Best Friend Forever foi anunciado há um bom tempo. A proposta do título era ser um simulador de pets com elementos de visual novel e dating sim, onde você poderia adotar seu cachorro e cuidar, brincar e o crescer. O jogo começa com um teste de personalidade para criar seu personagem, com mínimas opções de customização visual que o jogo tanto enaltece. O teste de personalidade é para criar conta em um “site de relacionamentos e encontro de cachorros”, que logo você terá oportunidade de adotar.

Uma vez introduzido na cidade de Rainbow Bay, você vai a veterinária local adotar seu pet. Lá você possui uma certa variedade de bichos nos quais você pode adotar e então nomear, é explicada sua missão nas próximas 15 semanas (que são a duração do jogo) – cuidar e treinar seu cachorro para uma avaliação canina (que está longe de ser um propósito no jogo). A partir daí, você conhece diversos personagens via este site de relacionamentos, faz amizades, sai para conhecer a cidade e os diversos cachorros – tudo isso em uma visual novel interativa.

O jogo divide-se nesses momentos de interação humana e animal. No começo da semana você programa suas atividades para o decorrer da semana, cada atividade melhorando um aspecto do cachorro e alterando seu humor, higiene e outros, porém de maneira relativamente superficial. A parte mais interativa envolve dar alimentos, brincar, dar banho no cachorro, porém limitado a três itens por SEMANA (itens individuais, como ensaboar, dar biscoitos ou lavar o cachorro), o que é muito pouco pelo que o jogo se propõe e oferece. Ao longo das interações humanas, seu cachorro fica na tela, como se te acompanhando e participando da conversa. Frequentemente você precisa cuidar dele, catar cocô, impedir que avance nos outros personagens, mas é algo que mais briga pela atenção do jogador que complementa ao longo do mesmo.

As interatividades humanas do jogo são o verdadeiro foco do jogo, apesar de pouco demonstrado nos trailers. O jogo tem objetivo de ser um simulador de namoro, porém possui um cast minúsculo de personagens e apenas uma fração desta é “namorável”. O jogo apresenta interessante diversidade de personagens, entre raças, sexualidades e interesses pessoais, mas nenhum deles se aprofunda o suficiente para serem cativantes, além de um visual completamente incompatível com a arte do resto do jogo, que busca ser suave e minimalista – personagens parecem sair direto de um jogo flash baseado em The Sims. O jogador, felizmente, possui escolha entre quem vai interagir, se aproximar e se divertir, porém a maioria dos eventos são apenas descritos por texto ao longo do jogo. Isto inclusive consegue estragar a visão do jogador da maioria dos personagens, pois suas apresentações conseguem ser extremamente desconfortáveis com comentários sobre os corpos dos mesmos. A variedade visual dos eventos também é mínima mesmo com diversos ambientes construídos, mudando no máximo a expressão visual do rosto dos personagens.

Ao longo dessas quinze semanas, o jogador possui um check-up de seu animal ocasional, o que avalia o desempenho do jogador, mas não trás muita recompensa ou motivo para tal momento acontecer. É criada uma sensação progresso muito rasa que também ocorre ao final do jogo, mas o progresso na história do jogo (algo nada relacionado ao cachorro) parece ter muito mais peso no desenvolver do jogo. Falando em peso, nas interações com os animais, o jogo possui alguns bugs gráficos, como inverter a mão na hora de clicar para acariciar o bicho, além de animações fracas que não sejam as do próprio bicho. O jogo também suporta toque de tela no Nintendo Switch, o que é bem melhor que o controle por analógicos que é transformado em um mouse (houve pouca adaptação pro que o console tinha a oferecer). Ao encerrar a história (que dura aproximadamente uma hora), o jogador não sente conquista alguma com o que jogou, apesar dos bons momentos com o cachorro que infelizmente foram limitados para acrescentar outros aspectos mal desenvolvidos.

PROS:

  • Cachorros maravilhosos e bem feitos;
  • Interessante manutenção de recursos;
  • Proposta única;
  • Liberdade de escolha.

CONS:

  • Dating simulator fraco;
  • Personagens nada carismáticos;
  • Duração mínima;
  • Problemas gráficos e artísticos;
  • Limitação sem sentido na hora de cuidar do animal;
  • Jogo tenta ser múltiplas coisas ao mesmo tempo e não faz nada verdadeiramente bem.

NOTA: ☕☕

PLATAFORMAS:

  • Nintendo Switch (plataforma analisada, chave concedida pela Alliance Media);
  • PC/Mac.

Best Friend Forever tem uma premissa muito interessante, mas sua tentativa de alcançar múltiplos objetivos acabou atrapalhando sua ideia original. Sua duração apesar de MUITO pequena, incentiva múltiplas jogatinas, mas a falta de carisma de tudo no jogo que não sejam os animais quebra esse incentivo.