Barão do Café — Premiação dos Melhores Jogos de 2020!

O ano de 2020, lento e assustador, está chegando ao seu fim. Fechando este com sua maior glória e com a maior atenção do Café com Geeks, após um infeliz cancelamento da edição de animes do ano passado devido à pandemia (que ocorreria no começo deste ano), decidimos oficializar nossa premiação de Melhores Jogos de 2020.

Para não misturarmos com a “The Game Awards”, que ocorrerá dia 10 de dezembro, decidimos abrir nossa votação pública agora e marcar nossa apresentação para janeiro de 2021.

Para ver as categorias e fazer suas escolhas, completem este formulário ilustre feito na plataforma Google.

Contamos com as posições de vocês.


Out of Space, ou sem espaço pra falta de diversão

Há anos acompanhamos a Behold Studios aqui no Café. Com o título deste ano não seria diferente. Lançado previamente para PCs, agora no console, Out of Space é um jogo cooperativo de sofá onde os jogadores se encontram de mudança para uma casa vazia no espaço sideral. O objetivo do jogo é simples: preencher completamente a residência. Parece fácil e até familiar, mas Out of Space é extremamente único em sua proposta, como será explanado a seguir.

O objetivo de completar a residência, que pode ser de tamanhos e formatos variados, de acordo com a preferência do jogador e do RNG, é dividido em algumas tarefas. Primeiramente, cada casa possui diferentes cômodos e cada cômodo precisa de um gerador de energia. Este é o objetivo principal e, assim que todos os cômodos foram energizados, acaba o jogo. Aí que se encontra o grande desafio: não apenas alcançar todos os cômodos, como garantir a segurança dos mesmos, limpá-los e decorá-los. E, para tanto, você precisará de dinheiro, este que pode ser conquistado de diversas maneiras, sendo sua principal reciclando lixo e.. aliens.

Out of Space on Steam

O maior problema que o jogador terá de enfrentar são aliens que infestaram a casa antes de se mudar. Tirando a primeira sala, todas estarão completamente infectadas de gosma intergaláctica, além de ocupadas pelos próprios bichos que não apenas tentarão infectar as salas que os jogadores limparam como também tentará “sujar” o mesmo, podendo até encapsular o jogador numa carapaça que o impossibilita de fazer qualquer coisa (e se todos os jogadores sofrerem disto, é game over).

Aqui se encontra uma variedade significante de bichos com diferentes propriedades, fraquezas e resistências, que os jogadores terão de lidar para alcançarem seus objetivos. Alguns precisam ser lavados para serem nocauteados, outros ganham boost de velocidade caso molhados, outros machucam ao tocar, então precisam ser levados para o triturador com maior velocidade e cautela, e alguns outros podem até deixar os outros mais ariscos ou até fazer o jogador dormir de cansaço. Cada caso é um caso e isto demandará atenção de todos os presentes na partida (que pode demorar bastante ou até ser encerrada por falta de atenção dos jogadores).

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É louvável que uma mecânica que poderia ser minoritária se tornou algo tão importante neste jogo, o que traz variedade de jogabilidade. Nenhuma partida será a mesma, pois além de ter de enfrentar inimigos diferentes, os jogadores terão de lidar com layouts de casa diferentes, além de receber itens que, apesar de compráveis, mudam drasticamente a orientação e a estratégia usada em cada situação devido ao alto preço que alguns podem custar. Isto sem falar nos desbloqueáveis e nas atualizações de conteúdo que tem sido preparadas pela Behold, que traz mais do melhor possível a um jogo com tanto potencial e riqueza de jogabilidade.

Quanto a som e trilha sonora, temos alguns pontos altos. A trilha sonora é extremamente compatível com o tom gerado pelo jogo, trazendo notas de jazz e chillwave que acompanham bem a jogabilidade. O design sonoro cumpre seu papel e é muito bem colocado para cada situação. Já os gráficos deste jogo são um pouco mais modestos e pouco se destacam de outros jogos do gênero (como Overcooked), mas é compatível com a arte proposta. Para um primeiro título 3D da desenvolvedora que está acostumada com gráficos em duas dimensões está ótimo.

Jogando no Nintendo Switch, tivemos uma experiência bem desagradável ao jogar em casas de tamanho médio (e não desbloqueamos o tamanho grande por conta disto): o jogo teve constantes crashes que ocorreram frequentemente quando múltiplos jogadores interagiam com objetos e instalações próximo ao item de chuveiro, o que fez com que perdêssemos mais de cinco partidas para o nada. Considerando que cada partida dura mais de quinze minutos, ainda mais em residências maiores, isto é um grande desperdício e uma grande frustração para o jogador, o que barrou o progresso. Situações similares foram reproduzidas em residências pequenas do jogo e o mesmo não ocorreu. Como dito, o estresse de interação com objetos em determinadas áreas é frustrante, além de não serem muito precisos os controles, o que fez com que o time perdesse por querer pegar um item próximo a uma porta e se trancar num quarto com hordas de monstros. Contudo, contatamos a equipe de desenvolvimento para falar sobre o ocorrido e eles, de prontidão, se colocaram a disposição para investigar os erros, o que é extremamente louvável.

PROS:

  • Refrescante título de cooperação local;
  • Trilha sonora extremamente compatível com o tema;
  • Jogabilidade acessível para todos os públicos;
  • Fator RNG incentiva rejogabilidade;
  • Frequentes atualizações de conteúdo e múltiplos desbloqueáveis;
  • Preço extremamente convidativo.   

CONS:

  • Bugs técnicos.

PLATAFORMAS:

  • Nintendo Switch (plataforma analisada, chave concedida por PID);
  • PlayStation 4;
  • PC/Linux/Mac;
  • Xbox.

NOTA: ☕☕☕☕☕

Out of Space é um destaque e desce como uma bebida extremamente refrescante em uma seca longa e árida dos últimos anos no gênero de jogos cooperativos locais, onde houve uma saturação de jogos com o mesmo tema e pouca inovação. O título veio para ficar, porém conta com alguns erros técnicos que precisam ser endereçados, coisa que a desenvolvedora já se colocou a disposição. É definitivamente uma das surpresas do ano.


Clássicos KONAMI voltam aos PC no GOG.COM

3 clássicos jogos Metal Gear agora disponíveis no GOG.COM e na KONAMI Collector’s Series: Castlevania & Contra retornam para os verdadeiros fãs de retrôs.

Hoje, três clássicos títulos do Metal Gear fazem um grande retorno aos computadores mais modernos, juntamente com outros cinco clássicos de 8 bits!

O primeiro título da série é o clássico de todos os tempos do Metal Gear de 1987. Amplamente considerado um dos primeiros jogos furtivos da história, o Metal Gear é um clássico do gênero stealth, e é um jogo absolutamente obrigatório se você quiser conhecer as origens da cultuada série. O segundo título da série é um sucesso da KONAMI de 1998 – Metal Gear Solid. Este título continua a redefinir o gênero stealth com jogadores assumindo o papel de Solid Snake, em uma missão de infiltração em uma instalação de armas nucleares para neutralizar a ameaça terrorista chamada FOXHOUND, uma unidade de forças especiais renegadas.
Depois de ter restaurado clássicos como Blade Runner e Diablo, traze-se Metal Gear Solid 2: Substance em uma versão que é totalmente jogável em computadores modernos. Como uma versão expandida do Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty, Metal Gear Solid 2: Substance encontrará jogadores que podem mais uma vez se juntar à Solid Snake e Raiden em sua missão de impedir que a organização terrorista “Sons of Liberty” afunde o mundo no caos nuclear!

Finalmente, preparamos um verdadeiro deleite para os jogadores retrô. Com a série Konami Collector’s: Castlevania & Contra agora no GOG.COM, você tem a oportunidade única de descobrir as raízes de duas séries clássicas. Este pacote consiste em cinco jogos únicos da era dos 8 bits: Castlevania, Castlevania II: Simon’s Quest, Castlevania III: Dracula’s Curse, Contra, e Super C. Isto significa que o jogador terá cinco chances de salvar o universo em um!

Sobre a GOG

A GOG é mais conhecida pelos gamers por GOG.COM – a loja digital que escolhe a dedo jogos sem DRM, e o GOG GALAXY – um aplicativo de jogos que traz todos os seus amigos e jogos em um só lugar. Como parte do grupo CD PROJEKT, juntamente com o estúdio de desenvolvimento CD PROJEKT RED, a GOG também está trazendo a melhor experiência online possível para os jogadores de PC e console, nos jogos CD PROJEKT RED. O CD PROJEKT RED é também o estúdio por trás de um dos jogos mais esperados de 2020, o CYBERPUNK 2077.


Ghost of Tsushima é o que todos os exclusivos de PlayStation deveriam ser

Ghost of Tsushima é o último exclusivo de PlayStation 4. O jogo foi anunciado há alguns anos como a nova obra da Sucker Punch, responsável pela série Infamous, muito bem elogiada internacionalmente. Aqui, temos a invasão mongol no Japão medieval no século 13, liderada pelo fictício Khotun Khan. O protagonista é herdeiro do clan Sakai e sobrinho do Jito da ilha, lorde Shimura. Ambos são samurai e após um primeiro e devastador ataque, apenas Jin Sakai, protagonista, pode salvar seu tio e expulsar os mongóis da ilha de Tsushima.

Logo cedo, Jin é salvo por Yuna, uma gatuna pobre de uma região próxima, sem muitas segundas intenções além de pedir sua ajuda para resgatar seu irmão ferreiro. Jin se encontra numa contradição, pois, ao mesmo tempo que está grato pela ajuda de Yuna que consequentemente salvou toda a esperança da ilha, está suspeito por suas atitudes nada honrosas, além de sugestões de que Jin também lute pelas sombras. Aqui temos um pouco da dualidade dos jogos Infamous, onde as ações do jogador influenciam o tipo de habilidade que o protagonista terá – seja lutando pelas sombras ou lutando com honra, grande debate do próprio jogo.

Jin desde o começo é jogado em um mundo muito grande e desafiador. O vento é o que o guia para seus objetivos, porém animais como raposas e pássaros também podem o guiar para segredos dificilmente descobertos de outra maneira. Aqui começam as comparações com Breath of the Wild, que são mais que justas, porém extremamente positivas – Ghost of Tsushima definitivamente é um jogo Open Air pela sua versatilidade física e explorativa. Vários campos inimigos são encontrados ao longo do mapa que ficam ao critério do jogador de serem liberados, assim como grupos de mongóis aleatórios são colocados como desafio nas estradas. Ao falar com aldeões, estes podem também indicar coisas que Jin pode procurar, seja itens importantes, como novas habilidades e até linhas de missões secundárias completamente opcionais, mas que dão firmamento maior às habilidades de Jin, como novas poses de luta (algo extremamente pertinente em luta com a espada), como novos arcos e armas a distância, além de aliados para a batalha final contra Khotun Khan. Ghost of Tsushima é um jogo onde você deve frequentemente buscar novos aliados e construir seu exército para lutar contra um mal maior.

https://www.youtube.com/watch?v=BeZHP0uMcKI

A jogabilidade de Ghost of Tsushima é facilmente uma das melhores da geração. Trazendo o melhor da carga da Sucker Punch, porém se reinventando, Jin luta como um samurai completo com as habilidades que conquista ao longo do jogo e é talvez um dos melhores jogos de samurai no mercado. Comparando com lançamentos recentes, como Sekiro, onde também temos mecânica de parry e quebra de postura, em Tsushima tudo é mais natural e colocado no controle do jogador. Troca de instâncias são fáceis e rápidas, o jogo não exagera seus combates e cria um estresse forçado como em Sekiro, aqui temos um combate leve, rápido e efetivo que um samurai verdadeiro luta – onde Jin deve, ou lutar pelas sombras e eliminar seus inimigos sem ser percebido, ou lutar cara a cara num combate desafiador mas não desnecessariamente incômodo, com diversos itens a serem considerados – posicionamento da câmera, número de inimigos, onde e quando defender, de que ângulo e como atacar e devastar inúmeros mongóis que não pensam duas vezes antes de arrancar uma cabeça. Isto tudo quando não há as lutas contra chefes, onde Jin é colocado contra um inimigo extremamente forte em um círculo de batalha onde apenas um pode sair vivo, onde pode-se verdadeiramente ver o progresso que Jin tem ao longo de sua jornada por Tsushima, com novas habilidades e destrezas.

A história de Ghost of Tsushima, apesar de ser previsível, consegue atender muito bem às expectativas criadas. É uma jornada triste e depressiva que, tal qual um ataque samurai de cabeça erguida anunciando sua chegada, consegue ser extremamente impressionante, com destaque para as histórias paralelas que podem ser completadas até depois de encerrar a história principal, que vivem na pele histórias de camponeses massacrados, mestres derrotados e monges perdidos.

Toda a estética e trilha sonora do jogo, apesar de realista, é extremamente única e bela. As flores e árvores brilhantes saltam na tela, os campos verdes cobertos por uma certa tempestade, tudo neste jogo GRITA vida. A direção artística conseguiu trazer a um mundo sujo e destruído e extremamente real traços de beleza que são extremamente únicos ao Japão e foram muito bem explicitados. O som do jogo é outro destaque. A trilha sonora melancólica e poderosa se contrasta com os sons da natureza e da luta de espadas e tiros, o som do vento e dos animais, das árvores balançando. A física do jogo influencia esse design sonoro e deixa a experiência ainda mais viva.

Ghost of Tsushima possui alguns erros técnicos que poderiam ser melhorados com o tempo. A câmera, apesar de estar totalmente no controle do jogador, as vezes mais atrapalha que ajuda, glitches prendem o jogador em paredes, abismos ou até catapulta NPCs e um único grande erro deste título é a falta de influência das escolhas do jogador na história, sendo algo extremamente destacado e imposto no jogo – para qual motivo então? Além disto, para um jogo que enaltece fortemente seus laços com a tradição japonesa e desenvolvimento com grande apoio japonês, é mais que visível que a captura de movimento dos rostos foi feita com dublagem da língua inglesa. A dublagem pode até estar colocada em japonês, mas o movimento da boca dos personagens é das falas em inglês, o que dá confusão mental na hora de assistir as cenas de corte e é algo verdadeiramente incompatível com a proposta da obra.

PROS:

  • Combate perfeitamente desenvolvido;
  • Mundo open air;
  • Fidelidade a história original;
  • Histórias paralelas;
  • Sistema de progressão;
  • Personagens humildemente cativantes.

CONS:

  • Glitches;
  • Falta de impacto na história das decisões do jogador.

NOTA: ☕☕☕☕

PLATAFORMAS:

  • PlayStation 4 (plataforma analisada).

Ghost of Tsushima é o que todos os exclusivos de PlayStation deveriam ser, dando espaço pra todos os pontos de desenvolvimento de um jogo, além de apresentar uma história sem fator de choque forçado que impressiona mais que qualquer outro exclusivo ocidental desta geração.


Best Friend Forever – Houve uma Tentativa

Best Friend Forever foi anunciado há um bom tempo. A proposta do título era ser um simulador de pets com elementos de visual novel e dating sim, onde você poderia adotar seu cachorro e cuidar, brincar e o crescer. O jogo começa com um teste de personalidade para criar seu personagem, com mínimas opções de customização visual que o jogo tanto enaltece. O teste de personalidade é para criar conta em um “site de relacionamentos e encontro de cachorros”, que logo você terá oportunidade de adotar.

Uma vez introduzido na cidade de Rainbow Bay, você vai a veterinária local adotar seu pet. Lá você possui uma certa variedade de bichos nos quais você pode adotar e então nomear, é explicada sua missão nas próximas 15 semanas (que são a duração do jogo) – cuidar e treinar seu cachorro para uma avaliação canina (que está longe de ser um propósito no jogo). A partir daí, você conhece diversos personagens via este site de relacionamentos, faz amizades, sai para conhecer a cidade e os diversos cachorros – tudo isso em uma visual novel interativa.

O jogo divide-se nesses momentos de interação humana e animal. No começo da semana você programa suas atividades para o decorrer da semana, cada atividade melhorando um aspecto do cachorro e alterando seu humor, higiene e outros, porém de maneira relativamente superficial. A parte mais interativa envolve dar alimentos, brincar, dar banho no cachorro, porém limitado a três itens por SEMANA (itens individuais, como ensaboar, dar biscoitos ou lavar o cachorro), o que é muito pouco pelo que o jogo se propõe e oferece. Ao longo das interações humanas, seu cachorro fica na tela, como se te acompanhando e participando da conversa. Frequentemente você precisa cuidar dele, catar cocô, impedir que avance nos outros personagens, mas é algo que mais briga pela atenção do jogador que complementa ao longo do mesmo.

As interatividades humanas do jogo são o verdadeiro foco do jogo, apesar de pouco demonstrado nos trailers. O jogo tem objetivo de ser um simulador de namoro, porém possui um cast minúsculo de personagens e apenas uma fração desta é “namorável”. O jogo apresenta interessante diversidade de personagens, entre raças, sexualidades e interesses pessoais, mas nenhum deles se aprofunda o suficiente para serem cativantes, além de um visual completamente incompatível com a arte do resto do jogo, que busca ser suave e minimalista – personagens parecem sair direto de um jogo flash baseado em The Sims. O jogador, felizmente, possui escolha entre quem vai interagir, se aproximar e se divertir, porém a maioria dos eventos são apenas descritos por texto ao longo do jogo. Isto inclusive consegue estragar a visão do jogador da maioria dos personagens, pois suas apresentações conseguem ser extremamente desconfortáveis com comentários sobre os corpos dos mesmos. A variedade visual dos eventos também é mínima mesmo com diversos ambientes construídos, mudando no máximo a expressão visual do rosto dos personagens.

Ao longo dessas quinze semanas, o jogador possui um check-up de seu animal ocasional, o que avalia o desempenho do jogador, mas não trás muita recompensa ou motivo para tal momento acontecer. É criada uma sensação progresso muito rasa que também ocorre ao final do jogo, mas o progresso na história do jogo (algo nada relacionado ao cachorro) parece ter muito mais peso no desenvolver do jogo. Falando em peso, nas interações com os animais, o jogo possui alguns bugs gráficos, como inverter a mão na hora de clicar para acariciar o bicho, além de animações fracas que não sejam as do próprio bicho. O jogo também suporta toque de tela no Nintendo Switch, o que é bem melhor que o controle por analógicos que é transformado em um mouse (houve pouca adaptação pro que o console tinha a oferecer). Ao encerrar a história (que dura aproximadamente uma hora), o jogador não sente conquista alguma com o que jogou, apesar dos bons momentos com o cachorro que infelizmente foram limitados para acrescentar outros aspectos mal desenvolvidos.

PROS:

  • Cachorros maravilhosos e bem feitos;
  • Interessante manutenção de recursos;
  • Proposta única;
  • Liberdade de escolha.

CONS:

  • Dating simulator fraco;
  • Personagens nada carismáticos;
  • Duração mínima;
  • Problemas gráficos e artísticos;
  • Limitação sem sentido na hora de cuidar do animal;
  • Jogo tenta ser múltiplas coisas ao mesmo tempo e não faz nada verdadeiramente bem.

NOTA: ☕☕

PLATAFORMAS:

  • Nintendo Switch (plataforma analisada, chave concedida pela Alliance Media);
  • PC/Mac.

Best Friend Forever tem uma premissa muito interessante, mas sua tentativa de alcançar múltiplos objetivos acabou atrapalhando sua ideia original. Sua duração apesar de MUITO pequena, incentiva múltiplas jogatinas, mas a falta de carisma de tudo no jogo que não sejam os animais quebra esse incentivo.


Astral Chain – Primeiro ano do jogo mais subestimado do Nintendo Switch

Astral Chain completou seu primeiro aniversário este final de semana e a análise do Café com Geeks demorou em demasia. O jogo, dos criadores de Bayonetta e Nier Automata, pela Platinum Games, é exclusivo para o Nintendo Switch e saiu próximo de Fire Emblem: Three Houses, jogo do ano do Café ano passado ao lado de Death Stranding.

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Astral Chain é sobre um grupo policial num Japão futurístico tendo que lidar com uma legião invasora de quimeras de dimensões paralelas. Parte do grupo conseguiu dominar dita legião como uma extensão do próprio corpo, e, nosso protagonista, filho do capitão da equipe, e sua irmã gêmea, aprendem a controlar múltiplos legião, se tornando destaques na equipe e peças chave para investigar a invasão e acabar com a mesma. O jogo é um hack and slash com elementos de RPG de exploração e investigação, onde o jogador controla tanto o protagonista quanto suas legiões – PARALELAMENTE. Ambos são conectados por uma corrente astral que também é utilizada como arma e com suas habilidades tanto humanas quanto astrais, devem combater os invasores e ver o invisível para descobrir quem é responsável pelo ocorrido.

Astral Chain New Trailer Introduces New Combat Mechanics

O combate neste jogo é grande destaque. Como citado, o jogador controla dois personagens ao mesmo tempo, sendo a legião capaz de ser transformada em outra com habilidades diferentes que, combinadas com as do humano, podem vencer diferentes adversidades, além de cada uma possuir habilidades especiais para serem utilizadas na exploração do jogo, seja para farejar inimigos ou acertar pontos inalcançáveis. As opções de ataque no começo são extremamente limitadas, mas quando o jogador desbloqueia o uso das demais legiões as coisas começam a evoluir exponencialmente.

Astral Chain (Switch) Review - Character Action Reimagined | CGMagazine

O combate inclui a corrente astral, que conecta o humano a legião, e ajuda nos combos prendendo e catapultando tanto os inimigos quanto os objetivos. O protagonista conta com algumas poucas mas diferentes armas que podem receber atualizações que melhoram seus pontos de ataque e até aumentam variedade de golpes, que, acoplados aos diferentes legião que podem ser usados, formam uma leque absurdo de possibilidades para o jogador alcançar em questão de formas lutar comparado a outros jogos do gênero como Devil May Cry V. A sinergia entre protagonista e legiões é chave fundamental para dominação do combate e, além de refrescante, traz poder ao jogador. Tudo isso incluindo um sistema de progressão por árvore de habilidades extremamente rico que, se bem aproveitado, transforma o jogador em um verdadeiro monstro hiperpoderoso, tendo controle das devidas mecânicas extremamente variadas do jogo. Em geral, o combate é uma verdadeira mistura de tudo que a Platinum Games já fez, sendo seu verdadeiro magnum opus, pelo menos no quesito de jogabilidade.

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O mundo de Astral Chain é extremamente vivo. Cidades preenchidas de pessoas, mistérios e desafios, uma estação policial cheia de coisas para se fazer e pessoas para interagir, personagens extremamente cativantes, tudo com a arte de Masakazu Katsura de Zetman, O que foi criado aqui foi extremamente bem detalhado, um dos mundos cyberpunk mais refrescante dos últimos anos, com uma estética absurdamente cativante. O mundo semi-aberto cheio de micro-atividades contribui para isso. Faça trabalho de rua de polícia – persiga ladrões, junte lixo jogado no chão, resgate gatinhos, mas também procure organizações terroristas e lute com monstros interdimensionais. Além de toda essa variedade de jogabilidade e elementos do mundo, o jogo também possui customização visual do jogador, que é sempre muito apreciado neste tipo de jogo.

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A história de Astral Chain, apesar de simples, é extremamente cativante. Personagens aqui são extremamente determinados em seus objetivos e apesar de usar alguns clichês de anime, ela ajuda muito o resto do jogo fluir como flui. Referências por todos os lados a obras cyberpunk japonesas são encontradas, o que é muito bem-vindo. Já foi afirmado que Astral Chain terá continuação, então para uma apresentação de universo, conceitos e personagens, o resultado foi mais que suficiente, deixando um gostinho de “quero mais” ao fim da história. A trilha sonora também é mais que digna e também representa o jogo tão bem quanto seus visuais, previamente comentados.

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PROS:

  • Melhor combate do gênero;
  • Universo cyberpunk;
  • Exploração;
  • Conteúdo opcional;
  • Customização.

CONS:

  • Previsibilidade da história.

NOTA: ☕☕☕☕☕

PLATAFORMAS:

  • Nintendo Switch (plataforma analisada).

Astral Chain não é apenas o jogo mais subestimado do Nintendo Switch, como também o melhor jogo de seu gênero e o magnum opus da Platinum Games. O título envelhece como um bom vinho e merece atenção de TODOS os interessados em jogos de ação e/ou cyberpunk.


Recomendação de Quarentena: The Revenant Prince é um RPG retrospectivo com muito a oferecer

The Revenant Prince foi anunciado há algum tempo como uma tentativa de trazer o estilo de RPGs antigos com modernidade em novas mecânicas que são um sopro refrescante de vento de começo de primavera. O título chegou e recebemos o mesmo para análise.

Revenant Prince começa com um grande dilema moral. Personagens carismáticos são apresentados, e uma escolha de peso é jogada na mão do jogador em suas primeiras interações. Essa escolha será frequentemente discutida ao longo do jogo, entre velhos e novos personagens, todos únicos e memoráveis. Esta diferenciação entre personagens traz inspirações de Undertale, mas definitivamente são bem trabalhados para serem únicos em seu próprio estilo.

A história é extremamente intrigante e traz frequentemente plot twists que mudam a direção da história. O mundo é rico e sua exploração é extremamente incentivada. A mesma possui side quests de pequeno e médio porte que podem sim extender a duração do mesmo e até auxiliar em missões mais difíceis ao longo do jogo. É essencial aqui que se segure o máximo de spoilers possível, mas é de se afirmar que o jogo cativa e motiva o jogador a seguir adiante e sim, jogar múltiplas vezes.

A jogabilidade de exploração é tão tradicional quanto puder ser. O jogo aparenta ser desenvolvido em RPG Maker com múltiplas alterações para o torná-lo único, o que é louvável, mas ainda encontra limitações do motor que prejudicam tanto o jogador a explorar quanto gerenciar seu jogo salvo (não há salvamento automático, o que custou nosso precioso tempo rejogando partes do jogo).

O combate é facilmente uma das melhores partes do jogo. A jogabilidade é feita em batalha de tempo real, onde o jogador possui três armas, cada uma com seus tipos de ataques e defesas, e uma barra de carregamento para cada. Essa barra é o custo que o jogador terá para tomar suas decisões de ataque que serão mais que essenciais para determinar sua vitória – que pode ser determinada por “poupar” seu inimigo ou derrotá-lo. Também é possível definir a porcentagem de aparição de inimigos selvagens.

O jogo possui um bom sistema de upgrade, tanto de habilidades do personagem quanto de equipamentos. O sistema de upgrades de esfera, que melhora as atualizações do jogador, é recompensante e rápido de usar, porém só te permite fazer uma esfera por vez, o que é uma limitação sem sentido.

Para finalizar, a arte do jogo é tão única quanto sua história. Cidades bem movimentadas, personagens diferentes e únicos, tudo isto consegue vir a vida com seu design compatível em todas suas sessões acompanhada de uma trilha sonora muito bem colocada.

PROS:

  • Combate em tempo real;
  • História intrigante, variada e única;
  • Personagens mais que carismáticos;
  • Arte;
  • Mundo bem desenvolvido.

CONS:

  • Sistema de esferas;
  • Limitações da engine.

PLATAFORMAS:

  • PC (plataforma analisada, chave concedida por Nomina Games)

NOTA: ☕☕☕☕

The Revenant Prince é um RPG que não deve ser ignorado. Feito por uma minúscula equipe na Indonésia, o jogo conta com um universo único e uma jogabilidade incrível.


Nindies Showcase – destaques da pandemia

No dia 18 de agosto a Nintendo apresentou seu primeiro Indie World Showcase desde o começo da pandemia. A apresentação foi lotada de conteúdo e shadowdrops, e aqui deixamos nossos destaques pessoais, além da apresentação completa à seguir.

Spiritfarer é mais um título da Thunder Lotus, de Jotun e Sundered. O jogo é de gerenciamento de recursos e exploração, onde a protagonista leva os espíritos dos mortos para o além em seu barco. O jogo lançou hoje para o Switch.

Garden Story é um jogo de exploração, gerenciamento de recursos e ajudar amigos. O título da Picogram chega ano que vem para o Nintendo Switch.

Raji é um jogo de ação e aventura que explora a cultura milenar indiana. O título chegou hoje para o Switch.

Bear and Breakfast é um jogo onde um urso gerencia um negócio de hotelaria na floresta para humanos, com gerenciamento de recursos muito próximos a Don’t Starve. Lança em 2021.

A Short Hike é a primeira aventura do incomparável ROALD. Brincadeira. O carismático indie chegou hoje para o Nintendo Switch.

Haven é nosso título mais aguardado do ano. Dos desenvolvedores de FURI, Haven é uma aventura como nenhuma outra, mistura de RPG, visual novel, gerenciador de recursos, tudo criando uma experiência extremamente única que chega ainda esse ano no Nintendo Switch.

The Red Lantern foi anunciado em outra Nintendo Direct, mas reconfirmaram sua presença ainda este ano no console. Outro título aguardado!

Unrailed é um jogo de construção de ferrovias no estilo de voxel. Já possui uma demo hoje:

Para fechar o evento, House House anunciou que Untitled Goose Game agora terá modo de dois jogadores dia 23 de setembro!


Paper Mario: The Origami King – um refrescante título em um período de trevas

Paper Mario: The Origami King é anunciado para Switch - Nintendo ...

Paper Mario: The Origami King foi um título anunciado do nada com previsão de lançamento muito próxima no final do primeiro semestre de 2020, um ano basicamente interrompido pela pandemia do COVID-19, esta pandemia que afetou drasticamente a produtividade da Nintendo devido a falta de costume da empresa de trabalhar a distância e a política de cuidados maiores aos seus empregados em situações de crise.

O jogo rapidamente chamou atenção de fãs da série e novos jogadores, estes segundos principalmente pela falta de títulos anunciados pelo resto do ano. O mesmo apresentava uma tentativa de voltar à momentos anteriores da série (os últimos títulos foram grandes decepções para os fãs), mas ao mesmo tempo renovar a jogabilidade e trazer uma experiência nova com mecânicas de combate renovadas.

Depois que a série Mario & Luigi nasceu, a Nintendo tentou trazer um maior foco a esta no gênero de RPG que Paper Mario era conhecido por ter. Após Super Paper Mario no Nintendo Wii, a série ficou bem mais casual, focando no contexto de papel e simplificando a jogabilidade. O que acontece é que isso tirou o contexto e o feeling da série, e há anos os fãs aguardam um Paper Mario que verdadeiramente trouxesse de volta seus aspectos de RPG.

Kensuke Tanabe, produtor de Paper Mario, em entrevista, falou sobre como a franquia precisa estar sempre volátil, buscando novas fórmulas de jogabilidade, o que resultou nos últimos títulos sempre estarem mudando (não necessariamente para melhor). Também falou que desde Sticker Star é impossível que personagens novos sejam criados em séries fora a principal, apenas adaptados, limitando um pouco sua gama de trabalho, e de prontidão afirmou que talvez seja difícil agradar fãs que esperam de Paper Mario simples jogos de RPG.

Como de costume, fãs da série entraram em preocupação por tais afirmações. É natural que desenvolvedores busquem experiências renovadas, mas a que custo?

Esta análise foi feita com cópia concedida pela Nintendo.

Paper Mario: The Origami King foi um título lançado no começo de julho de 2020 pela Nintendo e a Intelligent Systems. O jogo é focado em aventura e quebra cabeças, com combate por turnos. Aqui, Mario é acompanhado de Olivia, irmã do maligno rei do Origami Olly (o vilão do jogo), em busca de salvar o reino dos cogumelos da invasão de Origami que converte todo e qualquer ser de papel em origamis com personalidade completamente distorcida. Ao longo do caminho Mario encontra antigos personagens da série, como Luigi e Bowser, assim como novos amigos que roubam a cena nos diversos momentos que aparecem.

Em Origami King, Olly não apenas sequestra a princesa Peach, como a transforma em um origami completamente distorcido e assustador que passa a trabalhar junto do mesmo para transformar todo o reino em um mundo ideal para os origami. Os dois roubam o castelo e colocam cinco muralhas voláteis presas a diferentes lugares do reino. Mario e Olivia devem então viajar para todos os cantos em busca de derrubar cada uma das muralhas e abrir caminho para o castelo e derrubar Olly de uma vez por todas.

Impressions finales de Paper Mario: The Origami King pour Nintendo ...

Ao se introduzir o objetivo, Mario não poupa tempo (apenas para um tutorial repetitivo e entediante). A história começa em uma Toad Town completamente destruída. Com ajuda de Olivia, Toads e lacaios de Bowser, Mario consegue reconstruir pouco a pouco do reinado que está sendo rapidamente destruído pelos origami. Aí entra a mecânica dos confete e a exploração. O protagonista possui uma bolsa de confete mágico que, ao ser jogado em lugares danificados, pode reconstruir caminhos, construções, passagens e mais.

Paper Mario™: The Origami King

Por todo o mapa também se encontram toads em apuros – é o reino dos cogumelos, afinal. Um dos objetivos do jogo se encontra em ajudar estes, seja desdobrando eles ou arrancando os mesmos de algum lugar que foram presos. Muitos destes vão ajudar Mario em sua jornada, dando presentes ou abrindo lojas e estabelecimentos que podem ajudar Mario a melhorar suas habilidades, seja por pontos de viagem rápida, loja de itens de combate, ou até coisas para progredir na história. Isto da ao jogador um verdadeiro senso de progresso e da um charme maior além de vida ao mundo que se explora.

Japão: confira as vendas de Paper Mario: The Origami King dentro ...

O mundo é constituído por grandes áreas abertas exploráveis, onde Mario deve fazer uma série de atividades para seguir adiante. Cada área possui um grande serpentina que serve de muro para o rei do origami, e é o objetivo do jogador derrubar cada uma delas. A história de cada área geralmente é entrelaçada a essa serpentina de forma bem explorada, apresentando personagens únicos mas não novos para os fãs (Toad #5403953409534 tem grande responsabilidade na área e guia Mario e seus amigos por lá). No meio disto tudo, Mario ajuda lacaios de Peach e Bowser como previamente discorrido, lutando contra origamis ao longo do caminho e resolvendo quebra cabeças.

Os puzzles neste título conseguem ser um grande “8 ou 80”. Felizmente o jogo não segura tanto a mão do jogador, mas ainda da uma boa direção do que fazer. Os puzzles do mundo conseguem ser bons desafios ao jogador, incentivando que cada lugar seja bem explorado – porém puzzles também se encontram no próprio combate do jogo, um dos aspectos mais polêmicos de Paper Mario.

O combate é realizado da seguinte maneira – Mario encontra com inimigo origami, batalha por turno se começa. Antes de poder atacar, é necessário que o jogador realize um puzzle. Os inimigos são dispostos ao redor de Mario em uma série de círculos – de forma que Mario deve girar e alinhar (com até três movimentos) para que um bônus de ataque seja disposto e ele possa usar suas armas e habilidades para derrotar os inimigos e prosseguir. Mario ganha moedas, estas que podem ser utilizadas para facilitar os puzzles de combate ou comprar itens ao longo do jogo que são de extrema importância para dar conta de inimigos e situações. O jogo também não possui pontos de experiência, o que para muitos é considerado uma falta de incentivo para o combate.

Paper Mario Origami King: What is the battle system? Everything ...

O problema em si não é a falta de XP, muito menos as moedas. As moedas até funcionam como experiência no jogo, vide os equipamentos de melhoria que podem ser adquiridos com as mesmas e suas diversas funcionalidades – o maior problema no combate encontra-se no puzzle obrigatório. Apesar de serem repetitivos, muitas vezes eles prolongam batalhas que deveriam ser rápidas. Em muitos momentos no jogo Mario é obrigado a abrir caixas ou portas para progredir, mas em várias delas encontram-se inimigos origami. Se descuidar, múltiplos inimigos invadem o campo de batalha, necessitando de múltiplas soluções de puzzle de batalha para os derrotar, o que muitas vezes acaba prolongando batalhas contra inimigos simples que poderiam ser derrubados com 1-hit, mas, devido a falta do bônus de alinhamento, precisam de múltiplos turnos para serem derrotados. Isso tudo faz com que o puzzle de alinhamento fique forçado, um desafio artificial que traz quase zero benefícios para o jogador, algo que na metade do jogo já se tornou algo cansativo e indesejado, levando o jogador a simplesmente fugir do maior número de batalhas possível, salve bosses ou batalhas que envolvem desafios do mundo, principalmente pela abundância de moedas que o resto do jogo o proporciona.

As batalhas contra chefes, por outro lado, são extremamente bem desenvolvidas e possuem um “puzzle de alinhamento inverso”. Aqui, Mario é o lacaio, estando nos anéis e precisando alinhar um caminho (que agora possui obstáculos). É necessário que se planeje a rodada, diferentemente de combate comum, para que não se leve grande porcentagem de dano. Alguns chefes conseguem fazer dano a vida máxima, dando ainda maior preocupação a defesa e recuperação dessa vida antes que seja tarde. Outros conseguem recuperar a vida baseado nos pedaços do próprio corpo que caem no mapa, momento oportuno para Mario usar das artes de dobradura de Olivia para dar dano massivo.

Olivia é uma verdadeira estrela no combate do jogo. Monstros elementais costumam ser encontrados antes dos chefes principais aqui, estes que foram transformados em origami e quando derrotados, permitem que Olivia use transformações nos próprios monstros e dar dano elemental nos inimigos. Além disso, existe uma técnica de dobradura no próprio Mario que o permite que aumente seus braços e use controle de movimento para tanto dar dano massivo nos inimigos quanto abrir caminho nos mapas (Olivia também pode ser usada no mapa).

O jogo também conta com companheiros, previamente comentados, além de Olivia. Cada um possui diferentes funções, geralmente acompanhando Mario em regiões diferentes – Bobby o Bomb-omb, Professor Toad, entre outros – estes que também auxiliam Mario no combate, mas de maneira relativamente simplória. Por outro lado, suas participações na história são verdadeiramente importantes, dando maiores dimensões ao que é contado e maior vida as demais “raças” que existem no jogo.

Os visuais de Origami King conseguem ser uns dos mais bem trabalhados no Nintendo Switch. Os conceitos e texturas de papel e materiais de arte são muito bem representados nesse mundo 2.5D, com uma distinção muito bem feita entre papel e origami. A ambientação do jogo é extremamente rica e variada, com cidades bem construídas e movimentadas, campos ricos e misteriosos e cavernas milenares cheias de perigos. Chega-se a considerar spoiler mostrar algumas das áreas foras dos trailers, então evita-se nesta análise a exibição das mesmas. A trilha sonora também é extremamente bem colocada, dos temas de batalha a temas de personagens e ambientes.

PROS:

  • Exploração de mundo extremamente rica;
  • Personagens simples porém marcantes;
  • Colecionismo;
  • Visuais e som extremamente bem desenvolvidos;
  • Mecânicas de dobradura;
  • Batalhas contra chefes.

CONS:

  • Puzzles em batalhas contra lacaios;
  • Repetitividade;
  • Tutoriais lentos e desnecessários;
  • Segunda metade do jogo arrastada.

PLATAFORMAS:

  • Nintendo Switch (chave concedida por Nintendo).

NOTA: ☕☕☕☕

Paper Mario: The Origami King é uma grande melhoria em uma franquia que estava verdadeiramente judiada. Apesar de seus defeitos, o jogo é uma grande experiência no Nintendo Switch, obrigatória para fãs de Mario e jogos de aventura.

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Shantae and the Seven Sirens é o ápice da franquia

Shantae é uma franquia antiga. Tendo seu primeiro título no Game Boy Color em 2002, a série de metroidvania focado em transformação da personagem foi a longo prazo construindo um dos títulos mais sólidos dos últimos anos, ressurgindo com um leve reboot da série. Em seu mais recente título, inicialmente lançado para Apple Arcade, Shantae and the Seven Sirens é o ápice da franquia, dominando com maestria todos os seus conceitos apresentados até hoje, com um mundo aberto e rico de segredos para se explorar.

WayForward celebrates a monumental 30 years as a studio

Seven Sirens começa com Shantae e seus amigos indo tirar férias numa ilha paradisíaca misteriosa. Lá, ocorre um festival “Meio-Gênio”, no qual Shantae é convidada a participar. Coisas ruins acontecem, suas férias são interrompidas e ela é convencida a resgatar as novas personagens que foram sequestradas. Cada “Meio-Gênio” tem um poder especial diferente, no qual, ao serem resgatadas, emprestam o dito poder para a protagonista, expandindo suas habilidades e transformações, consequentemente abrindo caminhos novos e explorando o cada vez mais profundo subterrâneo misterioso da ilha.

O jogo conta com um elenco poderoso de personagens bem dublados por nomes relativamente bem conhecidos, como Karen Strassman de Fire Emblem, Cristina Valenzuela de Pokémon e Miraculous Ladybug e Laura Stahl de Promised Neverland. Este elenco é rico e carismático, com personagens dos mais variados tipos cuja presença na história é mais que vital. Nunca Shantae foi tão expansivo, tanto trabalhando seu elenco antigo quanto com novos personagens igualmente importantes, estes personagens que vieram a vida inclusive com animações de corte muito bem elaboradas, contendo trabalho até do lendário estúdio TRIGGER (Tengen Toppa Gurren Lagann [sim], Darling in the FRANXX, Kill La Kill).

A arte do jogo teve um leve redesign, principalmente de personagens e trabalhos estáticos. A arte in-game se manteve relativamente a mesma, com melhorias gráficas, porém um pouco incompatível com a nova arte conceitual do jogo (ambas as artes são de altíssima qualidade, porém não são muito compatíveis entre si). As melhorias artísticas do jogo incluem cenário mais dinâmico, com maior movimentação dos elementos do mapa, além de belíssimos efeitos de luz. O jogo ocasionalmente apresenta animações estranhas e mal sincronizadas com efeitos sonoros, mas são em momentos muito específicos, onde podem ser melhorados com atualizações.

Falando em arte, é imprescindível comentar sobre a trilha sonora deste título. Apesar de não contar com Jacob Kaufman na composição (responsável desde SEMPRE), Seven Sirens contou com Kentaro Sakamoto, Mark Sparling, Madeline Lim e Gavin Allen, trazendo uma das melhores trilhas da série. Com músicas que vão de chiptune a cantadas, esse jogo é frenético a todo momento, dando uma dinâmica muito compatível a velocidade da jogabilidade.

A jogabilidade permanece a mesma, porém troca algumas danças por “fusões”, separando as transformações de Shantae em duas categorias. Isso traz uma velocidade maior ao jogador pra poder explorar o cenário, indo direto ao ponto nas transformações mais utilizadas e dando um glamour maior as transformações mais poderosas, estas que estão chocantes e muito bem colocadas no jogo.

GETTING THE FUSION STONE AND USELESS OBJECT Shantae and The Seven ...

Além das principais fusões, o jogo adicionou uma inédita nova forma de “transformação”. Ao derrotar mobs, mini-bosses, bosses e outros inimigos, existe uma pequena chance de Shantae adquirir cartas destes respectivos monstros. Estas cartas são colecionáveis, podendo ser trocadas ou vendidas, e dão melhorias passivas as habilidades pré-existentes de Shantae. É permitido equipar 3 simultaneamente e a variedade de cartas não é pequena. Isto da uma dinâmica ainda melhor ao combate do jogo e lembra muito os broches de Hollow Knight, estes que mais próximo do final do jogo se tornam indispensáveis.

Shantae and the Seven Sirens - All Monster Cards - YouTube

O level design deste jogo é excelente. Com inúmeros segredos, o jogador pode perder incontáveis horas explorando o mapa e colecionando cartas, upgrades e outros. Quanto mais habilidades a protagonista possuir, maior o desafio do jogo, começando pelas lutas contra as “sirens”, as verdadeiras vilãs da ilha misteriosa que perseguem moradores e causam discórdia nas profundezas. Há tempos sentia-se falta de inimigos tão carismáticos quanto esses em jogos do gênero e o título não deixa a desejar. O jogo vai provocando o jogador com alfinetadas surpresa que podem fragilizar o progresso de desavisados. Após conseguir todas as habilidades disponíveis, a dificuldade é elevada ao extremo e apresenta um verdadeiro desafio de run and guns, como Azure Striker Gunvolt e Megaman (incluindo uma espécie de boss rush). Apesar disto, algumas batalhas no jogo se provam ser apenas um teste de resistência e frustram mais que desafiam.

PROS:

  • Jogabilidade renovada;
  • Metroidvania com louvor;
  • Elementos de run and gun aumentam o desafio;
  • Trilha sonora nova;
  • Ambientação variada, exploração bem realizada;
  • Colecionismo.

CONS:

  • Bugs ocasionais;
  • Arte ocasionalmente incompatível.

PLATAFORMAS:

  • Apple Arcade (plataforma analisada);
  • Nintendo Switch;
  • PC (plataforma analisada, chave concedida por Wayforward);
  • PlayStation 4;
  • Xbox One.

NOTA: ☕☕☕☕☕

Shantae and the Seven Sirens é o ápice da franquia, realizado com maestria exaltando tudo que a mesma tem a oferecer. Um dos metroidvanias mais importantes dos últimos anos, é um título obrigatório para fãs do gênero e uma excelentíssima porta de entrada. Todas as melhorias exaltam a importância da franquia e os toques especiais de mãos como as do Studio Trigger só elevam Shantae a um novo patamar.