Há alguns anos a Nintendo lançou em parceria com a Koei Tecmo o jogo Hyrule Warriors, título da série The Legend of Zelda feito com a proposta de um jogo Warriors da Koei. O jogo teve seu lançamento no Wii U e foi um dos títulos mais populares do console, mas isso não é muita coisa considerando o que foi o Wii U. Visto como um sucesso, pelo menos entre os verdadeiros fãs, o jogo foi portado para o Switch, onde ganhou vida nova e a empresa, Koei, continuou fazendo parcerias com outras franquias para lançar jogos Warriors. Até que a Nintendo voltou com a ideia e trouxe neste mês de novembro, Hyrule Warriors: Age of Calamity, um jogo no universo de Breath of the Wild, contando um pouco da história cem anos antes do glorioso título, algo que era novo para um Warriors, já que seu título anterior não era canônico. Agora com os recursos e público disponibilizados pelo Nintendo Switch, Hyrule Warriors e por consequência a Koei tiveram suas chances de brilhar mais que nunca como um jogo da série principal da franquia mais respeitada do video games.

Age of Calamity em sua essência é um Warriors. Com diversos personagens, o jogador deve passar as numerosas missões e desafios, conquistando campos, derrotando hordas de inimigos e controlando território. Os mapas são extensos, diversos e estão recheados de segredos que podem desbloquear surpresas nostálgicas ou até personagens secretos. Os personagens jogáveis aqui são Link, Zelda, seus campeões e alguns outros companheiros que estiveram com os respectivos na guerra.

Hyrule Warriors: Age of Calamity Review | Attack of the Fanboy

Pegando mecânicas de Breath of the Wild, o jogo permite fundir armas, melhorar equipamentos, customizar roupas e até cozinhar, tudo isto afetando diretamente a jogabilidade de cada personagem. Apesar disto, o jogo também tenta replicar o sistema de runas do jogo principal da série e faz um trabalho fraco quanto as físicas propostas. Aqui o jogador pode trancar as coisas temporariamente, fazer um bloco de gelo para nocautear inimigos, jogar bombas e usar o imã, sendo este último o pior trabalhado, com controles confusos que acabam tornando a ferramenta inutilizada.

Hyrule Warriors: Age of Calamity New Trailer Reveals Playable Divine Beasts

Falando em inutilização, nas missões com divine beasts, o jogo propõe uma mecânica de controle de movimento que é de longe a pior coisa no jogo, com giroscópio quebrado e sensibilidade inalterável. Felizmente há a possibilidade de desligar esse modo de controle, mas é uma pena por ser uma proposta boa.

Hyrule Warriors: Age of Calamity treats us to impressive gameplay from the  eShop demo - One More Game

Os personagens também tem um sistema simples de progressão por níveis, mas também possui diversos upgrades que podem ser liberados ao conseguir itens espalhados pelo mapa. Além disto, Age of Calamity compartilha de muitos detalhes de Breath of the Wild, até em detalhes de menus, o que é extremamente louvável. O mundo é extremamente parecido com o título original, assim como estilos de luta de heróis e inimigos presentes no jogo.

Hyrule Warriors: Age of Calamity' is a hack-and-slash 'Breath of the Wild'  prequel | Engadget

Quanto a parte técnica, o jogo leva o hardware do Nintendo Switch ao seu limite, forçando renderização de objetos em massa que prejudicam um pouco a performance, caindo ocasionalmente alguns quadros por segundo abaixo de trinta, principalmente nas missões onde se controlam divine beasts ou cai chuva. Não fica injogável, mas é notável o esforço do hardware devido a uma necessidade gráfica maior que a do primeiro Hyrule Warriors, mas que felizmente cumpre seu papel e traz visual tão bem quanto o jogo principal.

Rhoam Bosphoramus Hyrule - Zelda Dungeon Wiki

E aí que o jogo brilha – em suas cutscenes e diversos momentos que os fãs tanto ansiavam por ver desde Breath of the Wild. Com alguns dos melhores momentos do ano em questão narrativa, o jogo consegue quebrar expectativas positivamente sobre a história, trazendo uma alternativa que quebra mais uma vez as linhas do tempo de Zelda, dando luz a um futuro escuro que era esperado, além de dar vida a personagens pouco explorados previamente.

Falando em vida, a trilha sonora e estilo de arte de Age of Calamity são tão impecáveis quanto Breath of the Wild. Com uma trilha sonora mais violenta e ativa que o jogo original, temos momentos mais que memoráveis devido a qualidade do trabalho realizado aqui e a arte da ainda mais vida ao mundo morto de Breath of the Wild, com cidades cheias e castelos pesados.

PROS:

  • Refrescante musou canônico em The Legend of Zelda;
  • Variedade de personagens jogáveis com verdadeira importância para a história;
  • Série de easter eggs e desbloqueáveis;
  • Sistema de crafting e manutenção;
  • Arte, tanto visual quanto sonora, em sintonia absurda com a proposta;
  • Reviravoltas interessantíssimas;
  • Considerável e bem-vindo post-game;
  • Modo cooperativo muito bem colocado.

CONS:

  • Queda de performance frequente;
  • Físicas mal implementadas;
  • Controle de divine beasts.

PLATAFORMAS:

  • Nintendo Switch (plataforma analisada).

NOTA: ☕☕☕☕☕

Hyrule Warriors: Age of Calamity é a síntese de uma obra de arte fleumática que ascende ao perpassar do tempo, e no fenecimento encontra a transcendência de seu jaez, sua estrutura é frugal mas sua visão é incólume e sine qua non a agrura de sua jornada, apesar de perene no remate se esteia.