A clássica Monday Night Football é lugar para lançamento de diversos trailers de filmes blockbuster. Desta vez, tivemos a ilustre presença do filme a concluir a atual trilogia de Star Wars: A Ascensão Skywalker, nono filme da saga.
O trailer pode ser visto na íntegra à seguir:
A pré-venda dos ingressos também se inicia com o lançamento deste trailer e o Brasil não está fora desta.
Star Wars: A Ascensão Skywalker traz veteranos da série como Mark Hamill, Carrie Fisher, Billy Dee Williams e outros, assim como o novo elenco que inclui Daisy Ridley, John Boyega, Oscar Isaac e Adam Driver.
O nono episódio de Star Wars estreia nos cinemas brasileiros dia 19 de dezembro.
Princesa Mononoke é um filme do Studio Ghibli que foi lançado em 1997 e dirigido por Hayao Miyazaki possuindo apenas duas horas e quatorze minutos de duração e uma trilha sonora fascinante de Joe Hisaishi. A animação é impecável, e é capaz de representar completamente toda a qualidade técnica do Studio e sua tradição de produzir toda a obra com desenhos feitos manualmente e com uma quantidade minima de computação gráfica.
A história de Mononoke
A história se passa na Era Muromachi e é sobre o príncipe Ashitaka da tribo Aino que ao lutar contra um Javali denominado Tatari Gami (Deus da Maldição) para proteger seu lar é amaldiçoado, tendo sua vida consumida aos poucos pelo ódio da criatura; sendo assim, ele parte em busca de uma suposta cura. Alguns anciões dizem a ele que para quebrar a maldição o príncipe deve descobrir o que gerou o ódio no Deus Demônio e tudo o que ele ver nessa caminhada deverá ser julgado verdadeiramente pelo seu coração.
Ao longo dessa busca Ashitaka chega a uma vila chamada Tataraba que para sobreviver depende da extração do minério ferro que é obtido da Floresta dos Antigos Deuses Animais, que no processo, também é desmatado. E é essa atrocidade contra a natureza que causa toda a repulsa do Tatari Gami.
Tataraba é governada por Eboshi, uma mulher forte que vende ferro para o governo e com o dinheiro compra outras mulheres que seriam vendidas para prostíbulos e leprosos, os protegendo dos ataques dos samurais e dos Deuses-Animais. Contudo, Ashitaka e Eboshi se encontram e ela diz a ele que foi a responsável pela morte do Deus Javali e que ela é quem deveria ser amaldiçoada.
Ashitaka acaba conhecendo também a San (Princesa Mononoke) em uma tentativa dela de matar a Eboshi, uma menina que foi adotada pelos lobos que lutam contra Tataraba. Ashitaka interfere no conflito entre as duas e acaba sendo ferido, mas San tem piedade e com o apoio de Yakuru (o cervo vermelho de Ashitaka) o leva para ser curado pelo Deus supremo da floresta, Shishigami.
Segundo uma superstição, a cabeça do Sishigami poderia dar vida eterna ao imperador e sua morte permitiria que os humanos adentrassem a floresta sagrada. Sendo assim, Eboshi é contratada pelo governo para acabar com o Deus.
Dessa forma uma guerra é deflagrada e a comunidade dos javali decidem atacar Tataraba para proteger a floresta, os lobos os ajudam e muitos morrem. Os samurais também começam a atacar Tataraba, enquanto Eboshi e outros soldados do governo estão a procura da cabeça do Deus Shishigami.
Neste conflito sangrento, muitas criaturas e pessoas morrem. Ashitaka e San fazem de tudo para proteger o Deus, mas as coisas não acontecem conforme eles esperam. Diante todo esse cenário, os dois se apaixonam, mas San compreende o seu papel e dever para com os seres da floresta, e que mesmo amando Ashitaka não poderia ir com ele, pois ela jamais poderia perdoar toda a dor e o sofrimento que os humanos causaram por causa da arrogância e desejos egoístas.
Eu te amo, Ashitaka, mas não posso perdoar os humanos.
O atrito entre o ser humano e a Natureza
Na animação podemos perceber o quanto a natureza é essencial para a sobrevivência dos seres vivos. Mas as pessoas são incapazes de compreender e agir pacificamente com os recursos naturais e os animais, eles queriam extrair a qualquer custo os minerais, não importando com as criaturas que ali viviam, sendo capaz até mesmo de matá-los se fosse preciso.
E é isso que causa toda o ódio e repugnação das criaturas pelos humanos que querem tirar vantagem de tudo. Eles não queriam iniciar a guerra contra Tataraba mas não tinham outra opção, pois seriam devastados e desde sempre foram ameaçados pelos mesmos.
Toda a floresta era mantida pela vitalidade do Deus Sishigami e mesmo assim Eboshi foi incapaz de ter piedade e empatia pelo solo sagrado. Mesmo dando abrigo para moças inocentes que seriam vendidas para prostíbulos e leprosos, ela não respeitou os animais, que também deveriam ser valorizados como qualquer ser humano.
Na animação também podemos perceber outra importante questão: e se a natureza e os animais tivessem consciência e pudessem reagir contra todas as atrocidades que nós humanos cometemos contra eles?
Tendo em vista, toda a crise natural que estamos passando agora, em que milhares de espécies estão se extinguindo e ecossistemas sendo destruídos, além das grandes indústrias alimentícias não respeitarem o tempo natural e intoxicarem os solos e plantações e até mesmo injetar agrotóxicos em boa parte dos alimentos da população, que são altamente prejudiciais a saúde humana. E esses são apenas alguns exemplos, das inumeráveis crueldades que somos capazes de fazer para seres que nos provém o essencial a vida.
Todo esse atrito que a humanidade causa é completamente irracional e incompreensível. Pois é mais que perceptível que necessitamos da natureza para sobreviver, sem ela seríamos extintos e mesmo assim quase nunca repensamos nossos atos errôneos. É claro que a maior parte da culpa são dos empresários, donos de indústrias e presidentes lunáticos; na verdade todos os setores que a elite atua estão mais preocupados com seus egos e desejos egoístas do que com a prosperidade de toda a raça humana. E continuam disseminando toda uma ideia de que aquilo que eles fazem é o certo e que nenhum recurso que faz parte da natureza é esgotável.
O problema não é extrair os recursos da natureza em si, pois também precisamos deles para sobreviver, mas sim saber como extrair e respeitar o ciclo natural. Tenho certeza que dessa forma todas as formas de vidas poderiam coexistir em harmonia.
Mas somos incapazes de respeitar a natureza e compreender o seu valor.
Eboshi — Um exemplo de egoísmo e cegueira
Eboshi não era uma mulher completamente má, mas se deixou levar pela ganância e matou um Deus que provia toda a vitalidade de um solo somente por pura vontade de provar seu ego.
Todo mundo quer tudo. É assim que o mundo é.
Ashitaka — Um exemplo de Humanidade
O príncipe Ashitaka é um exemplo de personagem a ser seguido por todos nós.
Desde o início da animação ele se mostra compreensível com tudo que o cerca e sabe respeitar todos os seres vivos, sabendo o valor da natureza e acima de tudo a importância da paz.
Mononoke — Um exemplo de Força e Lealdade
É de práxis do Studio Ghibli representar as mulheres em suas animações como símbolos de força e a San cumpre bem o papel, sendo completamente autossuficiente e capaz de enfrentar uma vila inteira para proteger o seu lar e o lugar em que nasceu.
Além de seus valores e gratidão para com aqueles que a criaram. Pois mesmo amando Ashitaka e sabendo que ele a amava ela preferiu ficar para cuidar daqueles que sempre a acolheram.
Studio Ghibli e a importância da Natureza
Hayao Miyazaki sabe bem o quanto precisamos da natureza e talvez seja por isso que boa parte das obras que são dirigidas por ele traz essa temática. Sendo uma pessoa pacifista ele compreende bem a importância da paz em todas as instâncias do nosso mundo.
Princesa Mononoke é um filme que trata sobre o relacionamento do homem com a natureza e como isso pode ser uma relação desigualmente cruel. Pois diferente do filme, a natureza não pode lutar para sobreviver.
Somente quando todos os recursos naturais se esgotarem, o clima estiver no seu limite e os animais se extinguirem é que iremos compreender a sua real importância.
Não adianta, no final os tolos sempre vencem!
Curiosidades
Venceu o prêmio de melhor animação no Oscar de 2003.
Custou cerca de vinte milhões para ser produzido.
Foi o filme com maior bilheteria do Japão até a estréia de Titanic.
Esse ano a feira de jogos indies teve um destaque maior que os anos anteriores, sendo mais valorizada e visitada. Apesar de ter muitos jogos ótimos e o público da BGS querendo conhecer e jogar cada indie apresentado na feira, o lugar onde foi posicionado era apertado e pequeno, os dias mais cheios que foram o final de semana a feira ficou inacessível. Apenas o dia de imprensa na quarta feira que conseguimos entrevistar alguns desenvolvedores e testar alguns jogos.
Segue a lista dos jogos que tiveram mais destaque na avenida indie:
Captive
Captive é um jogo da desenvolvedora Dead Inside Studio, estilo RPG e o único jogo de terror presente na feira, conta a história de uma garota que acorda em um quarto sem memória e totalmente ensanguentada, o jogo tem um tempo de 30 minutos para que você ache uma saída, resolvendo os mistérios e procurando uma resposta. O jogo já está disponível na Steam, possui conquistas, compatível com controle e salvamento na nuvem. Suas críticas são todas positivas.
Rio – Raised in Oblivion
Rio – Raised of Oblivion foi um dos games mais procurados na avenida dos indies, estilo FPS e sobrevivência, a história se passa no Rio de Janeiro, onde houve uma infecção e o governo decidiu isolar a cidade, fazendo com que o jogador tenha que sobreviver diante dos perigos das pessoas infectadas, traficantes e os próprios players. Mas a idéia do jogo não é mata-mata, você spawna aleatoriamente no mapa e podendo se encontrar com outros players e assim um ajudar o outro contra os infectados.
Trial Of Titans
Um jogo mobile brasileiro em desenvolvimento pela Oktagon games, estilo RPG de turno, que também está concorrendo contra outros jogos na GDC um deles brasileiro também, chamado Talaka, que envolve personagens Orixás em gráficos 2D.
171
Esse jogo está sendo prometido desde 2017 e enfim conseguimos trazer um pequeno resumo do “GTA BRASILEIRO”.
171 conta a história de um garoto chamado Nicolau que cuida de seu irmão ex-usuário de drogas que o ajuda em casa enquanto Nicolau luta para sobreviver ao dia-a-dia e sustentar a casa. Um certo dia Nicolau chega em casa, encontra seu irmão espancado. O jogo se passa nas periferias brasileiras e é um jogo de mundo aberto levando os jogadores a gastar muitas horas explorando. A idéia é ter um visual típico brasileiro, carros passando com som alto, festas e encontros, escutar música no seu celular enquanto caminha na rua, finais alternativos e muito mais.
Dolmen
Dolmen tratasse de um ARPG de ficção científica que teve muito apoio no Kickstarter, mas não conseguiram bater a meta de US$ 90.000 atingindo apenas US$ 42.000 com 925 apoiadores. Com isto, os desenvolvedores lançaram um quadro semanal onde os apoiadores poderiam acompanhar o desenvolvimento. Produzido pelo Massive Work Studio, o jogo terá armas tradicionais e também poderá ser usado armas brancas e as mãos para lutar. A história se passa com o protagonista acordando sem suas memórias em um planeta onde existem criaturas assassinas e envolve você tentar solucionar os mistérios enquanto luta contra os inimigos.
Pacer
Produzido pela desenvolvedora R8 Games, é um jogo de corrida com naves onde você pode customizar seus veículos de diferentes formas, escolher pistas alternativas (14 pistas) e podendo jogar até 10 jogadores. O jogo já está disponível no site oficial PACER GAME por R$98,00 na versão para Xbox, PS4 e PC.
Gravity Heroes
Um jogo cooperativo lembrando muito o estilo de Megaman onde você e mais 4 players robóticos lutam contra inimigos espalhados pelo cenário e bosses ao final das fases. Com gráficos pixelados acabou atraindo a atenção dos fãs de pixel arte como eu. Lembrando também que foi disponibilizado o modo versus para competições.
Space Bomb
Um astronauta é capturado e obrigado a lutar em uma campo de batalha com esperança de voltar para terra. Desenvolvido pela Diverte Games, o jogo possui multiplayer online com o total de 6 jogadores e dois times, você tem que jogar bombas em seus inimigos e ser ágil para que sobreviva. O jogo está em desenvolvimento e ja pode ser testado na Steam.
Eternal Hope
Esse jogo incrível com uma trilha sonora magnífica, contendo um lindo visual lembra muito o minimalista de Limbo e envolve uma experência sentimental igual Ori. Foi um dos jogos mais cotados a ganhar a feira dos indies na BGS 2019 com sua história emocionante que conta onde o amor é capaz de nos levar, onde Ti’bi é capaz de ir por sua amada. O jogo é desenvolvido pela empresa curitibana Double Hit Games.
The Path Of Calydra
Esse jogo não da pra explicar o tanto de sensação boa que ele passa enquanto se joga, o gráfico é lindo, a música é maravilhosa, a movimentação parece bem real. Vocês podem conferi-lo nesta matéria exclusiva.
A estrela da produção do remake live action de Cowboy Bebop pela Netflix, John Cho, sofreu um grave acidente no seu joelho no set de gravações da série na Nova Zelândia agora em outubro, o que levará a produção a ser pausada pelos próximos 7 a 9 meses.
Apesar de não ter sido anunciada a natureza da lesão, esta ocorreu durante uma sequência ensaiada que não era considerada uma acrobacia de larga escala. Cho foi a Los Angeles realizar a cirurgia.
Ele postou em seu instagram a famosa frase de Bruce Lee nesta sexta à tarde: “A água pode fluir ou se chocar.” Ele adicionou: “Obrigado à todos os desejos de melhora. Estarei voltando a fluir em breve!”
Cowboy Bebop da Netflix será uma adaptação de 10 episódios do anime original de 26 pelo estúdio Sunrise, contando a história de caçadores de recompensa no espaço, liderados por Spike Spiegel (John Cho).
HBO Max anunciou esta semana que adquiriu os direitos de streaming da considerada mais importante casa de animação do Japão, o estúdio Ghibli, o que marca a primeira vez que a biblioteca se encontrará disponível para algum serviço.
Alguns filmes já deram as caras no Netflix, porém foram retirados e hoje contam com no máximo dois filmes por lá. No Brasil, os filmes estavam sendo lançados em DVD na livraria Cultura, mas o destino deste lançamento foi abandonado, além da crise econômica da varejista.
O acordo com a publicadora norte americana GKIDS inclui 21 filmes do estúdio: Castelo no Céu, O Reino dos Gatos, Da Colina Kokuriko, O Castelo Animado, O Serviço de Entregas de Kiki, Meu Vizinho Totoro, Meus Vizinhos Os Yamadas, Nausicaä do Vale do Vento, Ocean Waves, Only Yesterday, Pom Poko, Princesa Mononoke, O Mundo dos Pequeninos, A Viagem de Chihiro, O Conto Da Princesa Kaguya, Contos de Terramar, As Memórias de Marnie e Vidas ao Vento.
Filmes não listados incluem Lupin III: O Castelo de Cagliostro, Túmulo dos Vagalumes, Sussurros do Coração e Ponyo.
O HBO Max chega nos Estados Unidos no outono nortenho. O serviço ainda não tem previsão de lançamento para o Brasil, mas a notícia de que teremos o grande trabalho do estúdio via streaming nos deixa alegres de qualquer forma.
Na segunda-feira após a carta, foi anunciado o evento de Halloween para Overwatch, como estimado para tentar abafar as notícias ruins.
Porém, a situação não aparenta uma perda de intensidade, foi removido da loja oficial da Blizzard uma estátua da Mei, não por esgotamento de unidades já que a página como um todo foi removida e a única prova de que tal item já foi vendido por eles algum dia são arquivos da internet. Nenhuma resposta oficial foi dada.
O evento de comemoração ao lançamento de Overwatch no Switch, planejado para dia 16, também foi cancelado pela Blizzard. A notícia foi dada pela Nintendo em seu canal oficial de Nova York, ao invés dos próprios canais da Blizzard.
Nenhuma justificativa foi dada, o que implica no receio de que o evento fosse usado como palco de protesto. A Nintendo, que geralmente recusa cancelamento e reembolso de pré-compras digitais, abriu uma exceção para Overwatch por ser um “caso a parte”.
Além de sequer anúnciar a chegada oficial de Overwatch no console, a reposta da empresa foi notada por fãs.
No dia 16, Blizzard baniu os jogadores americanos do CHC pelo protesto pro-Hong-Kong durante uma partida. Enquanto no dia do protesto os jogadores não receberam nenhuma ação punitiva, após mais de uma semana os jogadores receberam a sanção da Blizzard, após os jogadores já abandonarem os torneios de Hearthstone por conta própria a protesto e partir para o concorrente Gods Unchained.
Os chats no Twitch de torneios oficiais também esta sendo moderado e qualquer usuário que mandar uma mensagem pro-Hong Kong recebe um ban automático de 24 horas no chat.
Senadores e políticos dos Estados Unidos, tanto Democratas quando Republicanos, assinaram uma carta condenando as ações da Blizzard e avisando de possíveis repercussões caso decidam manter a posição atual.
O estande da Playstation na BGS 2019 trouxe muitas novidades ao público presente. A seleção de jogos era bastante variada e teve como destaque os títulos mais aguardados pelos jogadores que puderam experimenta-los de forma antecipada durante a feira.
Os títulos mais esperados que estavam disponíveis para serem jogados era o Vingadores da Square Enix, Marvel’s Iron Man VR, Predator Hunting Grounds, Call of Duty Modern Warfare, Final Fantasy VII, Nioh 2 e Dreams. Todos esses jogos tinham uma demo jogável que duravam entre 30 a 40 minutos.
A grande surpresa na seleção da Sony era a presença do novo lançamento de Hideo Kojima, Death Stranding. Mesmo não sendo possível jogá-lo foi disponibilizado uma demonstração da jogabilidade em uma sala privada dentro do estande. Para acessar era necessário agendar pelo aplicativo Playstation Experience.
Além de jogos teve outras atrações no estande da Playstation durante o evento. Foi realizado um torneiro de Fifa 20 com youtubers famosos do segmento. Teve também uma sessão de tutorial com intuito de mostrar que os jogos da marca Playstation promovem uma integração familiar. Outra atração que recebeu destaque durante a feira foi a sessão dos cosplayers dos jogos da empresa. A representação que teve mais destaque foram dos cosplayers que interpretaram o Kratos e seu filho Atreus, da série God of War, e Aloy do jogo Horizon Zero Dawn.
Lançado em outubro de 2018 para PC, Return of the Obra Dinn chega finalmente aos consoles da atual geração nesta sexta-feira, dia 18, exatamente um ano após seu lançamento original. Trata-se de um jogo do mesmo criador de Papers, Please e ex-funcionário da Naughty Dog, Lucas Pope, e é um dos melhores e mais criativos jogos da década. No que diz respeito ao gênero de detetive e mistério, não há nada tão singular quanto ele e todos deveriam dar uma chance ao título, de preferência sem saber muito sobre os segredos que rodeiam o navio que dá nome ao game.
Apesar desta análise tentar ser o mais livre de spoilers possível, não dá para explicar a premissa de Obra Dinn sem contar alguns detalhes de sua história e de suas mecânicas. No início do século XIX, o jogador assume o papel de um agente de seguros que trabalha para a Companhia das Índias Orientais e sobe a bordo do navio mercador Obra Dinn. O navio (que deveria cruzar o Cabo da Boa Esperança em 1803) está abandonado e toda a sua tripulação de 60 pessoas está morta ou desaparecida. Munido de um livro contendo a lista de nomes e cargos dos 60 tripulantes do navio e de um relógio de bolso mágico chamado Memento Mortem (Relembre a Morte), o jogador tem a tarefa de descobrir o destino de cada uma dessas pessoas. Quando você encontra um cadáver e abre o relógio perto dele, é teletransportado para um recorte temporal – uma vinheta, por assim dizer – introduzida por um diálogo entre as pessoas que estavam presentes no local em que o corpo foi encontrado e em seguida para a cena congelada do momento em que aquela pessoa morreu.
Depois disso, o jogo te desafia com duas perguntas: qual o nome do indivíduo que você encontrou e qual a causa de sua morte. Responder à segunda pergunta não é exatamente difícil: o desafio mesmo se encontra em acertar a sua identidade.
Obra Dinn nunca muda essas perguntas: elas são as mesmas para cada um dos 60 tripulantes. Você não terá imediatamente todas as informações necessárias para respondê-las e muitas pistas sobre uma pessoa podem ser encontradas nas cenas de morte de outros viajantes. Assim, uma melhor opção é continuar explorando o navio em busca de outros corpos a fim de cruzar informações até revelar cada um dos nomes e destinos.
Quando se acertam três nomes e três destinos, o jogo “fixa” essas respostas corretas, frequentemente trazendo aqueles momentos de “eureka” e evitando que se perca tempo reutilizando o nome de alguém já descoberto. É uma maneira interessante de mostrar que o jogador está no caminho certo, mas sem facilitar por dizer logo de cara que a identidade de alguém já está revelada. Também é uma forma de evitar que alguém simplesmente jogue nomes e causas de morte a esmo para obter a resposta (apesar de ser possível dar tiros no escuro de vez em quando e acabar obtendo uma resposta correta).
O game também lança mão de elementos como sotaques, sobrenomes, cargos, diálogos e coisas do tipo para ajudar o jogador a obter as respostas corretas, mas nada disso levaria a algum lugar se não fosse imprescindível a utilização de raciocínio dedutivo. Assim, como ao resolver um enorme quebra-cabeças, a narrativa de Return of Obra Dinn (que é contada de maneira não-linear) é revelada.
Em termos de apresentação, Obra Dinn é uma conquista extraordinária – especialmente considerando que foi feito por apenas um desenvolvedor. A trilha-sonora é recheada de músicas excelentes e que pontuam cada vinheta temporal, além de funcionar quase que como efeito sonoro quando se utiliza o relógio.
O visual do game, que se inspira no estilo “1-bit” monocromático de jogos dos velhos computadores Macintosh, também é de muito bom gosto e revelam um apuro artístico ímpar por parte de Pope. O visual, aliás, é um dos elementos mais importantes de Obra Dinn. Apesar de “simplista”, permite que cada uma das mortes apresentadas no jogo sejam criativas e inventivas e não se resumam a um mero “pessoa x atirou em pessoa y”.
Return of the Obra Dinn é sem sombra de dúvidas um marco para o gênero de jogos de detetive. Enquanto a grande maioria desses jogos acabam se reduzindo a fazer os jogadores responderem perguntas através de diálogos pré-definidos que acabam levando as pessoas a pensarem de uma determinada maneira, Obra Dinn se diferencia por te fazer realmente ter que observar o cenário, fazer anotações, considerar sequências de eventos, cruzar dados e solucionar quebra-cabeças lógicos e que exigem boas deduções tal qual um verdadeiro Sherlock Holmes. Ele pode, no começo, até parecer intimidador por conta da quantidade de respostas que precisam ser dadas, mas no fim acaba sendo uma das experiências mais incríveis e únicas já proporcionadas por um jogo desse tipo. Muitos outros jogos deveriam tomar Obra Dinn como exemplo no futuro para evoluir o gênero e torná-lo ainda melhor.
Pros:
Design único e criativo;
Estilo de arte muito charmoso;
Desafio balanceado;
Trilha sonora excelente.
Cons:
O jogo pode intimidar alguns jogadores não acostumados com esse tipo de jogo;