Archives: 30 de Novembro, 2020

Haydee 2 – Survival Horror com Benefícios

Antes de mais nada, vamos falar do elefante na sala. Haydee é um jogo com conteúdo fortemente sexualizado, mas NÃO é um eroge. Na verdade, o sex appeal poderia até ser considerado uma das muitas armadilhas do jogo em um nível meta pois os pôsteres e protagonista jamais tem foco cinemático ou relevância na jogabilidade. Esta análise não vai entrar em detalhes sobre a moralidade ou necessidade disso pois não é o objetivo da tal. Porém, caso o jogo lhe interesse, mas a nudez seja um ponto negativo, já existem mods removendo todas as imagens +18. Em um futuro próximo o jogo será integrado ao Steam Workshop, e modificações mais “SFW” e “NSFW” virão, para customizar ao gosto de cada um. Será a única vez que tal tema será mencionado pois é um assunto completamente irrelevante do que se trata do jogo em si.

Após 4 anos de seu predecessor ser lançado, Haydee 2 chega a Steam repentinamente e sem muito alarde. Para quem não conhece, Haydee 1 se propunha a ser um híbrido de metroidvania com survival-horror/third person shooter, e foi extremamente bem sucedido nesse objetivo. A terceira qualidade de seu jogo era a dificuldade impiedosa; nada de guias, nada de tutorias, nada para facilitar a experiência do jogador. Sua continuação pode ser definida de forma similar, porém completamente removendo o aspecto de plataforming que seu antecessor tinha como maior diferencial.

A remoção de uma peça integral de uma série sempre causa estranhamento, mas Haydee 2 ainda permanece fiel a sua essência. A remoção de todo plataforming serve para entregar uma experiência mais focada nas raízes de um survival-horror e isso traz seus positivos e negativos. Para quem gostava da verticalidade do primeiro jogo, isso está completamente ausente aqui, fora quaisquer puzzles de movimentação e precisão. Por outro lado, o combate pode tomar mais espaço, o que faz com que os inimigos sejam mais ameaçadores e a atmosfera como um todo seja mais pesada. O resultado é um jogo que parece um Resident Evil clássico. Pouco foco no cinemático, ambientação opressiva e silenciosa, inimigos ameaçadores mesmo que lentos, e a constante ameaça de um softlock se esbanjar recursos sem planejamento.

Haydee 2 oferece uma experiência rara na indústria atual, que é um jogo que te entrega as ferramentas básicas para o progresso e mais nada. Não há mapas, notas, um journal registrando progresso nem dicas. Inicialmente isso pode soar como uma forma preguiçosa ou injusta de desafio, mas como todo o level design e jogabilidade de Haydee 2 é montado ao redor dessas restrições, é perfeitamente razoável que tais limitações existam. Além do mais existem duas dificuldades para se escolher onde a mais difícil usa o sistema de saves limitados através de um item.

A atmosfera do jogo é muito bem trabalhada, com uma trilha sonora distinta para cada bioma que dá uma personalidade própria, e o silencio absoluto da facilidade fora os passos da Haydee e inimigos. É uma ambientação propícia para se assustar onde qualquer esquina ou lugar escuro pode esconder uma ameaça. Apesar de não ser um jogo de terror, a tensão a se explorar NSola7 é um testamento a qualidade de sua ambientação.

A história, porém, não há muito o que se falar. Haydee já era um jogo sem quaisquer lore e apenas dois finais diferentes onde nenhum era particularmente satisfatório, sua continuação trilha exatamente o mesmo caminho, apesar de alguns documentos espalhados tentarem contar uma história de origem do projeto Haydee. De forma resumida, esse é um jogo cujo valor vem exclusivamente das suas qualidades mecânicas. Para todos os efeitos, história não existe.

Em suma, Haydee 2 é um ótimo jogo para o nicho que é visado. É um jogo difícil, restritivo, simples e direto ao ponto. Ele não serve como uma melhoria absoluta em cima de seu predecessor, mas ainda é claramente um produto da mesma franquia com as mesmas nuances.

PROS:

  • Sua dificuldade oldschool traz um legítimo sentimento de triunfo com o progresso;
  • Ótimo level design incorporando vários atalhos e não-linearidade;
  • Boa rejogabilidade e potencial para speedrunning;
  • Controles responsivos tanto para movimentação quanto combate;
  • Ambientação desoladora cria uma tensão sem-igual;
  • Trilha sonora memorável e essencial para a experiência de jogo.

CONS:

  • A remoção de plataforming faz com que algo do original se perca;
  • Algumas mortes não podem ser evitadas com prudência apenas;
  • O começo do jogo pode ser punitivo demais para novos jogadores.

PLATAFORMAS:

  • PC – Steam (Chave concedida por Haydee Interactive).

NOTA: ☕️☕️☕️☕️

Pra ser bem honesto, eu considero qualquer mídia com sex appeal excessivo como uma falta de confiança do criador em vender seu produto com sua qualidade apenas. Mas Haydee é um caso estranho, diferente de um Senran Kagura, Onechambara ou similares, tanto Haydee 1 quanto 2 são péssimos jogos de fanservice. Seu foco é claramente sua jogabilidade de third-person e dificuldade impiedosa, tanto que se removesse isso absolutamente nada no jogo mudaria. Na minha teoria isso é mais uma “armadilha” do jogo em tentar atrair jogadores com uma isca e puni-los com uma jogabilidade inesperada. Ou isso ou o criador simplesmente gosta da sua física de balançar… Independente de qual seja, é um jogo que com certeza justifica o seu valor se você procura um desafio oldschool, podendo ser modificado para remover ou ampliar seu conteúdo sexual. Agora, se o fanservice é o que procura, é uma armadilha! Apesar das aparências esse jogo com certeza não pode ser jogado com apenas uma mão.


Trava de região? Jogadores estão tendo problemas para fazer upgrades de jogos no PS5

Com o lançamento do PlayStation 5 os jogadores estão podendo experienciar a função presente em alguns jogos, que permite que a versão para PS4 (seja física ou digital) possa receber upgrade no console de nova geração.

O problema é que muita gente está tendo problemas para fazer esse upgrade, que em tese deveria ser simples: clicar no ícone do jogo e selecionar a versão desejada. Porém não é o que está acontecendo para algumas pessoas.

No Reddit, existem posts de jogadores de diversas regiões com problemas, seja com versões físicas de jogos ou digitais.

Pesquisando entre esses posts, é possível ver que em sua maioria são de pessoas que adquiriram os games fora da região de sua conta na PSN, seja por importação de mídia física ou através de códigos de resgate.

Isso faz com que a opção de escolha da versão do jogo (PS4 ou PS5) não apareça nos menus, e caso o jogador entre na loja, o game ainda aparece com preço, mesmo que ele já tenha a versão digital do mesmo.

Em contato com o suporte nacional da Sony, nos foi passada uma informação incorreta, de que os upgrades de alguns jogos ainda não estavam disponíveis. Já a Insomniac, desenvolvedora de Spider-Man: Miles Morales, nos respondeu por e-mail apenas explicando o passo a passo para o upgrade:

Isso mostra que tanto o suporte oficial da Sony quanto algumas desenvolvedoras não estão a par do problema.

Muito provavelmente, o que está ocorrendo é que os upgrades estão sendo tratados como “grandes DLCs”, e assim como ocorre desde o PS3, esse tipo de conteúdo é travado por região, diferentemente dos jogos, que são — em sua maioria — region-free.

A questão provavelmente será ignorada, por diversos fatores:

  • A porcentagem de pessoas enfrentando o problema é minúscula. Casos assim normalmente ocorrem com entusiastas que importam jogos de lojas como Play-Asia e Amazon;
  • Pessoas que resgatam códigos de jogos normalmente o fazem pois recebem das desenvolvedoras para fazerem análise. A maioria desses códigos são de região americana e por isso, quem tem conta dos EUA não teria esse problema. A Sony costuma ignorar problemas quando ocorrem fora de seu mercado principal.

Sendo assim, a única esperança de solução é através do contato direto pelo seu call center (4003-7669), e-mail, ou redes sociais. Isso fará com que o problema se torne mais claro aos olhos da empresa. Mas ainda assim, nada disso é garantia de solução.

Por hora, caso você esteja lidando com esse problema, é possível tentar criar uma conta na PSN da mesma região do game, fazer o upgrade através dela (com o game já baixado no PS5) e depois trocar de volta para sua conta normal. Mas não é uma solução garantida.


Até lá, é recomendado que se evite comprar jogos de PS4 importados com a finalidade de jogar a versão melhorada do PS5, seja em disco ou através de códigos comprados em sites de terceiros.


Bugsnax – Insetolanches

Anúncio conturbado

Anunciado durante a apresentação da Sony focada no PlayStation 5 no dia 11 de junho de 2020, Bugsnax surpreendeu por ser um pouco fora da curva em relação aos outros jogos também anunciados no mesmo dia.

Com um design cartunesco e com visual parecido com Muppets, o jogo de cara impressionou pouco. Se tratando de uma apresentação focada no novo hardware, ficou claro que o game não exploraria a nova tecnologia, pois conta com visuais simples.

Somado a isso, tempos depois também fora anunciada uma versão para o PlayStation 4, mostrando que o título claramente seria cross-gen, porém isso não foi informado propositalmente pela Sony, que resolveu tratá-lo como uma novidade exclusiva para os que comprassem seu novo videogame no lançamento.

Não é fácil entender essa decisão, especialmente porque o jogo foi o primeiro título gratuito para assinantes da Plus no PS5. Sendo assim, a versão em que eles realmente vão ganhar dinheiro é a da (já) geração passada.

História

Aqui o jogador controla um repórter sem nome, que recebeu um vídeo de uma exploradora chamda Lizbert Megafig, falando sobre uma misteriosa ilha onde vivem criaturas chamadas Bugsnax (algo como “Insetolanches”) e pede para que você vá ver com seus próprios olhos.

Chegando lá, seu personagem descobre que a exploradora sumiu e sua missão principal é apenas uma: encontrar todos os habitantes da ilha e com a ajuda deles, descobrir o paradeiro de Lizbert.

Jogabilidade

Apesar de seu trailer ter focado no visual infantil de seus personagens, Bugsnax é um game em primeira pessoa.
Seu personagem não aparece em nenhum momento, de forma que isso ajuda que o jogador foque na sua narrativa.

Obviamente, isso também é uma decisão para cortar custos. Afinal, não é necessário criar animações complexas de interação com o cenário.

O problema é que seu mapa é bem pequeno e dividido em pequenas áreas quase claustrofóbicas, o que torna a escolha da câmera um pouco negativa, principalmente pelas atividades que são propostas pelas missões.

Essas, por sua vez, são as mais diversas. O jogador deve conversar com personagens e realizar seus pedidos. Esses podem variar entre coisas simples, como ir do ponto A ao ponto B, ou capturar diferentes bugsnaxes para alimentá-los. Aqui é onde vemos o foco da jogabilidade.

O game funciona de forma similar a Pokémon Snap (Nintendo 64, 1999), onde o jogador deve tirar fotos dos variados animais que habitam a ilha. Além disso, é necessário capturá-los. Existem várias formas de fazer isso, usando as bugigangas que o jogo lhe proporciona, como uma armadilha ou estilingue.

Alguns animais por outro lado, existem um pouco mais de trabalho, como atraí-los com alguma comida que eles gostam e fazer com que eles vão de encontro a algum outro animal ou batam numa árvore para atordoá-los, facilitando a captura.

Parece complicado mas o jogo dá todas as dicas visuais para a experimentação não seja tediosa, pelo menos não na maior parte do tempo.

A captura dos bugsnaxes serve para alimentar os Grumpuses (os tais habitantes da ilha que conversam com você), que de uma forma muito estranha, se transformam sempre que comem um bugsnax diferente. Exemplo: se você capturar um inseto com forma de morango e dá-lo a um Grumpus, ele ganha um braço ou perna de morango. Sim, é estranho.

Plataformas:

  • PlayStation 4 (plataforma analisada, chave concedida por Popagenda);
  • PlayStation 5
  • PC (Epic)

Pros:

  • Loop de gameplay interessante;

Cons:

  • Estilo de jogabilidade não combina com a narrativa;
  • Framerate travado à 30 FPS  no PS4 base.

Nota: ☕☕☕

Conclusão

Bugsnax é, acima de tudo, um adventure. Seu diferencial é essa mistura do gênero com um pouco de plataforma e Pokémon Snap. A sua narrativa é talvez um dos pontos mais complexos de avaliar, pois ela toca em temas até um pouco sutis, mas que entram em conflito com o visual cartunesco e infantil que o game propõe.

Isso mostra que o estúdio Young Horses (de Octodad, 2014) espera que o comprador do game consiga de cara, antes de jogar, identificar que o game não é só focado em algo para crianças, porém com a maturidade da narrativa em certos pontos, fica difícil entender qual o real público-alvo do jogo.

Ainda assim, Bugsnax merece pontos por apresentar um mix de ideias que não se vê todo dia. Caso você seja fã de jogos de narrativa e queira tentar algo diferente, talvez esse seja um bom lanchinho esquisito pra saciar essa vontade.

 


Genshin Impact – Ad Astra Abyssosque!

Genshin Impact é o último projeto da gigante chinesa miHoYo, uma empresa com expertise em jogos de celular com sistemas de gacha (também conhecidos como mobage). Porém, Genshin tinha como meta ser bem mais ambicioso que isso, e atualmente foi o maior lançamento global de um videogame chinês, lançando para celulares, PS4 e PC (e futuramente Switch).

Jogabilidade

Se desviando da fórmula de jogos de celular, Genshin é muito mais ambicioso em seu modelo, sendo um RPG de mundo aberto com combate de ação. Vivemos a história de dois irmãos que viajavam pelos mundos até um encontro com uma Deusa que aprisiona um e jogamos com o outro tentando resgatá-lo(a). O protagonista (chamado de “Traveler”) não é customizável, apenas escolhemos jogar com o irmão ou a irmã.

Sua progressão é guiada através das “Archon Quests”, onde viajamos por Teyvat em busca de pistas e audiências com os Sete Deuses para descobrirmos o paradeiro do irmão/irmã do Traveler. Temos também Story Quests onde o foco são os personagens jogáveis que podem participar da party, as quais são restritas por Adventure Rank e Chaves de Comissão. Além disso há várias World Quests espalhadas pelo mapa, contando histórias ambientais e lore adicional através de NPCs. Nenhum desses sistemas é particularmente inovador, mas Genshin sabe executá-los muito bem de forma a prender seu interesse.

Combate também roda em um chassi extremamente simples, existem 5 armas diferentes, cada personagem só pode usar um tipo, cada arma tem um combo de 5 hits e um ataque carregado, tudo mapeado a um único botão. Cada personagem tem uma habilidade ativa, e um “ultimate” que precisa ser carregado antes de usados. Novamente nada fora do normal, porém seu diferencial vem na implementação do sistema de elementais.

Conforme a nomenclatura própria do jogo mesmo, temos Anemo (vento), Geo (terra), Electro (eletricidade), Dendro (natureza), Hydro (água), Pyro (fogo) e Cryo (gelo). Cada personagem tem um elemento atrelado com suas habilidades e ultras, cada elemento tem uma interação própria como Cryo congelado rios, Pyro descongelando, ateando fogo em gramas e acendendo fogueira, Electro eletrifica qualquer corpo d’agua e aplica seu status em todos imersos nele, além de ser particularmente perigoso durante chuvas. As sinergias possíveis entre os elementos são boa parte da otimização de dano e oferece uma boa variedade para qualquer jogador interessado em aprender a usá-lo.

Não há nenhuma forma de defesa além de uns seletos personagens tendo acesso a escudos nas suas habilidades, toda a mitigação de dano é feita através da esquiva, que compartilha um botão com o comando de “correr”. No que se trata de coordenação e timing, não há muito o que se falar sobre; toda a complexidade vem na forma dos elementos e de como o jogador decide usá-los.

Na exploração temos um sistema de fôlego que é necessário para correr, nadar, escalar e planar. Qualquer superfície é escalável, seja montanhas ou casas. Andar pelo mapa lhe disponibiliza várias cavernas, desafios e quebra-cabeças com diferentes recompensas, há bastante o que se fazer por Teyvat de início. Após um período inicial fazendo a história, o gameplay loop se resume a fazer algumas quests, explorar por colecionáveis que aumentam a fôlego e baús, e fazer os World Bosses por recursos, o que será discutido mais a fundo na próxima seção.

Monetização/F2P

Uma das dúvidas mais frequentes do jogo é sobre sua monetização, tendo em vista que o modelo gacha já carrega uma certa reputação consigo. De forma resumida, o jogo te dá quatro personagens inicialmente: Traveler, Amber (Pyro), Lisa (Electro), Kaeya (Cryo). Durante o período inicial também estavam distribuindo a Barbara (Hydro) para quem chegasse a um certo nível, mas apenas durante esse período inicial de lançamento. O patch 1.1 pode trocar esse personagem pela Fischl, o que pode apontar um hábito de dar um personagem novo por versão por enquanto, mas qualquer adicional vem apenas de seu sistema de gacha chamado de Wishes (desejos).

Basicamente, usa-se uma moeda premium chamada Primogems para rolar um dado e ganhar um item, as chances atualmente são de:

Itens de 3 estrelas94,3%Categoria composta somente de armas
Itens de 4 estrelas5,1%Atualmente composto de 14 personagens e 18 armas
Itens de 5 estrelas0,6%Atualmente composto de 5 personagens e 10 armas

A cada 160 Primogems pode ser feito um pull, ou seja, uma tentativa. A cada 10 pulls é garantido um item de 4 estrelas, aleatoriamente escolhido entre armas e personagens, e a cada 90 pulls é garantido um 5 estrelas, também sendo aleatório entre armas e personagens. Essa moeda premium é dada ao jogador através de quests, logins e baús (em quantidades bem pequenas), o que na prática resulta em uma quantidade limitada de recursos que podem resultar em pouquíssimos personagens para os jogadores mais azarados.

É perfeitamente possível fazer todo o conteúdo do jogo apenas com os personagens iniciais, Genshin Impact não é um jogo difícil, porém para quem gostaria de um personagem específico ou de variar elementos estará limitado a sua sorte ou a quanto quiser pagar pela chance de pegar o personagem.

Além do mais há um sistema chamado de “Resinas” que agem como uma limitação de conteúdo. Popular em MMOs coreanos e similares, o jogador tem X tentativas em certos dungeons/bosses antes de ter que pagar por mais entradas. Atualmente esse sistema faz com que o endgame se resuma a 30 minutos gastando-os e o resto procurando baús que fazem respawn para aumentar o Adventure Rank, que é o que limita o level dos personagens.

Falando em level, Genshin completamente descarta o modelo tradicional de XP, fazendo com que inimigos dêem quantidades ínfimas de XP por kill, fazendo com que a única forma consistente de evolução é através de itens especiais que só são adquiridos em quantidade significante através de quests de história, Resinas ou “Barganhas da Paimon”, ambos dos quais não são formas consistentes para um jogador F2P.

Em suma, não é um dos sistemas mais amigáveis para jogadores, mas não começa a limitar o seu tempo de jogo até os estágios finais. Se isso é algo que estraga o jogo por completo, depende de cada um julgar.

Sobre o port de PC

Para um jogo de celular, Genshin Impact não é muito exigente no hardware. Há poucos glitches e erros de otimização, fora a limitação de não poder customizar as teclas de comando (coisa que miHoYo confirmou que está vindo no patch 1.1 em 11 de Novembro) e um pouco de estranheza no movimento vertical do mouse. No geral, não é um ótimo port, mas é funcional.

PROS:

  • Explorar o mundo é extremamente satisfatório;
  • Reações elementais providencia uma boa variedade no combate;
  • A história, apesar de ainda incompleta, demonstra grande potencial;
  • Otimizar seu time é gratificante;
  • Ótimo design gráfico para personagens, cidades, ravinas e terrenos.

CONS:

  • Co-op limitadíssimo faz com que não seja um MMO muito social, tanto com estranhos quanto com amigos;
  • Sistema de resinas é extremamente limitado e te força a jogar pouco por dia ou gastar muito dinheiro;
  • Modelo gacha desencoraja testar builds diferentes e trocar de personagens.

PLATAFORMAS:

  • PC;
  • PlayStation 4;
  • Mobile.

NOTA: ☕️☕️☕️☕️

Genshin Impact mostra um projeto ambicioso de um estúdio com pouca experiência no gênero de RPGs single-player. Apesar de seu potencial, sua monetização estilo gacha limita muito do que Genshin poderia ser, exigindo muito dinheiro ou muito tempo para se aproveitar o que temos. Ainda assim, é uma das melhores opções para um jogo F2P que temos atualmente, especialmente para quem prefere um jogo pra logar, fazer dailies, explorar um pouco, e ir fazer outra coisa. Só espero que não se torne uma tendência para jogos de console e PC também…