Archives: 26 de Março, 2021

Pacer, o Digno sucessor de Wipeout

O ano é 1999, tenho 7 anos de idade, acabei de ganhar de presente de aniversário um Super Nintendo da minha mãe e um Playstation 1 do meu pai, entre jogatinas de Super Mario World, e algumas demos de jogos de PS1 do clássico CD de Demonstrações do Playstation, recebo um jogo que viria a mudar a minha vida um dos jogos que eu mais amava jogar quando era pequeno, Wipeout XL o jogo de Corridas anti-gravidade com tiros e velocidades absurdas do qual eu não entendia nada naquele tempo mas mesmo assim amava jogar, porém o tempo foi passando e os videogames ficando cada vez mais tecnológicos e os jogos cada vez mais realistas, e eu apenas esperava por um novo Wipeout com gráficos espetaculares dos novos consoles, de certo modo acabamos recebendo novos jogos da franquia, mas algo inesperado aconteceu, um novo jogo de corrida anti-grav nasceu, seu nome é Pacer.

Pacer on Steam

Pacer, originalmente chamado de Formula Fusion (ótimo nome também) desenvolvido pela R8 Games para PC e para os consoles PS4 e Xbox One nos deu o ar da graça em outubro de 2020 trazendo tudo aquilo que nós amantes de corridas anti-grav mais queríamos, um verdadeiro sucessor ao legado do saudoso Wipeout e não fomos decepcionados, muito pelo contrário fomos agraciados com um jogo incrivelmente bem feito, desafiador, divertido e que trouxe novidades no gênero que até então apenas sonhávamos em ter.

O jogo trouxe um modo carreira simples porém altamente desafiador que faz com que o jogador tente se superar a cada vez que aperta o reiniciar da corrida, sim você vai refazer a mesma corrida algumas vezes para tentar conseguir vencer ou tentar bater aquele recorde da Leaderboard que você viu antes da corrida.

Pacer: conheça o novo game de corrida e combate sucessor de WipeOut | Jogos  de corrida | TechTudo

Ganhando corridas você vai ganhar não só um pouco de descanso por causa das corridas absurdamente frenéticas, mas também vai ganhar créditos para dar aquela ajeitada na sua nave, sim isso mesmo, é possível realizar melhorias na nave tanto no quesito performance quanto no quesito cosmético, o jogo possui vários e vários itens para ser adicionado na nave, bem como modelos de naves diferentes também.

A jogabilidade lembra muito o saudoso Wipeout, mas não se deixe enganar pela complexidade e difícil curva de aprendizado, o jogo possui suas próprias armas e esquemas de armamentos que são utilizados nas corridas diferente do Wipeout onde tudo dependia da arma que recebíamos durante a corrida, foi implementado na jogabilidade também o sistema de KERS que é como se fosse um turbo que você pode utilizar durante a corrida e que vai recarregando conforme a nave converte energia cinética num boost de velocidade que você pode utilizar quando quiser.

Pacer: jogo de corrida aposta em gráficos 4K e jogabilidade apurada | Jogos  de corrida | TechTudo

Você pode criar várias configurações de desempenho pras suas naves ou utilizar as que já vem pré-configuradas, essas configurações alteram as estatísticas da nave para melhorar velocidade ou melhorar sua mobilidade por exemplo, bem como modificar ou criar novas configurações de armas para usar nas corridas, como armas de longo alcance ou armas defensivas.

E por fim, um dos únicos pontos negativos que presenciei que foi um dos pontos que mais me deixou triste, porém é completamente independente do jogo, é o Online que infelizmente é basicamente morto, por ser um gênero muito nichado é completamente compreensível de imaginar que o online seria algo difícil de usufruir, mas como disse anteriormente não é algo que vá afetar o jogo em si visto que ele possui todo o modo carreira, e o Jogo Livre para que você possa se divertir (e passar raiva as vezes) por horas e horas.

PLATAFORMAS:

  • Playstation 4 (plataforma analisada, jogo concedido pela empresa);
  • Xbox One;
  • PC.

NOTA: ☕☕☕


Digimon Story Cybersleuth – sobre a coletânea

Review: Digimon Story Cyber Sleuth: Complete Edition (Switch) - Nintendojo  Nintendojo

Nesta review não vou entrar muito em detalhes de história de ambos os jogos, para que esta review seja completamente livre de spoilers, e foque apenas nas partes técnicas da obra visto que é um jogo com uma ótima narrativa e não merece ser estragada.

Digimon Story Cyber Sleuth Complete Edition, junta os dois capítulos da história, Digimon Story Cyber Sleuth e Digimon Story Cyber Sleuth: Hacker’s Memory. 

Digimon entrou no mundo dos jogos digitais a muitos e muitos anos atrás, porém nunca possuiu um jogo realmente bom e cativante como o rival Pokémon, porém desta vez a história foi diferente, transformaram Digimon numa história completamente nova, adicionaram uma narrativa digna de grandes JRPGs com história cativante e com um sistema de batalha por turnos que lembra bastante os JRPGs clássicos, resultando no melhor jogo de Digimon já produzido até então e com certeza absoluta um dos melhores JRPGs da atualidade. 

Digimon Story Cyber Sleuth: Complete Edition on Steam

O jogo possui um ótimo design tanto de personagens como de ambiente, uma jogabilidade simples de entender e confortável para que possa ser jogados horas e horas sem problemas, uma narrativa cativante em ambos os jogos que será explicada mais adiante. A jogabilidade baseada em turnos é rápida e de fácil compreensão, fazendo com que o jogador se sinta mais confiante e confortável rapidamente, à trilha sonora do jogo é impecável dando uma imersão ainda maior durante o jogo, bem como os gráficos em cell-shade muito bem elaborados.

Digimon Story Cyber Sleuth: Complete Edition - Battle Gameplay Trailer |  NSW, PC - YouTube

Dois jogos que se completam numa coletânea que vai lhe render no mínimo umas 130h de jogo, pra quem é fã de Digimon essa coletânea é sem dúvidas um “must have” pois é certeza de um aproveitamento total do jogo, e mesmo aqueles que não são familiarizados com Digimon mas ainda assim gostam de JRPGs e jogos com uma narrativa bem feita vão se maravilhar com Digimon Story Cyber Sleuth Complete Edition.

PLATAFORMAS:

  • PC (plataforma analisada, jogo cedido pela Bandai Namco);
  • Switch;
  • PS4;
  • Xbox One. 

PROS:

  • História cativante;
  • Variedade de criaturas disponíveis; 
  • Ritmo de jogo confortável.

CONS:

  • Não possui localização PT-BR;
  • Em alguns momentos possui um grind chatinho;
  • Re-aproveitamento de Dungeons e ambientes.

Nota: ☕☕☕☕


Space Otter Charlie – Lontras Galácticas

Space Otter Charlie é um jogo de plataforma com influências “metroidvania” desenvolvido pela Wayward Distractions e distribuído pela The Quantum Astrophysicists Guild. O jogo foi lançado em 18 de março de 2021, para Nintendo Switch, PC, Playstation 4 e Xbox One.

A história começa quando os humanos partem da Terra em busca de formar novas colônias pelo espaço. Enquanto isso um grupo de Lontras e seus amigos cansadas dos danos ambientais causados pelos humanos decidem partir também da Terra. Essas Lontras juntaram uma equipe de animais para readequar a tecnologia deixada pelos humanos no planeta para criar espaçonaves para explorar a galáxia. Depois de várias tentativas, finalmente conseguiram ter êxito no projeto e partiram logo em seguida rumo ao espaço. A equipe tem em mente chegar a um determinado planeta onde acreditam que possam montar uma colônia dos animas terrestres. Para chegar até lá, vão precisar juntar suprimentos das antigas estações espaciais dos humanos para ter condições de colocar suas metas em prática.

Exemplo de exploração gravitacional.

O enredo é genérico e bem previsível. Os personagens não possuem aprofundamento e em todos os momentos tentam convencer de forma superficial que dispõem uma personalidade arrojada. O diálogo entre os personagens não exploram o histórico e as motivações de cada um e a maior parte tem como propósito servir como tutorial ao jogador.

O trunfo na jogabilidade é a possibilidade de resolver desafios usando a gravidade. O principal personagem se chama Charlie e ele que vai fazer as pesquisas de campo no espaço. No começo, ele fica equipado apenas com uma mochila a jato, mas ao decorrer do jogo é possível liberar novos equipamentos e melhorias juntando recursos. Esses recursos são encontrados ao derrotar determinados inimigos e destruindo objetos inanimados espalhados pelo cenário. A estrutura adotada para comportar as ferramentas e os recursos que são utilizados para solucionar os desafios que exigem a manipulação da gravidade foram bem trabalhados dando situações diferenciadas que rendem um bom desafio ao jogador.

As batalhas contra chefes possuem o clássico formato de aglutinar os aprendizados recebidos durante a fase.

Os cenários não possuem muita variedade pelo fato do jogo se passar a maior parte do tempo em antigas estações espaciais. Mesmo assim cada fase possui uma área ampla para explorar por recursos e colecionáveis. O sistema de exploração tem uma leve influência nos títulos “metroidvania” , porque exige o jogador a pegar determinados itens para ir liberando cada setor das fases.

Space Otter Charlie é um divertido jogo de plataforma que apresenta bons desafios que proporcionam bons momentos de distração. Mesmo deixando a desejar no quesito enredo e desenvolvimento dos personagens, este título consegue acertar na sua principal aposta que é uma jogabilidade dedicada a explorar soluções por meio da manipulação da gravidade.

PROS:

  • Jogabilidade gravitacional;
  • Sistema de exploração do mapa;
  • Desafios bem elaborados.

CONS:

  • Enredo genérico;
  • Personagens sem expressão.

NOTA:☕☕☕

PLATAFORMAS:

  • Microsoft Windows (Plataforma jogada; chave cedida pela The Quantum Astrophysicists Guild);
  • Mac OS;
  • Nintendo Switch;
  • Playstation 4;
  • Xbox One.

Loop Hero – Aventura Infinita

Loop Hero é um “RPG” com ferramentas “Roguelike” desenvolvido pela Four Quarters e distribuído pela Devolver Digital. No momento foi lançado apenas para as plataformas de computador: Linux, Microsoft Windows e Mac Os. Está previsto até o final do ano o lançamento para os consoles de nova geração e o Nintendo Switch.

Loop Hero é resultado da mistura de “RPG” e o estilo “Rogue” com jogo de cartas. Esta combinação resultou em um estilo de jogo diferenciado e único que atraiu de imediato a comunidade de vídeo jogos. Uma das razões para esta atração pode ser encontrado no título do jogo que remete à uma aventura que é difícil de se desprender. Apesar de ser cíclica as ações no jogo sempre consegue apresentar diferentes situações para prender a situação do jogador.

A história começa com uma criatura misteriosa chamada de Lich que lançou uma névoa que apagou todos os elementos representativos do planeta terra. Um dos poucos sobreviventes, conhecido apenas como Herói, acorda intacto e descobre que tudo aquilo que conhecia desapareceu. Quando ele percebe que parte da memória da terra está armazenada em fragmentos espalhados pela escuridão, ele decide usá-las para restaurar parte do que existia antes. Com essa iniciativa conseguiu recuperar paisagens e pessoas. Agradecidas pela iniciativa do Herói decidem ajudá-lo e juntos montam um acampamento para unir forças. Lich percebe o êxito do protagonista e lança uma série de criaturas para atacar o grupo. Todo planeta depende das expedições do Herói para derrotar Lich e restaurar a Terra ao seu estado natural.

Mapa da expedição com o barulho do jogador e a seleção de itens para o personagem.

A premissa é simples mas ela vai ganhando profundidade a medida com o progresso na aventura. Novos personagens aparecem no acampamento que além de ampliar as funções do acampamento apresentam diálogos bem interessantes com o protagonista. Temas como memória e existencialismo estão presentes e adicionam uma camada reflexiva que contribui para o jogador pensar sobre diferentes aspectos relacionados ao que está sendo apresentado no jogo.

A jogabilidade, como já foi mencionado anteriormente, é um “RPG” de carta com traços Rogue. Cada expedição do Herói possui programação procedural, ou seja, cada aventura é diferente da anterior. O mapa é cíclico, o que dá a impressão de “Loop” apresentado no título. O objetivo do jogo é preencher o mapa com as cartas presentes na mão do jogo. Existem cartas de ambiente que dão auxílio ao jogador, como mais pontos de vida e itens, e cartas de inimigo para o protagonista poder saqueá-los quando os derrotar. Cada expedição vai gerar uma quantia de itens que pode ser usado para melhorar o acampamento como a construção de novas estruturas para destravar novas cartas e classes para o personagem. A medida que for sendo colocada as cartas na mapa, uma barrinha que representa o chefe do capítulo é preenchida e quando completada torna possível confrontá-lo em uma batalha.

Árvore de ampliações do acampamento.

Não tem muito o que se falar da ambientação porque é a mesma durante o jogo com leves alterações por quanto das cartas de ambiente que podem ser destravadas pelo jogador. Portanto, o desenho dos personagens e a trilha sonora são de ótima qualidade. O estilo artístico do jogo acaba lembrando outro indie conhecido como Undertale e em certas ocasiões faz referências diretas a este jogo.

O único aspecto negativo do jogo gira em torno de um aspecto comum em títulos com ferramentas “Rogue” que é a necessidade de juntar uma quantidade enormes de itens para avançar na trama. Esse formato acaba desgastando o investimento depositado à longo prazo no título, o que pode cansar alguns jogadores não habituados com este estilo. Apesar desta característica sua mecânica de jogo pode suavemente abafar essa sensação por conta da necessidade criada no consciente para

Loop Hero se tornou uma surpresa agradável com sua jogabilidade peculiar e narrativa envolvente que instiga o jogador a continuar investindo nesta aventura procedural cíclica. O futuro do jogo se torna promissor com a previsão de lançamento para os consoles de mesa e novas expansões podem ajudar a solidificar seu nome no cenário de video jogos.

PROS:

  • Jogabilidade instigante;
  • Enredo;
  • Trilha sonora.

CONS:

  • Necessidade de acumular muitos itens para avançar torna cansativa a empreitada.

NOTA:☕☕☕☕

PLATAFORMAS:

  • Microsoft Windows (Plataforma jogada e chave cedida pela Devolver Digital);
  • Mac OS;
  • Linux.

In Rays of the Light – A calmaria antes da tempestade

In Rays of the Light é remake de um jogo de 2012 chamado apenas The Light. The Light foi um dos primeiros jogos criados tentando fazer o máximo do poder gráfico da Unity 3D, uma engine que começou a pegar força desde então na cena indie. A nova versão adiciona mais um final e atualiza os gráficos para as novas técnicas mais foto-realistas, mas não altera muito mais além disso.

In Rays of the Light é um “walking simulator” com aspectos de room escape, acordamos em um cômodo destruído sem qualquer contexto ou explicação fora a abertura que mostra a passagem do tempo em uma rua, ao sairmos do quarto deparamos com uma lanterna e uma mensagem, a partir da qual temos que descobrir o próximo evento para avançar na história.

Inicialmente é um jogo extremamente parado onde apenas perto de sua conclusão há algumas cenas em que a atmosfera intensifica e realmente exige sua atenção, o mistério e o minimalismo são parte central da experiência o que dificulta discutir tais momentos em detalhes, mas há algumas cenas muito bem conduzidas em visuais, trilha sonora, design de áudio e narrativa.

Porém sua duração é curtíssima ao ponto de poder ser zerado em um dia com 2 a 3 horas livres, não é um jogo difícil apesar da solução de alguns puzzles serem extremamente abstratas. Sua mensagem até é interessante, porém há momentos em que a total falta de sutileza dá uma impressão de prepotência que pode estragar completamente qualquer valor pessoal que o jogador possa ter durante o jogo, fora alguns problemas técnicos que não parecem ser consistentes em como e onde ocorrem. No geral é um jogo polido, porém seu minimalismo faz qualquer problema pequeno ser muito mais visível do que geralmente são.

Em suma, In Rays of the Light é uma experiência interessante pra quem gosta do nicho de jogos mais focados em narrativa e sem uma jogabilidade muito exigente, porém mesmo dentro desse nicho sua duração é curta até demais e alguns aspectos da sua história podem não agradar a todos.

PROS:

  • Ótima trilha sonora que acentua a atmosfera;
  • Alguns momentos de história são conduzidos muito bem;
  • Design visual muito bonito.

CONS:

  • Extremamente curto;
  • Problemas na tradução para inglês (também não dispõe opções para português);
  • Algumas morais da história podem parecer muito pretenciosas na sua execução;
  • Alguns problemas de performance e bugs.

PLATAFORMAS:

  • PC – Steam;
  • Nintendo Switch;
  • PlayStation 4 (Plataforma analisada, chave gentilmente cedida por Sometimes You);
  • PlayStation 5;
  • Xbox One;
  • Xbox Series X/S.

NOTA: ☕️☕️

In Rays of the Light não é um jogo ruim, mas é de um nicho extremamente limitado e mesmo dentro de tal nicho não se sobressai. A mensagem que tenta passar é admirável, mas faltou um certo balanço entre sutileza e coesão de narrativa. A não ser que você queria uma platina rápida, acho difícil recomendar a compra desse jogo por qualquer coisa acima de 20 Reais, e mesmo assim requer um certo entusiasmo pelo gênero de Walking Sims.