Publicado pela Yacht Club Games (estúdio responsável por Shovel Knight) e desenvolvido pelo estúdio finlandês Mechanical Head Studios, Cyber Shadow é um platformer retro inspirado por títulos como Ninja Gaiden, Mega Man, Metroid, entre outros.
Sua apresentação é extremamente fiel ao que o jogo é de fato, o jogo lembra muito The Messenger por puxar inspirações do mesmo arquétipo, mas com algumas visíveis de decisivas diferenças. Cyber Shadow é mais comprometido com a idéia de um jogo retro, tanto em jogabilidade quanto narrativa. Sua jogabilidade é minimalista, fazendo pouco uso de tutoriais para explicar suas mecânicas e tendo uma curva de dificuldade alta comparada à média, enquanto sua narrativa faz uso de alguns cinemáticos de pixels bem característicos da época que videogames começaram a se importar com história em seus jogos.
Sua história e trilha sonora são bem reminiscentes dessa época, são dois aspectos bons do jogo, mas não memoráveis a ponto de elevar a experiência. Onde ele realmente brilha é em sua jogabilidade e level design, apesar de começar bem devagar com apenas a movimentação básica e um ataque simples, ao pegar novos poderes o jogo muda drasticamente de ritmo para um plataforma frenético e estiloso.
Sua curva de progressão é bem feita e o level design acompanha sua evolução, te dando mais e mais oportunidades de tentar rotas mais rápidas e ousadas, além de incorporar os inimigos de forma intrínseca ao platforming, apesar de que só da metade para a frente do jogo. Sua dificuldade com certeza lembra de clássicos que o inspiraram como Ninja Gaiden, mas com um sistema mais moderno de checkpoints e algumas mecânicas de atenuação como a possibilidade de comprar alguns upgrades nos checkpoints que permitem reencher completamente sua vida, barra de especial, ou gerar um power-up a cada tentativa. Fora isso, power-ups podem ser encontrados pela tela, escondidos atrás de paredes quebráveis ou similares; eles duram até 3 pontos de dano que o jogador recebe, criando um sistema de recompensa conforme o quão bem sua performance é. Apesar de ser um jogo um pouco mais difícil que de costume, Cyber Shadow jamais chega a ser frustrante com exceção de alguns de seus inimigos que tem padrões de ataques extremamente simples como “andar em linha reta até o jogador” que pode causar problemas já que nosso arco de ataque é fixo e não há como agachar.
Sua duração total é de 5 a 8 horas dependendo de quantas tentativas forem necessárias para passar suas fases e quanto backtracking cada jogar julgar necessário. O jogo é dividido por capítulos e é possível voltar aos anteriores a qualquer momento para pegar upgrades que até então estavam inacessíveis. Apesar de tudo, essa mecânica quebra muito o ritmo do jogo. Cyber Shadow não é um Metroidvania, e seu level-design deixa isso claro, apesar de jogar telas passadas com novos poderes passarem uma impressão de que você está mais forte, essa segunda passada pelas telas não é interessante nem conseguem prender sua atenção por muito tempo.
Fora isso, sua maior falha cai em controles ambíguos e diminutos. Cyber Shadow faz questão de usar apenas os 4 direcionais e 2 botões, dos quais um é para ataque e um para pulo. Essa decisão é mais uma referência aos jogos de NES onde o controle contia apenas dois botões, mas as evoluções de controles se deram justamente para expandir as opções e permitir menos ambiguidade nos comandos do jogador. O maior exemplo disso vem com o powerup de dash. Ao usar o comando de duplo-toque na direção cria-se um problema ao ajustar seu espaçamento no combate, ou na ativação intencional em um momento de urgência. Tal problema poderia ser facilmente evitado ao usar um dos 6 botões disponíveis em todos os controles atuais.
Em suma, Cyber Shadow é exatamente o que propõe ser. Apesar de não ser perfeito, suas falhas não são significativas o suficiente para estragar a experiência de um plataforma retrô, mas ao mesmo não faz nada que já não tenhamos visto ou alcança um nível de polimento e qualidade acima do esperado.
PROS:
Ótima estética retro;
Bom level design;
Combate satisfatório;
Dificuldade bem executada entre desafiadora sem ser frustrante;
Movimentação extremamente fluída.
CONS:
O comprometimento com a idéia de um jogo retro as vezes atrapalha seu design;
Design de inimigos requer mais decoreba do que reflexo;
Backtracking desnecessário para um jogo do gênero;
Um pouco curto.
PLATAFORMAS:
PC – Steam, GOG, MS Store (Disponível no Gamepass);
Nintendo Switch;
PlayStation 4;
Xbox One (Disponível no Gamepass).
NOTA: ☕️☕️☕️☕️
Pra ser bem honesto, estou feliz com o ressurgimento que platformers vem tendo na indústria. A sétima geração sumiu com boa parte deles e eu me perguntava se realmente se tornaram obsoletos e só existiriam nas antiguidades, mas graças a alguns remakes e os desenvolvedores indies, eles demonstraram ainda ter um mercado e lugar na nossa cena atual
Para mim, Cyber Shadow é 70% do que é um The Messeger. Ambos jogos tomaram inspirações das mesmas fontes, mas Messeger evoluiu e ampliou enquanto Cyber Shadow apenas reviveu e deu uma leve polida. É claro, The Messeger foi feito por um pequeno estúdio de 20 pessoas enquanto Cyber Shadow foi produto de uma única pessoa, então creio que tenha muito mérito no que é.
Super Meat Boy Forever é jogo de plataforma desenvolvido e distribuído pela Team Meat. Inicialmente foi lançado com exclusividade para Nintendo Switch e Epic Games Store, em 23 de dezembro de 2020. As versões de Playstation 4, Xbox One, Steam, Ios e Android tem previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2021.
Depois de uma década, o bolo de carne mais querido do mundo dos jogos eletrônicos retorna para mais uma aventura. O Super Meat Boy original causou impacto na época em que foi lançado por conta de sua extrema dificuldade e personagens carismáticos. O retorno da franquia teve várias alterações significativas que mexeram nos conceitos básicos do título anterior.
O enredo manteve a premissa do anterior. Meat Boy e Bandage Girl agora possuiem uma adorável filha chamada de Nugget. Enquanto a família estava desfrutando o tão aguardado momento de lazer, o Doutor Fetus reapareça para atormentar a vida casal e rapta a filha para utiliza-la como cobaia para seu novo experimento. Meat Boy e Bandage Girl vão precisar juntar forças para derrotar o Doutor Fetus mais uma vez com objetivo de resgatar a filha.
A trama teve um aprofundamento maior ao adotar cinemáticas com animações de alta qualidade que possibilitaram explorar as motivações dos personagens e reviravoltas. Outro enfoque que as animações apresentaram foi o uso de humor ácido que lembra bastante aqueles desenhos animados do “Adult Swim”. Por conta do envolvimento de muitos personagens no jogo agora possui um leque de personagens que podem ser desbloqueados para serem utilizados nas fases. O enfoque dado a história contribuiu para dar brechas para futuras empreitadas dentro da franquia.
A jogabilidade segue o mesmo ritmo plataforma do original com a diferença que virou um corredor infinito. Agora Meat Boy corre infinitamente de forma linear podendo trocar de direção somente pulando de parede em parede ou acionando botões de mudança de sentido. Essa mudança de postura na jogabilidade deixou ele mais difícil que o antecessor exigindo mais precisão nos pulos. Além disso foram adicionados novas habilidades para os protagonistas em cada fase contribuindo para deixar a experiência fresca em cada jogatina. Os colecionáveis voltaram mas com outro formato. Os curativos foram trocados por chupetas que são usadas para liberar novos personagens. Para acessar as famosas fases invertidas é necessário indetificar situações onde a tela do jogo ficar tremida. Nestes casos vai aparecer um relógio flutuante onde o jogador precisa acertá-la para liberar a fase.
Nesta nova interação de Meat Boy, as fases passaram a ser geradas aleatoriamente. A cada novo arquivo de jogo gerado acontece um rearranjo de cada desafio do jogo mudando sua ordem. Na prática essa mudança foi positiva por dar variedade nas novas jogatinas, o que possbilita experiências diferenciadas para cada jogador.
A trilha sonora está ótima com melodias bem diversificadas que caracterizam os temas de cada fase. As referências a outros jogos eletrônicos e filmes voltaram trazendo mixagens bem nostálgicas.
Os cenários foram bem trabalhados adicionando variedade que é transmitida durante a transição das fases. Os inimigos de cada estágio são diferenciados e contribuiem em fornecer desafios a todo instante ao protagonista.
Em relação a parte técnica não teve problemas significativos que pudessem comprometer a jogatina. O ponto que causou transtornos foi a demora de carregamento das fases. Outro aspecto que incomodou está ligado ao tempo de resposta ao acionar os botões e em certos momentos não transmitia com precisão o que ocasionou atrasos durante a execução dos comandos.
Super Meat Boy Forever é uma sequência que conseguiu modificar positivamente sua fórmula de jogo e ao mesmo tempo não perder suas carcterísticas fundamentais. É um jogo bastante difícil que vai render horas de frustação mas possui aquele carisma dos personagens para suavizar nos momentos mais desafiadores. Este título concretizou o nome do Meat Boy no imaginário dos jogos eletrônicos e fica a expectativa sobre quais outras novidades serão adicionadas nos futuros títulos.
Half-Life é um dos titãs da indústria de jogos. Lançado no final de 1998, é um jogo que redefiniu as possibilidades na indústria, com gráficos 3D absurdos, uma jogabilidade responsiva e imersiva, e uma duração impressionante. Atualmente o jogo de 98 não envelheceu bem em nenhum dos aspectos citados acima; gráficos obviamente foram a maior evolução da indústria, sua jogabilidade está repleta de erros e elementos arcaicos (apesar de boa parte de seu design ainda ser relevante), e talvez seja tenha alguns momentos desnecessariamente compridos como On a Rail e Xen. Independente de tudo isso, ainda é um jogo com valor histórico e uma filosofia de design atemporal, o que faz ser um título que vale a pena para qualquer pessoa com interesse em videogames. Em 2004, Valve atualizou sua engine da GoldSrc (que começou como uma modificação pesada em cima da engine de Quake da iD Software) para Source, uma engine de autoria própria da Valve. Para demonstrar sua portabilidade, Half-Life foi usado de exemplo e portado de GoldSrc para Source.
Infelizmente, essa versão não era a atualização que muitos esperavam. Seu foco era puramente demonstrar as capacidades da nova engine e não uma atualização da franquia, isso estava guardado para o final do ano com Half-Life 2 (uma das continuações mais bem sucedidas da história dos games). Porém, era durante essa época que mods, modificações em jogos feita por fãs, começaram a ganhar popularidade. Mais que uma pessoa teve a idéia de fazer um verdadeiro remake de Half-Life 1 para que ele ficasse mais em sintonia com Half-Life 2, e ao juntar tais pessoas em um único time, eventualmente surgiu a Crowbar Collective, um estúdio de dois projetos com objetivos similares.
Porém, sendo um projeto de fãs, Crowbar Collective não tinha a estrutura de uma empresa comum. Todos os integrantes trabalhavam remotamente, organizando seus esforços através de chats, fóruns, e versionamento de builds, o que atrasou consideravelmente seu desenvolvimento. Oito anos se passaram até que a primeira build jogável aparecer na Steam, até então vários sites julgavam o projeto como um fracasso e promessas vazias.
Em 2013 o projeto teve uma alavanca, e durante uma grande atualização para a Source engine que facilitava desenvolvimento para ela de várias formas, a Valve contatou a Crowbar Collective para sugerir um lançamento comercial. Até então um mod gratuito (como de costume), a proposta era de transicionar para um produto com a licença oficial de sua engine Source. Obter o apoio oficial da Valve seria algo extremamente benéfico para o desenvolvimento de seu projeto, então apesar da idéia inicial ser um projeto não-lucrativo, a Crowbar Collective aceitou a oferta e começaram a segunda fase do projeto, tendo aproximadamente 75% do jogo pronto até 2015.
Nesses últimos anos, além de polimento do resto do jogo, seu tempo foi usado refazendo os últimos capítulos do jogo que se passavam em um cenário extremamente diferente do resto de Half-Life. Tempo de desenvolvimento foi colocado em tentar entender a filosofia de desenvolvimento da Valve no lançamento desse primeiro jogo, restaurando conteúdo cortado, e adaptando para uma nova indústria com novas sensibilidades.
E depois dessa jornada, Black Mesa finalmente tem sua edição definitiva lançada em 2020 com todos os capítulos e correções na loja da Steam. Sua recepção foi extremamente positiva, tanto para o público, quanto até mesmo para a própia Steam/Valve que promoveu o jogo como como parte oficial de sua franquia. Apesar de ser feito por um estúdio remoto de fãs cujo desenvolvimento é apenas um hobby, o jogo tem qualidade profissional.
Como um remake
Remakes são uma categoria própria na sua avaliação. Diferente de Reboots que não tem muito compromisso com a série fora as características básicas, Remakes tem um balanço delicado entre se manter fiéis ao material de origem enquanto modernizam seus aspectos arcaicos, alguns chegam o mais próximo que um relançamento possa chegar de uma conversão 1:1, como Spyro Reignited, enquanto outros mudam bastantes aspectos enquanto mantém tudo que fez o original famoso, como Resident Evil 2, nessa escala Black Mesa se aproxima de uma conversão 1:1, com seu level design, história, diálogo, easter eggs e gunplay são praticamente idênticas enquanto algumas mecânicas foram atualizadas, o design auditivo foi completamente refeito com alterações perceptíveis, algumas partes do original que foram amplamente criticadas foram remodeladas com grandes diferenças, e é claro, seus detalhes visuais tiveram algumas mudanças para acomodar um jogo de alta resolução e texturas melhores.
De forma geral, porém, Black Mesa é um ótimo balanço entre nostalgia sem qualquer empecilho. Tudo que fez o Half-Life ganhar sua fama está presente sem quaisquer alterações estruturais, e as poucas mudanças realmente feitas não vão ser perceptíveis a não ser que comparados lado a lado simultâneamente.
Como um jogo próprio
Por fim, como Black Mesa seria para alguém que jamais teve contato com a série? Apesar de Half-Life ser um dos pilares que iniciaram o movimento de jogos mais narrativos e cinemáticos, sua direção é completamente inversa ao que essa idéia se tornou hoje em dia. Do momento que se começa um novo jogo até seus momentos finais, estamos em total controle do protagonista Gordon Freeman. Não existem cutscenes no jogo e diálogos são entregues sem ênfase cinemático.
Fora isso Black Mesa é um shooter em primeira pessoa com um sistema de pontos de vida e armadura, recuperação através de pick-ups e estações de cura, um arsenal variado que está sempre disponível sem precisar gerenciar apenas duas armas, e um level design que, apesar de linear, pode ser extremamente confuso para os padrões de hoje em dia, tendo várias formas inconvencionais de se progredir para os próximos eventos. Não é incomum para um primeiro playthrough ficar perdido em certas partes sem qualquer dica para onde ir ou o que fazer, se isso é algo bom ou ruim, depende da preferência de cada jogador sobre qual tipo de experiência é mais satisfatório.
De uma forma geral, é um jogo sem igual no mercado atual.
PROS:
A clássica jogabilidade retro com melhorias e modernizações que não destoam de sua essência;
Gráficos fenomenais e muito bem otimizados para máquinas mais antigas;
Level design atemporal se mantém extremamente agradável de se revisitar ou explorar pela primeira vez;
Nova trilha sonora é uma melhoria inquestionável a atmosfera e qualidade geral;
Um ótimo balanço entre agência total do jogador e ação cinemática;
Um perfeito balanço entre alterações e recriações moderniza a obra sem se desviar do original.
CONS:
É extremamente fácil se perder e ficar preso em certas seções do jogo para novatos do gênero;
Os últimos capítulos refeitos cometem alguns dos mesmos erros que o original.
PLATAFORMAS:
PC – Steam.
NOTA: ☕️☕️☕️☕️☕️
Caso você esteja se perguntando o porquê desse título, Black Mesa passou mais de 15 anos em desenvolvimento até ficar totalmente completo. No momento que puseram o ponto final em seu projeto, a Valve já tinha retornado na produção de jogos single-player com Alyx. Sua chegada foi ofuscada por esse retorno e, portanto, veio numa hora um tanto errada para o time. Half-Life não é uma franquia que teve um bom relacionamento com projetos de fãs. Muitos não passaram de sua fase inicial de criação, e os que foram lançados como produtos comerciais como Hunt Down the Freeman e Projekt foram extremamente controversos na sua qualidade. A eventual pressão que o sucesso de Black Mesa poderia causar reacendendo a demanda por um Half-Life foi substituída por HL-Alyx.
Independente disso, Alyx é um jogo de VR que ainda está fora do alcance da maior parte de sua fanbase, e é nesse momento que Black Mesa é o remake certo, sendo um ótimo ponto de entrada para fãs retornando a franquia ou novos jogadores descobrirem o motivo de sua fama.
E é claro, é uma das citações mais famosas de G-Man, como escrever sobre Half-Life sem mencionar ela uma vez, não?
O ano de 2020, lento e assustador, está chegando ao seu fim. Fechando este com sua maior glória e com a maior atenção do Café com Geeks, após um infeliz cancelamento da edição de animes do ano passado devido à pandemia (que ocorreria no começo deste ano), decidimos oficializar nossa premiação de Melhores Animes de 2020.
Nosso evento oficial deve ocorrer após o Barão de Jogos, então não se preocupem!
Para ver as categorias e fazer suas escolhas, completem este formulário ilustre feito na plataforma Google.
Vergil é uma DLC do jogo Devil May Cry 5, desenvolvido e publicado pela Capcom e está disponível para PS4, Xbox One e PC. Para os consoles de nova geração, está incluso na versão Devil May Cry 5 Special Edition.
Depois de um ano e meio de espera, Vergil está de volta! O filho de Sparda mais aguardando da saga retorna mais forte do que antes. Depois de sua primeira aparição como personagem jogável no Devil May Cry 3 Special Edition, tornou-se um querido dos fãs e apareceu em todas as versões especias da saga depois disso.
A versão do jogo utilizando o Vergil funciona da mesma maneira que os antigos jogos, os cenários e os inimigos do jogo base são os mesmos, as cutscenes do início e do final são alteradas e todas as outras são retiradas, ou seja, o conteúdo não é a história pelo ponto de vista do personagem, mas sim o jogo original com Vergil.
A jogabilidade é baseada nas versões anteriores, existe uma barra de concentração localizada acima da barra de vida do personagem, que é baseado no estilo frio e calculista de Vergil. Além disso, o arsenal do filho de Sparda possui três armas com estilos diferentes, a Yamato, a Beowulf e a Mirage Edge, cada uma tem uma especialidade, complementando se durante os combos. Por exemplo, a Beowulf possui golpes fortes focados em um alvo que podem ser carregados para dar mais dano, diferente da Mirage Edge que possui golpes mais rápidos e com alcance maior para controle de grupos de inimigos.
A barra de concentração de Vergil enche acertando inimigos, ficando perto deles ou ficando parado, para não diminuir a concentração, o jogador deve evitar tomar golpes de inimigos, errar os ataques ou ficar correndo. Dominar a barra de concentração é essencial para realizar combos, já que ela possui três níveis que recompensam o jogador além de aumentar o dano causado, no nível um é possível bloquear os ataques dos inimigos ao apertar o botão de lock-on na hora certa, o nível dois libera os golpes especias de cada arma, apertando frente + Triângulo/círculo (ou Y/B) para ativar e destruir qualquer inimigo perto.
A trilha sonora dessa se destaca com a música tema de Vergil: ”Bury The Light”, que se equipara ao alto nível musical do jogo base. Ademais, é possível liberar 4 músicas dos jogos anteriores para trocar o tema de qualquer um dos 4 personagens jogáveis.
PLATAFORMAS:
PC;
PlayStation 4 (plataforma analisada, chave concedida pela Capcom);
PlayStation 5;
Xbox
PROS:
Gameplay extremamente divertido;
Estilo de jogo semelhante ao dos jogos anteriores com maiores variações de golpes;
Trilha sonora;
Jogar com um dos personagens mais queridos da franquia.
CONS:
Não acrescenta na história do jogo base;
Não existem grandes mudanças nas missões (semelhante aos jogos antigos).
NOTA: ☕☕☕☕
A DLC veio como um aperitivo para os usuários de PS4, Xbox One e PC, já que a versão especial só está disponível para nova geração, mas que consegue entregar uma gameplay incrível e acelerada como os fãs estavam esperando.
Café dos colonos é uma coluna onde revisitamos títulos antigos com recomendações (ou não) de jogos clássicos. Uma boa dose de nostalgia e história da indústria de jogos.
Desenvolvido simultaneamente com Final Fantasy VIII e tendo como plano inicial ser um spin-off, FFIX teve uma meta de desenvolvimento interessante. Seu propósito era ser um título comemorativo e que não faria parte da saga principal.
Durante a quinta geração de videogames a Square Soft encontrou sua era de ouro, tanto comercialmente quanto criativamente. Expandindo além de RPGs, eles produziram títulos como Bushido Blade, Einhänder, Parasite Eve, Brave Fencer Musashi, Tobal No 1, spin-offs como Chocobo Racing e Final Fantasy Tactics e os sucessos esmagadores de FFVII e FFVIII, esse título comemorativo tinha como objetivo fechar a contribuição da Square na geração com uma chave de ouro. Em uma entrevista de Sakaguchi para promover o lançamento do jogo, ele disse que esse jogo era o mais próximo de um Final Fantasy ideal na visão dele, e tal afirmação com certeza foi confirmada pela recepção crítica e pública da época.
Se afastando de temas modernos/magipunk que VII e VIII tinham, IX voltou a usar uma temática medieval com um leve tom de steampunk onde a tecnologia começava a surgir. Seu design de personagens tentou fazer o uso dos melhores gráficos que o PlayStation 1 conseguia fazer na época junto com uma estilização um pouco mais cartunesca para adicionar ao tom de fantasia distinto dos primeiros jogos. Até mesmo sua trilha sonora demonstra um enorme carisma e personalidade, com o famoso compositor Nobuo Uematsu relatando que tanto suas músicas foram modeladas pelo jogo quanto vice-versa, ao invés de se manter preso a um gênero musical, ele apenas restringiu sua composição para um tema “medieval” e cada música era feito sob medida para a situação que a acompanhava.
E a história propriamente dita é onde o jogo brilha mais intensamente. Final Fantasy sempre teve um histórico de narrativas bem recebidas por críticos e fãs simultaneamente, mas IX merece um patamar próprio dentro desse panteão pelos personagens carismáticos, suas motivações distintas, o mundo e seus reinados, e seus temas integrados de forma natural no enredo. Mesmo jogando com um olhar crítico e meticuloso, a qualidade de sua história ainda impressiona independente de quaisquer tropeços ou engasgos que possa ter no caminho. Seu ritmo é um balanço perfeito que nunca se torna tedioso e nem inundando o jogador com termos e exposição fora de hora. Sua atmosfera é dinâmica e variável, ao invés de manter um único tema como pilar os objetivos vão evoluindo ao passar do tempo e o jogo contém tanto momentos descontraídos como um torneio de cartas até o desespero trazido pela guerra em primeira mão. Final Fantasy IX contém um pouco de tudo e nada deixa a desejar, desde seus momentos iniciais com um pequeno Black Mage perdido em uma cidade grande até sua conclusão espetacular.
Em seu outro lado menos grandioso, sua jogabilidade é a clássica batalha de turnos com a mecânica icônica de Active Time Battle, cada personagem tem um “timer” antes de poder agir. Apesar desse sistema ser revolucionário na época, ele não envelheceu muito bem mesmo para quem gosta do modelo mais tático de um sistema de turnos. Sua justaposição de uma batalha tática com uma barra lhe forçando a agir rápido é uma combinação que atrapalha a cautela de batalhas difíceis, apesar de adicionar uma certa tensão a elas, mesmo que artificial.
Cada personagem tem uma distinta função, onde apenas Zidane tem acesso a steal, apenas Vivi consegue usar black magic e apenas Garnet tem acesso a white magic (inicialmente). Apesar desse design adicionar personalidade aos personagens e dar um certo nível de estratégia, o sistema de party só se torna dinâmico perto do final do jogo e mesmo assim requer muito manuseio dos menus para fazer simples ajustes na sua equipe. Fora as animações repetidas e as vezes demoradas faz com que tudo possa se tornar um tanto quanto irritante ao percorrer do jogo. O relançamento HD traz algumas funcionalidades visando “corrigir” esses problemas, mas isso será abordado na seção relevante.
A melhor parte de seu gameplay está na preparação de batalhas, FFIX foi um dos primeiros RPGs a fazer uso de um sistema de XP para armas e armaduras. Ao invés de adquirir habilidades novas através de níveis ou pontos especiais, cada equipamento traz consigo algumas habilidades passivas e/ou ativas atrelado a si, e o personagem equipado pode fazer uso delas se a sua classe for condizente. Após um determinado número de batalhas com essa arma ou armadura equipada, o personagem adquire a habilidade para uso independente do equipamento, criando um gerenciamento de inventário que vai além de simplesmente trocar as coisas velhas por outras que tem um número maior. As habilidades passivas custam uma certa quantidade de AP para serem equipadas, mas podem ser trocadas livremente antes de qualquer batalha.
Além disso, algumas cidades possuem lojas de Synthesis que combinam diferentes equipamentos em versões novas e mais fortes. Ao invés de simplesmente vender qualquer coisa que não tem uso imediato, o jogo encoraja exploração e reciclagem dos vários equipamentos, mantendo um interesse constante em gerenciar os recursos de sua party.
De uma forma geral, sua jogabilidade não é o ponto forte do título, e talvez seja um empecilho para aproveitar as suas outras qualidades, mas é um empecilho que vale a pena ser superado. E em qualquer momento que as batalhas começarem a incomodar, sempre é possível jogar uma partida de Gwent Tetra Master com o NPC mais próximo para descontrair.
O relançamento HD
Em 2016 o jogo recebeu um relançamento para celulares e Steam. Recebendo algumas alterações em seu conteúdo e, como mitigação de seu sistema de batalha antiquado, quatro modificadores que podem ser ligados e desligados a qualquer momento com atalhos:
High Speed – Acelera todas as animações do jogo, efetivamente fazendo um “overclock” de tudo. Imprático de se usar em batalhas considerando que qualquer tempo desperdiçado no menu é perda de DPS.
Battle Assistance – Liga o Trance de cada personagem, trava a barra de ATB no máximo, e faz com que todos os personagens sempre tenham HP e MP máximo. Membros da equipe ainda podem ser mortos se o ataque for maior de que HP máximo do alvo.
9999 – Faz com que todo ataque do jogador cause 9999 de dano.
Safe Travel – Desabilita encontros aleatórios.
Além dessas opções, no menu é possível habilitar mais 3 “trapaças” que facilitam ainda mais o jogo, porém travam as conquistas/troféus.
Em 2017, foi lançado para consoles (PS4, Xbox One, Nintendo Switch) e para Windows Store. Há mais algumas alterações feitas em cima da versão de celular/Steam, mas a versão é funcionalmente a mesma.
Para PC os ports são precários, não havendo boas opções de controle, tendo animações e menus travados em 30 FPS mas não a aplicação restrita a 30 FPS. Ou seja, é necessário usar um software externo como RivaTuner para artificialmente limitar seu frame-rate para que algumas funções funcionem corretamente. Seu tempo de carregamento é inaceitável nas transições de exploração para batalha. Fora o contraste visível dos modelos em HD com um fundo estático de baixa resolução. Esses são os problemas mais proeminentes, e há alguns mods feito por fãs corrigindo-os, mas somente para a versão da Steam.
Apesar de todos os problemas devido à falta de cuidado da Square Enix em portar o jogo corretamente para as novas gerações, ainda é um jogo que vale a pena ser jogado, tanto para revisitá-lo, ou para experimentá-lo pela primeira vez. Final Fantasy IX é uma obra prima que merece a sua atenção independente da sua impressão da série como um todo.
PROS:
Excelente trilha sonora que amplifica a ambientação e história;
Elenco de personagens memoráveis e carismáticos;
Uma ótima história e um marco em vários temas abordados por JRPGs;
Ótimo sistema de evolução de personagens que incentiva preparação antes de batalhas difíceis;
Um sistema atemporal de progressão de personagem atrelado a equipamentos, incentivando a exploração e gerenciamento de recursos.
CONS:
Um péssimo port para PC que requer mods para a melhor experiência;
O sistema de combate não envelheceu muito bem, apesar de ser levemente mitigado por algumas “trapaças” incluídas na versão HD;
Algumas seções exigem guias ou recarregar saves pois são completamente imprevisíveis.
PLATAFORMAS:
Nintendo Switch;
PC – Steam, MS Store (Incluído no GamePass no momento de escrita dessa análise);
PlayStation 4;
Xbox One (Incluído no GamePass no momento de escrita dessa análise).
NOTA: ☕️☕️☕️☕️☕️
Eu nunca fui o maior fã de Final Fantasy. Ao jogar o IX por recomendação de um amigo eu não esperava muito além de um “é legalzinho”, mas fui agradavelmente surpreendido até o final do jogo. Sua sutileza e nuance na história é algo que eu não vejo normalmente nos títulos de FF da geração 3D, mas como seu objetivo era relembrar e reinventar, uma boa magia de seus primeiros títulos está presente junto com a qualidade e melhorias trazido pela evolução da tecnologia. E se o próprio criador da série diz ser o seu favorito e a visão ideal de o que um Final Fantasy deveria ser, quem sou eu pra discordar não é mesmo?
“Roundguard” é um jogo de fliperama com características “roguelike” desenvolvido pela Wonderbelly Games e distribuído pela The Quantum Astrophysicists Guild. O presente título foi lançado em março de 2020, para IOS, Android, Microsoft Windows, MacOS, tvOS, Nintendo Switch, Xbox One e Playstation 4.
A história é simples e serve somente para contextualizar os acontecimentos da trama. O enredo tem início quando o imponente castelo Springbottom é atacado por uma variedade expressiva de criaturas monstruosas. O jogador precisa controlar os fieis guardiões da Coroa para expulsar os invasores e salvar o rei que foi aprisionado pelo líder da ocupação no castelo. A campanha possui três atos e dependendo do nível e fortitude do personagem pode ser terminado em uma hora. No final de cada campanha, a pontuação é enviada para um ranking global incentivando novas jogatinas.
A jogabilidade mistura mecânicas de jogos clássicos como “Brick Breaker” e “Pinball” com o estilo “Rogue Like”. Cada jornada é única e caso o personagem morra será preciso recomeçar todo o progresso. Apesar desse fator dificultante, as conquistas adquiridas na jornada anterior como relíquias que melhoram status físicos e de mana do personagem são carregados para uma nova expedição. Existem três classes disponíveis: Guerreiro, Vampira e Maga. Cada classe possui uma habilidade especial. O guerreiro pode fazer um golpe giratório contudente, a vampira pode parar o tempo possibilitando mirar manualmente seu alvo e a maga pode fazer ataques à distância. As fases possuem determinado número de inimigos a serem derrotados e para fazer isso é necessário lançar o personagem neles. Derrotando todos abre a possibilidade de escolher a recompensa podendo ser arma, armadura e golpes especiais que completam a habilidade de classe de cada personagem. A missão não será simples por conta da física de pinball que permite o personagem ricochetear para vários lados e a base da fase que é recheada de espetos sendo a única maneira de escapar aterrisando em uma almofada móvel. O grande diferencial desse “rogue like” e poder escolher o trajeto até a batalha final. Existem salas de recompensa, chefes secundários e inimigos específicos. Ao completar cada sala, o jogador é recompensado com dinheiro e seu acúmulo possibilita aumentar as chances de receber boas recompensas no mini jogo de roleta mágica que ocorre no intervalo de cada ato.
Além da campanha possui dois modos de jogo adicionais. Quebra-cabeça diário onde uma fase é montada diariamente para desafiar o jogador com um nível desenhado de forma a utilizar um escasso número de itens. O Desafio semanal gera uma missão semanalmente desenhada em uma dificuldade extrema exigindo muita paciência por parte do jogador.
A arte do jogo é bem simples e não possui muito destaque. Mesmo cada ato passando em locais diferentes não tem muita variedade parecendo em certos momentos estar sempre no mesmo lugar. Mesmo os cenários não serem atrativos, os personagens são carismáticos. O visual adotado procurou caracterizá-los com uma estrutura baixa com a cabeça maior que o corpo. Além disso o diálogo entre eles tem momentos divertidos.
“Roundguard” é um jogo divertido que mistura com qualidade mecânicas de jogos filperama com progressão “roguelike” garatindo horas de diversão. Mesmo sendo rápida sua conclusão é estimulante tentar novas estratégias com diferentes personagens para alcançar novos recordes de pontuação. Uma ótima pedida para os fãs do gênero Fliperama.
PROS:
Jogabilidade divertida;
personagens carismáticos;
Sistema de progressão;
Variedade entre as classes.
CONS:
Cenários pouco inspirados.
NOTA: ☕☕☕
PLATAFORMAS:
IOS
Android
tvOS
Microsoft Windows
MacOS
Nintendo Switch (plataforma analisada, chave concedida pela The Quantum Astrophysicists Guild)
Xbox One
Microsoft Windows
Playstation 4
“Roundguard” é um jogo divertido que mistura com qualidade mecânicas de jogos filperama com progressão “roguelike” garatindo horas de diversão. Mesmo sendo rápida sua conclusão é estimulante tentar novas estratégias com diferentes personagens para alcançar novos recordes de pontuação. Uma ótima pedida para os fãs do gênero Fliperama.
“No More Heroes” é um jogo de ação e aventura focado em batalhas frenéticas de espadas, desenvolvido pela Grasshopper Manufacture e distribuído pela Marvelous Entertainament, exclusivamente para o Nintendo Wii no ano de 2007. Futuramente foram lançadas versões para outros consoles como o PS3 e Xbox 360, em 2011, e o Nintendo Switch, em 2020.
O jogo nasceu pela vontade de Goichi Suda publicar um titulo de ação que envolvesse combate por controle de movimento. O Nintendo Wii estava fresco no mercado na época e a equipe de desenvolvimento o transformou como título exclusivo da plataforma. Goichi Suda teve a ideia a partir de uma cena do filme “Jackass” onde o protagonista é picado por um escorpião. Travis Touchdown, o protagonista da franquia, teve suas características baseadas nesse escorpião letal que ataca implacavelmente suas vítimas. Sua arma principal possui um ferrão na extremidade que se assemelha ao membro de defesa do escorpião.
A história do jogo é bem direta e sem grandes reviralvoltas. Travis Touchdown é um jovem otaku desempregado sem perspectiva de vida, que decide se tornar um assassino profissional depois que uma bela moça chamada Sylvia o ofereceu uma oportunidade para entrar na tabela da União dos Assassinos da América. Caso ele alcance a primeira posição, conseguirá uma bela fortuna e outras recompensas agradáveis. Travis junta todos os seus recursos para comprar um potente sabre de luz para iniciar sua empreitada.
O maior trunfo do enredo é dar uma aparência previsível à trama e ao mesmo tempo trazer assuntos com substância. Durante o desenrolar dos eventos aparece uma série de questões que fazem questionar as intenções dos personagens envolvidos e a necessidade dessa competitividade violenta entre eles. O senso de humor é a peça fundamental do jogo trazendo reviravoltas bem humoradas durante os combates contra os assassinos. Especialmente na reta final, onde o jogo fecha com uma boa dose de quebra da quarta parede e sarcasmo. O jogo possui dois finais, e para desbloquear a conclusão completa é necessário adquirir todas as armas do jogo.
A jogabilidade é bem simples para o gênero “hack and slash”. Não possui muita variedade de armas e combos a serem feitos. O diferencial no combate acontece quando o jogador consegue fazer uma determinada sequência de execuções ativa uma roleta que vai determinar qual golpe especial Travis vai poder executar. O protagonista pode adquirir três sabres de luz além dos seus respectivos melhoramentos. O combate envolve fazer uma série de ações com o controle de movimento. Travis pode aprender novos golpes corporais e melhorar o vigor fisíco que envolve a barra de vida e estâmina. O mapa é aberto mas possui poucos lugares de exploração. As atividades se restringem a certas lojas onde Travis pode acessar missões e customizar a aparência. A cidade em si não é atraente e quase não possui vida nas ruas. Durante o estágio dos assassinos é possível obter figurinhas de “luchadores” para a coleção do Travis.
Grande parte do jogo envolve trabalhos de meio expediente. A ideia que se busca passar é a necessidade do Travis trabalhar duro para chegar ao topo. Para acessar novos embates com os assassinos é preciso gastar uma expressiva quantia de dinheiro. O meio de se avançar na tabela é realizar uma série de tarefas monótonas, como coletar coco e encher os tanques de veículos com combustível para receber uma remuneração salarial. Apesar de serem tarefas cansativas, a forma como o jogo aborda deixa elas mais interessantes pelo tratamento cômico que permeia em sua estrutura.
Os controles em geral funcionam muito bem, sobretudo os de movimento, que são bastante eficazes, mas a movimentação do Travis é muito travada. Essa falta de agilidade afeta na lomoção durante os confrontos ,fazendo com que o personagem fique vulnerável aos ataques cometidos contra ele.
A trilha sonora é bem presente e com viés descolado. A música tema combina com os confrotos frenéticos e a natureza descontráida do Travis. Destaque para a canção tocada durante a exploração na cidade, que deixa mais interessante a locomoção por esse espaço sem vida.
A direção de arte foi expressiva na criação dos modelos dos personagens. Os vestuários e os equipamentos foram idealizados para servir como extensão da personalidade de cada participante do jogo.
“No More Heroes” é uma daquelas gemas que passaram anos desapercebidas. O recente anúncio do terceiro capítulo, a franquia ganhou visibilidade nos últimos anos. O jogo possui uma personalidade forte que é evidenciada pela junção de combates frenéticos, tarefas monótonas e humor ácido. Para quem busca por novas interações fora do convencional este título é uma excelente pedida.
PROS:
Combate;
Personagens marcantes;
Senso de humor ácido;
Narrativa criativa;
Trilha sonora.
CONS:
Movimentação travada do Travis;
Exploração quase inexistente;
Tarefas secundárias podem incomodar pela repetição.
NOTA: ☕☕☕☕
PLATAFORMAS:
Nintendo Switch (plataforma analisada);
Nintendo Wii;
Playstation 3;
Xbox 360.
“No More Heroes” é uma daquelas gemas que passaram anos desapercebidas. O recente anúncio do terceiro capítulo, a franquia ganhou visibilidade nos últimos anos. O jogo possui uma personalidade forte que é evidenciada pela junção de combates frenéticos, tarefas monótonas e humor ácido. Para quem busca por novas interações fora do convencional este título é uma excelente pedida.
Não seria exagero dizer que Cyberpunk 2077 era o lançamento mais esperado do ano. Sendo revelado primeiramente em maio de 2012 e tendo seu trailer divulgado publicamente no começo de 2013, o jogo teve muitos anos para chamar a atenção, e essa foi uma das grandes falhas de um jogo cuja produção de fato só começou em 2016 após o lançamento da expansão Blood & Wine. Com tanta atenção, expectativa, falhas e péssimo marketing rodeando o jogo, esta análise será fragmentada em tópicos para melhor cobrir todos os aspectos do que foi ao mesmo tempo uma enorme decepção e um ótimo jogo.
HYPE, MARKETING E PROMESSAS QUEBRADAS
CD Projekt RED sempre foi conhecida por ser um estúdio ambicioso. Desde seu primeiro projeto em 2007 era claro que o jogo queria ser muito mais do que realmente era. É discutível se isso é um traço admirável ou não de ser ter, mas é indiscutivelmente algo péssimo de se externalizar em entrevistas e marketing com tanta confiança. Se julgado apenas através da lente do que foi prometido durante esses 8 anos, Cyberpunk 2077 é facilmente a maior decepção na história dos videogames.
O hype estava em uma altura simplesmente impossível de ser alcançada com a tecnologia que temos hoje, e isso não é culpa das pessoas que colocaram o jogo em um patamar tão alto, é culpa de um péssimo gerenciamento de projeto e marketing desfocado que causaram uma dissonância enorme entre o jogo que eles queriam fazer e o jogo que realmente é.
E isso é apenas o problema conceitual que a CDPR enfrenta, o que aconteceria mesmo se um segundo problema ainda maior não existisse: A péssima otimização para consoles e polimento abaixo da média mesmo para PCs fez com que o jogo tenha uma fonte ainda mais fácil (e válida) de críticas. Para piorar a situação, a CDPR ofereceu reembolsos para os jogadores descontentes sem nem sequer ter um acordo ou infraestrutura especial para isso, resultando no suporte da Microsoft ser sobrecarregado por alguns dias e a Sony removendo o jogo por completo da loja virtual.
Enfim, essa seção se resume a um aviso: Nenhum demo, trailer, ou entrevista passa uma imagem correta do jogo. Além de promessas não cumpridas, os ports para consoles estão claramente inacabados e com vários problemas que afetam a imersão e performance da experiência como um todo. Após a primeira leva de patches o jogo está um pouco mais estável e passável dependendo da tolerância a bugs de cada jogador, mas ainda é um port abaixo da média no momento de escrita dessa análise.
Para PC o jogo é consideravelmente mais estável e com certeza a melhor forma de se jogar Cyberpunk 2077 no momento, mesmo em máquinas medianas é possível alcançar 60FPS estáveis com as configurações certas. Mas mesmo essa versão tem sua cota de problemas, como NPCs em T-pose, elementos de HUD bugados constantemente e a necessidade de carregar um save para resetar alguns bugs. Fora as configurações de controle estar incompleta e tendo várias teclas hard-coded em suas funções, ou seja, impossíveis de se reconfigurar. As configurações gráficas não têm opções de benchmark nem medidores de impacto na GPU, o que dificulta muito o processo de achar as configurações gráficas perfeitas para balancear visuais e performance. Até mesmo recentemente foi encontrado uma limitação na forma que o jogo grava os saves no PC, caso seu arquivo passe de 8MB de tamanho ele é corrompido e não pode mais ser utilizado. Em outras palavras, se você jogar com calma e fazendo todo o conteúdo do jogo, muito antes do final da história o seu save estará inchado em um tamanho que o jogo não o reconhece mais, sendo necessário carregar saves antigos ou começar um novo jogo do zero.
Em suma, não é um jogo que compensa a compra nesse momento. Talvez em fevereiro teremos uma performance muito melhor em todas as plataformas, mas nesse momento é impossível recomendar o jogo como algo a se ter imediatamente.
O que é Cyberpunk 2077 afinal?
Deixando claro o desserviço que o péssimo marketing, relações públicas e lançamento prematuro fez com o jogo, é necessário primeiro esclarecer o que esperar mesmo se a build atual fosse estável.
Cyberpunk 2077 é um híbrido de RPG com Immersive Sim que se passa no universo do RPG de mesa de mesmo nome (Cyberpunk, Cyberpunk 2020, Cyberpunk V3.0 e Cyberpunk RED). O jogo tem uma duração que pode variar desde 20 horas até 100 horas de conteúdo, dependendo o quanto o jogador resolva interagir com seu conteúdo extra. Contudo, nesse caso a duração mínima traz consigo um porém, seus finais possíveis estarão trancados entre os piores e com muita coisa inacabada, considerando que uma boa parte de seu conteúdo extra é integrado de forma intrínseca a sua história e tema principal.
Jogabilidade
Diferente de algumas aparências, 2077 não tem quase nenhuma similaridade com First Person Shooters nem open-worlds como GTA e RDR. Se comparado com outros jogos, seria mais correto dizer que é parecido com Fallout e Outer Worlds, apesar de ainda ter algumas diferenças estruturais com ambos os jogos para melhor e pior.
Seu lado de RPG é o que dita combate e estrutura de missões, as quests são entregues em uma certa ordem (apesar de ter um leve grau de não-linearidade em algumas delas) e sua conclusão depende de duas ou mais escolhas no diálogo que podem depender de status do personagem ou de sua rota de vida e decisões passadas. Essas escolhas são extremamente limitadas quando comparadas com outros jogos do gênero, até mesmo a própria CDPR teve jogos com melhor variedade de escolhas e caminhos como The Witcher 1 e The Witcher 2: Assassin of Kings. Porém, essa limitação no impacto que o jogador pode causar de imediato foi compensada pela construção dos personagens e as interações possíveis no final do jogo que reconhecem decisões que foram feitas horas atrás.
Por outro lado, sua parcela Immersive Sim procura criar missões que possam ser completadas de formas diferentes, seja por stealth, hacking ou a boa e velha força bruta. A exploração da cidade também tem um pouco da estrutura de um ImmSim, pegando quests através de chamadas ao invés de procurar NPCs com ponto de interrogação, tendo várias histórias e conclusões sendo entregues por logs escondidos ou transmissões de rádio. Fora a integração sutil e sem interrupções de ações feitas em side-quests tendo repercussões na história principal. Em parte muitos de seus sistemas tentam não atrapalhar a imersão do jogador.
O problema com esse modelo é que quase sempre que um jogo tenta ser duas coisas ao mesmo tempo, a maior parte de seus jogadores irá preferir que um dos lados tivesse mais atenção. Cyberpunk 2077 não dá liberdade para o jogador o suficiente para ser um Immersive Sim tão bom quanto S.T.A.L.K.E.R., Metro Exodus, System Shock ou Thief. Ao mesmo tempo seus elementos de RPG estão restritos por isso, e passam uma distinta impressão de que o sistema todo é inferior a Fallout: New Vegas, The Outer Worlds, Mass Effect 1 e 2, e até mesmo The Witcher 1 e 2.
Nada disso significa que o gameplay é péssimo, quando se abandona qualquer expectativa e comparação do que o jogo deveria ser e começamos a jogar pelo que é, Cyberpunk 2077 tem uma ótima jogabilidade que acentua perfeitamente a atmosfera de Night City e sua herança como jogo de tabuleiro. O que nos leva a:
Temática e cenário
Night City é um dos mapas mais detalhados e vivos que já apareceram em um videogame, mas tem duas facetas para esse mundo que tem que ser discutidas em mais detalhe.
Estética
O gênero cyberpunk surgiu em meados de 1970 quando o avanço tecnológico teve uma aceleração repentina e acentuada. Tendo suas raízes no movimento New Wave, a ênfase do gênero era o exagero, surrealismo e extrapolação de temas políticos.
Em outras palavras, cyberpunk é uma distopia futurista onde tópicos como drogas, sexo e violência foram banalizados, o valor de uma vida humana é reduzido para apenas o valor que as corporações conseguem extrair dela. Tendo isso como parâmetro, Night City é uma das cidades mais vivas e críveis em uma mídia visual.
A qualquer momento você é bombardeado com propagandas, todas elas objetificando pessoas, sexualidade, e mostrando total descaso com a vida humana tendo até um poster com um homem enfiando uma arma em sua boca. Os vários distritos possuem sua distinta identidade, com Watson sendo o lugar de residência do protagonista, um lugar urbano e residencial que é controlada pelas gangues Maelstrom, a qual tem como filosofia de vida as modificações cibernéticas ao extremo até mal serem reconhecidos como humanos. Após passar um tempo no mapa é possível citar cada distrito, sua gangue, e seu lugar na economia e casta social. Sua presença estética e artística é absurdamente forte e muito bem trabalhada. Fora uma enorme seleção de músicas nos rádios da cidade e algumas composições das músicas da banda Samurai.
Night City é um lugar repulsivo, ofensivo e hostil. Exatamente a visão de uma distopia cyberpunk no conceito de Mike Pondsmith, criador do RPG de mesa original. Nisso o jogo foi bem sucedido.
Funcionalidade
Porém, tem um outro lado para essa moeda. Apesar do trabalho estético e visual de Night City ser quase impecável, como um jogo interativo há uma boa dose de falhas que derrubam a experiência. Mais notável dentre a grande lista de defeitos é a Inteligência Artificial terrível dos NPCs e da polícia. Apesar do foco do jogo não ser criar o caos na cidade por diversão como um GTA, o fato de você poder cometer crimes de forma praticamente impune destrói muito do design de Night City. Durante vários momentos pelo jogo é possível testemunhar a brutalidade da polícia que atira primeiro e pergunta nunca, mas quando você é o alvo deles só o que lhe aguarda é um spawn de alguns carros atrás que mal te seguem e logo desistem.
E esse é somente a falha mais notável, mas não a única. Vários lugares em Japantown e Little China possuem gabinetes de fliperama onde podemos ver vários NPCs jogando, mas nunca podemos interagir com nenhum. Algumas lojas de sex-shop estão abertas e com produtos para o jogador, mas o único uso para quaisquer dos itens é desmontar por componentes em uma péssima conversão de eddies-para-recursos. As BrainDances que tem uma presença tão forte na história são “incompatíveis” com o seu próprio aparelho e você nunca irá usar nenhuma que não seja explicitamente entregue para você por alguma quest. Restaurantes e lojas oferecem itens piores do que se consegue simplesmente jogando o que acaba desencorajando quaisquer tentativas de passear por mercados e cidades procurando qualquer equipamento ou interatividade. Explorar Night City é ótimo visualmente, mas completamente desprovido de substância fora algumas áreas chaves.
E apesar de todo o alarde que foi causado por seu conteúdo explícito, são poucas ocasiões em que tais artifícios são usados de forma realmente impactante. A customização de genitais é completamente inútil e superficial, algumas cenas de sexo não servem nenhum propósito e nem se encaixam corretamente com a banalização mencionada previamente. Em um exemplo notável, o jogador recebe uma quest sem quaisquer opções de diálogo que leva inevitavelmente a uma cena de sexo que termina com uma recompensa de uma arma branca em forma de vibrador. Toda a sequência de eventos é mais cômica do que qualquer outra coisa, parecendo mais algo que saiu de Saint’s Row 3 ao invés de uma distopia cyberpunk.
Tais ocorrências não são frequentes o suficiente para realmente derrubar o trabalho feito no design geral de Night City, mas são várias situações que poderiam ser mais bem utilizadas e integradas em seu tema e jogabilidade. Ao invés disso temos cenas que poderiam ser removidas ou modificadas sem quaisquer perdas a experiência como um todo.
História, diálogo e narrativa
E aqui está o maior triunfo de Cyberpunk 2077. Durante a trilogia Witcher tiveram vários momentos em que a história simplesmente dava um soco no estômago pelo desenrolar dos eventos. Várias vezes as expectativas são subvertidas e as vezes mesmo algo previsível é impactante pela execução quase perfeita. Em CP2077 quase toda quest e side-quest tem esse efeito, os personagens são todos muito bem escritos, com motivações e personalidades distintas, tem seus defeitos tão claro quanto seu carisma. Em um mundo tão sórdido e impiedoso, ter personagens tão fortes potencializa a toda a experiência a um novo patamar. Até mesmo o personagem de Keanu Reeves foi muito bem utilizado e introduzido de forma orgânica. É um testamento a qualidade geral do diálogo o quão rápido você se habitua com Johnny Silverhand como um personagem mesmo sem qualquer contexto dos RPGs de mesa, no final de cada quest importante Silverhand estará lá para julgar suas escolhas, e esse debate de ideais frequentemente põem em xeque as suas próprias ações e se você realmente acredita que fez a coisa certa ou se Silverhand é justificado em seu pensamento radical.
Não há nenhum momento em que a história principal ou secundária pareça supérflua, mesmo que seus sistemas de RPG ou ImmSim possam decepcionar, é muito fácil relevar as falhas de jogabilidade em prol das questões impostas sobre V e os dilemas dos vários habitantes de Night City que cruzam seu caminho. Uma qualidade que é perceptível desde os primeiros momentos e se mantém forte até os momentos finais onde a culminação de suas escolhas mostram suas consequências. Dessa categoria toda a única parte onde decepciona é na localização brasileira que trocou a personalidade de muitos personagens colocando memes e referências locais que descaracterizam as cenas e alteram o impacto que têm na versão original.
Em suma
Cyberpunk 2077 é um jogo com muita ambição e um gerenciamento conturbado que não permitiu muitas de suas idéias virem a fruição. Não é um jogo ruim dentro do que realmente é, exceto nos consoles de oitava geração onde a performance ainda está abaixo da média para os padrões do momento, mas é um jogo que não cumpre muitas de suas promessas e decepciona com a quantidade de potencial desperdiçado. Nos pontos que ele acerta, o acerto é em cheio e quase fazem a experiência toda valer a pena, mas ainda é uma recomendação difícil de se fazer com o tamanho desastre que todo o ciclo de lançamento foi. De um lado temos uma bela rendição de uma das distopias mais cruéis e desconfortáveis que a ficção já criou e um elenco de personagens memoráveis que deixam uma impressão no jogador; por outro temos uma jogabilidade comum e batida que não inova em nada e deixa a desejar em aspectos chave, fora uma otimização claramente incompleta que pode afetar negativamente a experiência de muitos.
Tanto intencionalmente quanto não, Night City é aonde sonhos vão para morrer.
PROS:
Atmosfera cyberpunk/new wave sensacional;
Ótima trilha sonora durante o jogo e enorme seleção de músicas nos rádios;
Jogabilidade e level design permite várias formas de se resolver a mesma missão;
Diálogo muito bem escrito;
Personagens memoráveis e side quests integradas a história principal;
Grande variedade em builds de combate.
CONS:
Péssima otimização para consoles e mediana para PCs;
Poucas opções de diálogo;
IA inexistente para polícia e carros denigre a atmosfera de Night City;
Quase nenhuma atividade em Night City fora combate;
Conteúdo explícito se perde e não adiciona em nada ao conteúdo do jogo;
Rotas de vida resultam apenas em um prólogo de 5 minutos e algumas escolhas especiais em certos momentos;
Localização brasileira estraga muito de seu diálogo incrível.
PLATAFORMAS:
PC – Steam (plataforma analisada), GOG;
PlayStation 4 (Jogo retirado da PSN no momento de escrita dessa análise);
Xbox One.
NOTA: ☕☕☕
The Witcher é uma das minhas franquias favoritas de todas as mídias de entretenimento. Tanto os livros quanto os jogos e até as comics expandindo o universo. A nuance e cuidado da CDPR em adaptar uma história é quase palpável. Mesmo com algumas falhas em continuidade é inegável o trabalho e paixão dos criadores em fazer algo que fosse digno de seu nome. Sua ambição, porém, sempre foi maior do que sua capacidade, e eu esperava que Cyberpunk 2077 seria finalmente onde os dois iriam se encontrar. Infelizmente recebemos um título onde novamente a ambição foi muito maior do que a capacidade, e dessa fez a discrepância foi particularmente explosiva. Cyberpunk 2077 é único em alguns aspectos, mas com o que se tornou um dos piores lançamentos que a indústria de videogames já viu, é difícil imaginar o que esperar da CDPR agora…
Pessoalmente eu diria que Cyberpunk tem muito a oferecer, diria que é um ótimo jogo apesar de suas falhas, mas eu não posso negar que tive que ignorar muitas falhas para chegar no aproveitamento de meu tempo com o jogo.
Há alguns anos a Nintendo lançou em parceria com a Koei Tecmo o jogo Hyrule Warriors, título da série The Legend of Zelda feito com a proposta de um jogo Warriors da Koei. O jogo teve seu lançamento no Wii U e foi um dos títulos mais populares do console, mas isso não é muita coisa considerando o que foi o Wii U. Visto como um sucesso, pelo menos entre os verdadeiros fãs, o jogo foi portado para o Switch, onde ganhou vida nova e a empresa, Koei, continuou fazendo parcerias com outras franquias para lançar jogos Warriors. Até que a Nintendo voltou com a ideia e trouxe neste mês de novembro, Hyrule Warriors: Age of Calamity, um jogo no universo de Breath of the Wild, contando um pouco da história cem anos antes do glorioso título, algo que era novo para um Warriors, já que seu título anterior não era canônico. Agora com os recursos e público disponibilizados pelo Nintendo Switch, Hyrule Warriors e por consequência a Koei tiveram suas chances de brilhar mais que nunca como um jogo da série principal da franquia mais respeitada do video games.
Age of Calamity em sua essência é um Warriors. Com diversos personagens, o jogador deve passar as numerosas missões e desafios, conquistando campos, derrotando hordas de inimigos e controlando território. Os mapas são extensos, diversos e estão recheados de segredos que podem desbloquear surpresas nostálgicas ou até personagens secretos. Os personagens jogáveis aqui são Link, Zelda, seus campeões e alguns outros companheiros que estiveram com os respectivos na guerra.
Pegando mecânicas de Breath of the Wild, o jogo permite fundir armas, melhorar equipamentos, customizar roupas e até cozinhar, tudo isto afetando diretamente a jogabilidade de cada personagem. Apesar disto, o jogo também tenta replicar o sistema de runas do jogo principal da série e faz um trabalho fraco quanto as físicas propostas. Aqui o jogador pode trancar as coisas temporariamente, fazer um bloco de gelo para nocautear inimigos, jogar bombas e usar o imã, sendo este último o pior trabalhado, com controles confusos que acabam tornando a ferramenta inutilizada.
Falando em inutilização, nas missões com divine beasts, o jogo propõe uma mecânica de controle de movimento que é de longe a pior coisa no jogo, com giroscópio quebrado e sensibilidade inalterável. Felizmente há a possibilidade de desligar esse modo de controle, mas é uma pena por ser uma proposta boa.
Os personagens também tem um sistema simples de progressão por níveis, mas também possui diversos upgrades que podem ser liberados ao conseguir itens espalhados pelo mapa. Além disto, Age of Calamity compartilha de muitos detalhes de Breath of the Wild, até em detalhes de menus, o que é extremamente louvável. O mundo é extremamente parecido com o título original, assim como estilos de luta de heróis e inimigos presentes no jogo.
Quanto a parte técnica, o jogo leva o hardware do Nintendo Switch ao seu limite, forçando renderização de objetos em massa que prejudicam um pouco a performance, caindo ocasionalmente alguns quadros por segundo abaixo de trinta, principalmente nas missões onde se controlam divine beasts ou cai chuva. Não fica injogável, mas é notável o esforço do hardware devido a uma necessidade gráfica maior que a do primeiro Hyrule Warriors, mas que felizmente cumpre seu papel e traz visual tão bem quanto o jogo principal.
E aí que o jogo brilha – em suas cutscenes e diversos momentos que os fãs tanto ansiavam por ver desde Breath of the Wild. Com alguns dos melhores momentos do ano em questão narrativa, o jogo consegue quebrar expectativas positivamente sobre a história, trazendo uma alternativa que quebra mais uma vez as linhas do tempo de Zelda, dando luz a um futuro escuro que era esperado, além de dar vida a personagens pouco explorados previamente.
Falando em vida, a trilha sonora e estilo de arte de Age of Calamity são tão impecáveis quanto Breath of the Wild. Com uma trilha sonora mais violenta e ativa que o jogo original, temos momentos mais que memoráveis devido a qualidade do trabalho realizado aqui e a arte da ainda mais vida ao mundo morto de Breath of the Wild, com cidades cheias e castelos pesados.
PROS:
Refrescante musou canônico em The Legend of Zelda;
Variedade de personagens jogáveis com verdadeira importância para a história;
Série de easter eggs e desbloqueáveis;
Sistema de crafting e manutenção;
Arte, tanto visual quanto sonora, em sintonia absurda com a proposta;
Reviravoltas interessantíssimas;
Considerável e bem-vindo post-game;
Modo cooperativo muito bem colocado.
CONS:
Queda de performance frequente;
Físicas mal implementadas;
Controle de divine beasts.
PLATAFORMAS:
Nintendo Switch (plataforma analisada).
NOTA: ☕☕☕☕☕
Hyrule Warriors: Age of Calamity é a síntese de uma obra de arte fleumática que ascende ao perpassar do tempo, e no fenecimento encontra a transcendência de seu jaez, sua estrutura é frugal mas sua visão é incólume e sine qua non a agrura de sua jornada, apesar de perene no remate se esteia.