriores, devido a um público alvo absolutamente mais generalizado, de fãs casuais a veteranos. Apenas 4 anos depois a Sony e a Microsoft conseguiram lançar consoles para alcançar os mesmos públicos alvos, mas nunca com o mesmo impacto.

Em outubro de 2007 a Nintendo anunciou sua primeira líder feminina, Rose Lappin, para Diretora de Gerenciamento da Nintendo Austrália. No ano seguinte a Nintendo atualizou o DS Lite no DSi, cortando compatibilidade com os jogos de Game Boy porém com uma câmera e novas funções. Foi o primeiro portátil da Nintendo que permitiu conteúdo baixável.

Em 2011 o 3DS foi lançado no Japão. Seu propósito inicial era de efeitos 3D sem o uso de óculos, com autostereoscopia de barreira de paralaxe. Também foi anunciado seu novo console, o Wii U, o primeiro da empresa a rodar jogos em full HD. Ele apresentava um controle que aparentava um tablet e tinha interações com o Wii Remote.

O Nintendo 3DS se deparou com um lançamento morno devido ao seu preço e falta de títulos de relevância. O Wii U foi confundido popularmente como uma atualização cara do Wii, o que afastou tanto desenvolvedores quanto público. Estes dois lançamentos desestabilizaram a empresa financeiramente, forçando-a a abaixar rispidamente o preço do 3DS (o que o fez explodir em vendas posteriormente) e cortar salários de seus membros de alto nível para evitar demissões.

Em julho de 2015 Satoru Iwata faleceu de um tumor na bile aos 55 anos. Satoru lutou bravamente pela segurança econômica da empresa e projetou o que veio a ser o Nintendo Switch. Sua morte deixou a empresa nas mãos de Shigeru Miyamoto e Genyo Takeda que juntamente decidiram por colocar o cargo nas mãos de Tatsumi Kimishima.

Em outubro de 2016 a Nintendo revelou o Nintendo Switch que veio a ser lançado em 3 de março de 2017. O console tinha um conceito híbrido, visto o fracasso que foi a divisão desnecessária entre 3DS e Wii U. O console teve um ano de lançamento incomparável para a empresa, vendendo mais de 14 milhões no fim de seu ano fiscal, superando as vendas de toda a vida útil do Wii U.

Em 2018, foi apontado que mudanças ocorreriam nos cargos de presidência da Nintendo mais uma vez. Em junho Kimishima foi sucedido por Shuntaro Furukawa. Furukawa trabalha na Nintendo desde 94 como contador. Durante esta década ele subiu para trabalhar em marketing global, no departamento executivo e diretor externo da Pokémon Company. Ele também se envolveu no desenvolvimento do Switch.

Shuntaro, à esquerda de Kimishima.

Na Nintendo da América Doug Bowser, que entrou na empresa em 2015 como vice presidente de vendas e marketing, foi promovido quando supervisou a promoção e lançamento do Switch. Em fevereiro de 2019 foi anunciado que este estaria substituindo Reggie Fils-Aimé como presidente e chefe de operações da empresa em abril.

Reggie, com seu corpo pronto para deixar a empresa para Doug Bowser.

O Nintendo Switch fez a Nintendo voar como nunca antes. Ainda no ano de lançamento anunciou parceria com a Tencent para publicar seus jogos na China. Em março de 2019, foram confirmados mais de 36 milhões de unidades vendidas em apenas dois anos de vida. Em julho a Nintendo anunciou uma versão leve do Switch, chamado de Switch Lite. Este seria mais compacto e seria focado no uso portátil do console.

O Nintendo Switch Lite teve seu lançamento dado nesta sexta-feira dia 20 de setembro mundialmente.

O legado da Nintendo é notável. Sua história secular é impactante e um exemplo de perseverança no crescente mercado de jogos eletrônicos. Somos muito felizes de termos crescido junto dessa empresa, podendo comemorar uma data tão considerável. Por muitos outros anos!


Dandy and Randy — Uma aventura nostálgica

Dandy and Randy é um jogo estilo arcade 2D de visão isométrica desenvolvido pela Asteristic Game Studio e distribuído pela Forever Entertainment S.A para PC. Esse é o mais novo título de André Chagas, autor de Dreaming Sarah, que volta com uma proposta inspirada no clássico de Super Nintendo, Goof Troop.

Dandy e Randy são dois arqueólogos atrapalhados que viajam pelo mundo em busca de artefatos valiosos. Apesar de serem ambiciosos não são muito responsáveis na parte financeira. Os dois estão afundados em dívidas e à beira da falência. No meio dos boletos de pagamento, Dandy encontra um anúncio que fala sobre uma recompensa a ser paga a quem encontrar a lendária Pedra Celestial. Sem nada a perder, os dois pegam seu avião e partem a ilha para encontrar essa jóia valiosa com intuito de evitar que entrem na bancarrota.

Momento de exploração.

A mecânica do jogo é bem simples e objetiva. O mapa é dividido em cinco fases com um chefe no final de cada uma. Durante a jogatina, o jogador terá que desvendar quebra-cabeças para ganhar chaves coloridas, que servirão para desbloquear os portões das fases permitindo sua progressão. Além desses desafios, Dandy e Randy podem ter acesso a diferentes tipos de equipamentos ao decorrer da jornada. Inicialmente começam com uma pá, que serve para desenterrar dinheiro. Ao longo da trama é possível a ter acesso a mais itens, como um martelo e bumerangue para atacar os inimigos e resolver os desafios das chaves.

Batalha com um dos chefes do jogo.

É possível desfrutar toda a aventura no modo cooperativo local. O jogador 1 controla o Dandy e o Jogador 2 controla o Randy. Essa possibilidade torna ainda mais divertido resolver os quebra-cabeças e desvendar os segredos da ilha. O jogo possui compatibilidade tanto do tradicional teclado/mouse quanto para controlador de jogo.

Certos aspectos na jogabilidade não ficaram polidos. O sistema de colisão do jogo chega a frustrar bastante, principalmente em batalhas contra chefes. Em muitas ocasiões desesperadoras, o personagem se enroscava na parede e nos objetos decorativos de cenário. Além disso, em alguns momentos os inimigos ficava invulneráveis por um curto espaço de tempo das ofensivas do jogador.

Outra questão que ficou faltando no jogo foi a localização para português. Algo muito estranho para um jogo produzido dentro do Brasil. A ausência da língua nativa pode afetar o acesso para muitos jogadores e comprometer o incentivo as produções nacionais.

Pros:

  • A jogabilidade é bem divertida e desafiadora. Os chefes são bem trabalhados e as batalhas são bem frenéticas;
  • Arte visual impecável;
  • As animações dos personagens são bem feitas;
  • Trilha sonora bem cativante. Destaque para a música dos créditos finais;
  • O jogo tem uma boa dose de humor. Possui várias referências divertidas sobre jogos da década de 90.

Cons:

  • Sistema de colisão irritante. Em muitas ocasiões desesperadoras, o personagem ficava enroscado na parede ou em algum objeto de decoração do cenário;
  • Não faz sentido um jogo brasileiro não possuir legendas em português.

Nota: ☕️☕️☕️☕️/5

Plataformas:

  • PC (plataforma analisada, chave concedida por Asteristic)
  • Nintendo Switch (em breve).

Excelente jogo brasileiro que traz bastante diversão numa aventura bem nostálgica.


Josie’s Tank é um indie brasileiro de estratégia cheio de charme!

Josie é a Capitã que começa recebendo as ordens e coordenadas do General Edson Barkling para um ataque aos inimigos da Coreia do Norte. Sua missão é derrotar o tank de seu inimigo. Na primeira fase nos deparamos com um tank de 100 de HP e temos que derrotá-lo acertando tiros em uma batalha de turno. O jogo é do gênero de artilharia aos moldes de Worms, DDtank, GunBound, entre outros.

O total são de 56 fases e ao passá-las os inimigos vão ficando cada vez mais fortes e aumentando a quantidade de tanks, cada batalha vencida você obtém moedas que podem ser usadas no mercado para adquirir itens como bombas, mísseis, habilidades com a fase, como locomoção em superfícies rochosas, também você ganha pontos onde pode aumentar o seu HP, DANO, RESISTÊNCIA, COMBUSTÍVEL. 

Ele não é tão simples como aparenta, não temos uma base de onde o tiro irá cair, correndo o risco de errar muitas vezes e ser atingido no processo, a não ser pelo medidor de força e distância que fica marcado ao arremessar, porém este é um pouco vago e pode levar os jogadores a frustração.

Além disto, se o seu combustível acabar você não consegue se locomover, facilitando a para o inimigo marcar exatamente onde te acertar e praticamente entregando o jogo. Seu tank começa com 10 vidas podendo então receber bônus de +3 caso seja derrotado e perca as suas dez vidas.

Seu Tank também terá direito a um kit médico mas guarde combustível para pegá-lo porque se acabar você não conseguirá chegar até ele caso caia muito longe de seu veículo.Lembrando sempre de distribuir seus pontos para aprimorar seu veículo de batalha para que não seja destruído facilmente.

O jogo em sí é muito divertido e um pouco complexo pra quem nunca jogou nenhum do gênero, mas quando você entende como funciona os comandos fica mais fácil de derrotar os inimigos e avançar as fases.

O design em pixel é muito bonito para quem gosta da arte, porém os gráficos do jogo não os aproveitam bem. A dublagem é incrível como os personagens conversam entre si, dizendo frases como “sem misericórdia” e “foco capitã” quando você erra o tiro e todas com som como se estivessem falando via radio mesmo. Valorizando também a protagonista ser mulher, sempre bom ver mulheres sendo valorizadas, Josie é uma mulher e capitã do exército e isso é importante também para mostrar a força e o valor de protagonistas femininas fortes em jogos.

Pros:

  • Desafiadora jogabilidade de artilharia;
  • Design bonito;
  • Bons personagens, em especial a protagonista.

Cons:

  • Gráficos mal utilizados;
  • Mira imprecisa;
  • Sistema de combustível problemático.

Nota: ☕️☕️☕️/5

Plataformas:

  • PC (plataforma analisada, chave concedida por Cat Crate Games)

Particularmente recomendo esse jogo para fãs de pixel art e artillery games como eu e pra quem gostaria de conhecer o estilo de jogo também.