Algumas semanas atrás a Riot Games apresentou as novas skins da coleção Guardiães Estelares do League of Legends.
Os personagens que receberão as skins da coleção Guardiões Estelares 2019 serão: Xayah, Rakan, Zoe e Neeko (esta última que receberá edição de prestígio).
Hoje a Riot Games soltou um curta excepcionalmente bem animado baseado na coleção, ao som da nova música do Hiroyuki Sawano, acompanhado de Gemie!
As novas skins estarão disponíveis no dia 12 de setembro.
Animes do gênero slice of life sempre tem um lugar especial no nosso coração.
Na minha adolescência, obras como Lucky Star, K-On e Azumanga Daioh foram essenciais para formar meu gosto pessoal e me fazer dar risadas em momentos de cansaço e tristeza. Até hoje, este gênero querido tem a mesma função pra mim: trazer um pouco de luz quando meu coração está pesado.
Assim sendo, eu constantemente busco novas obras do gênero e, em minha última busca, encontrei uma menção no Twitter sobre uma obra tranquila, divertidinha e agradável: Hitoribocchi no Marumaru seikatsu (“A Vida de Hitori Bocchi” ou “A vida que se vive só”, em tradução livre.
Hitoribocchi, para simplificar, é originalmente um mangá da autoria de Katsuwo, que foi lançado em 2013. A adaptação para anime surgiu em 2019, no formato comum de 12 episódios, animado pelo estúdio C2C. A história acompanha Hitori Bocchi (nome derivado da expressão japonesa “hitoribocchi”, que significa “completamente só” em tradução livre), uma garota tímida que precisa mudar de escola e se afastar da única melhor amiga, Kai-chan. Kai decide “terminar” a amizade das duas e diz a Bocchi que só voltará a ser sua amiga se Bocchi conseguir conquistar a amizade de todos os seus novos colegas de turma. A estratégia de Kai é para que Bocchi tenha uma motivação de fazer novos amigos, apesar da timidez e ansiedade social da menina. Assim, acompanhamos Bocchi e sua personalidade sensível em sua jornada para conhecer e conquistar novos amigos, o que ela consegue com muito esforço, lágrimas e… vômito. A pobre Bocchi acaba vomitando quando fica muito nervosa, ou seja, sempre que precisa conversar com desconhecidos.
O ritmo no qual a obra se desenvolve é tranquilo e confortável, com muito espaço para o desenvolvimento da amizade entre as personagens. Uma à uma, Bocchi vai conquistando novas amigas e, interagindo com elas, a protagonista se desenvolve e cria mais confiança. Os episódios em sua maioria focam na vida escolar das meninas, com poucos dedicados à passeios ou algo do gênero. Assim, o passo constante da obra, tal qual a própria vida, é um sopro de tranquilidade nas nossas rotinas tão corridas. É um tranquilizante para a inquietude.
O esforço de Bocchi para superar suas dificuldades e cumprir a promessa feita à melhor amiga é inspirador. Totalmente consciente de sua fraqueza, mas persistente em continuar tentando, apesar das adversidades, ela segue em frente com o coração cheio de esperança. Todos que já passaram por situações semelhantes ou que possuem algum nível de ansiedade social se relacionarão com esta jornada e os percalços que compõe nossas tentativas de crescer e sair da zona de conforto.
Se você busca um anime leve, com a dose certa de emoção e comédia, considere conferir Hitoribocchi no Marumaruseikatsu, disponível completo no Crunchyroll. A obra tem um efeito “anti-depressivo” que provavelmente afastará até mesmo as bads mais pesadas e fará um sorriso brotar no canto do seu rosto.
O anime Death Note traz diferentes formas de se estudar a sociedade em que vivemos.
Seus personagens e a atmosfera em que estão imersos leva ao público questionar o seu arredor. Em cada momento da série traz diferentes aspectos que refletem nossa realidade. Uma das principais discussões que traz é a respeito da justiça e o valor da vida humana. A personificação desses sentimentos podem ser vistos em seus dois protagonistas.
A trama do anime se inicia quando Raito (Light) encontra o caderno da morte do shinigami Ryuko. O caderno dava a possibilidade a Raito de matar suas vítimas ao escrever o nome delas no caderno. Entretanto tinha certas condições para que isso se concretiza-se, o dono do caderno teria que saber o nome e o rosto da vítima. Ao saber dessas informações, Raito decide usar o caderno para atingir uma utopia onde somente as pessoas puras poderiam gerar uma coexistência frutífera para a humanidade. A ideia de purificar o mundo exterminando qualquer tipo de ação que ele considerasse como impróprio a sua visão. Com isso, Raito dedicou seus primeiros meses com o caderno para matar prisioneiros e criminosos que apareciam na tv como forma de alcançar seu ideal, mas suas ações não passaram despercebidas.
Quando o número de mortes chegou a um momento crítico a Interpol passou a investigar o caso. O detetive que seria responsável pelas investigações era conhecido como L. Ninguém sabia seu verdadeiro nome e raramente aparecia em público. Ele era considerado o melhor detetive do mundo por conta de sua inteligência e sua sofisticada habilidade de dedução. No momento em que tomou as rédeas do caso ele conseguiu desvendar que o assassino estava no Japão e se ofereceu pessoalmente a ajudar a polícia japonesa no caso.
L estava disposto a capturar o assassino a qualquer custo em nome da justiça. A partir deste o momento o anime se tornou um combate entre essas duas visões sobre justiça e o valor das vidas humanas.
O embate protagonizado por esses dois personagens mostra os dilemas enfrentados atualmente. A contínua sensação de evolução que ao mesmo tempo alimenta suas contradições com o crescimento das desigualdades sociais levou a sociedade a questionar se essa realidade poderia ser alcançadas. Esses fatores deixaram as pessoas descrentes e inaptas a pensarem a uma forma de contornar isso. O aumento da sensação de violência tanto nos conflitos do cotidiano quanto em grandes guerras mecanizadas destacam essa sensação de desolação. No meio deste sentimento, o personagem Raito tenta tirar proveito com o caderno de Ryuko.
Raito se considerava o garoto mais inteligente do Japão e muitos o viam como o futuro do país. Esse cenário fortalecia Raito a buscar a fazer as coisas à sua maneira. Ele possuía um grau de psicopatia e manipulava todos ao seu redor. Quando se deparou com o caderno viu como uma oportunidade de moldar o mundo ao seu bel-prazer. Para purificar o mundo de todo o sofrimento viu como solução assassinar todos aqueles que possuíam transtornos mentais e histórico de violência. Somente com a limpeza dessas pessoas poderia trazer esperança novamente a humanidade. As ações de Raito formou uma legião de seguidores que compartilham essa visão de mundo. A medida que Raito matava mais pessoas o defendia justificando suas ações para o bem comum.
No momento em que L surge na trama ele traz aquela concepção clássica de justiça. Oposta a percepção justiceira de Raito, ele acredita no trabalho das instituições para realizar a verdadeira justiça, aquela em que os fatos são julgados de forma imparcial com intuito de promover uma decisão justa sem que cada lado da ação seja beneficiada. Dentro desta percepção, L procura todos os meios legais para provar que Raito está por trás dos assassinatos. Desde o início ele sabia que Raito era o culpado mesmo assim nunca tomou uma medida precipitada. Em todas as ocasiões, L buscou investigar todos os aspectos em torno de Raito para produzir evidências esclarecedoras. Enquanto Raito apelava para a violência para impedir qualquer avanço nas investigações, L sempre procurou jogar limpo para alcançar a qualquer custo a justiça.
Essa relação entre os dois personagens evidenciam a complexidade do momento em que vivemos. Enquanto alguns buscam a justiça com as próprias mãos outros insistem em almejá-la por meios legais. No fundo todos querem justiça mas a forma de chegar até ela é o grande divisor dentro da sociedade.
A obra em nenhum momento procura julgar a moral dos personagens. A ausência deste fator torna suscetível ao espectador analisar de forma mais ampla as ações dos personagens sem cair em obstáculos morais. A intuição por trás disso está na possibilidade de discutir estas questões que geralmente passam despercebidas ou não são comentadas no dia a dia.
A série pode servir de exemplo para questionar a realidade em que vivemos que a cada momento a violência está sendo normalizada no cotidiano sendo usado até pelos nossos representantes como justificativas para solucionar problemas. Em situações como essas tornam o sentimento de viver algo instável e vazio, o que permite o florescimento de cenários de conflitos dentro do cotidiano. Nesse período tão confuso, o sentimento de justiça precisa ser discutido para alcançarmos uma sociedade mais justa e valorizar a vida humana.
O anime de Dr. Stone é uma adaptação da obra homônima dos mangás que até a data deste texto está no seu 117º capítulo, produzido e animado pelo renomado estúdio TMS que fez obras como Detective Conan, Lupin e também o mundialmente aclamado Akira.
A animação ficou impecável, sem dúvida umas das animações mais bonitas da atualidade, junto com Shingeki no Kyojin, Violet Evergarden, Kimi no na wa, entre outros, tudo isso junto de uma equipe de dublagem espetacular com nomes como o dublador de Senkuu Ishigami, Yūsuke Kobayashi que deu voz a personagens como Subaru de Re:Zero e Arthur Boyle de Fire Force.
O Anime conta a história de Senkuu e outros personagens que estavam vivendo sua vida colegial normalmente, quando alguns pássaros começaram a aparecer petrificados, e logo depois um raio desconhecido de cor esmeralda tomou proporções gigantescas e transformou todos os humanos do planeta em pedra. Mesmo estando em estado petrificado alguns tinham completa consciência, mas alguns não conseguiram manter e acabaram caindo num sono eterno. 3700 anos depois, por alguma motivo misterioso, Senkuu conseguiu despertar nesse novo mundo tomado pela floresta (ao estilo de Nier Automata).
A história conta com uma quantidade incrível de Ciência e Física que deixaria qualquer episódio de Jimmy Neutron no chão, impossível assistir um episódio e não aprender algo novo e ficar curioso pra saber o que Senkuu irá inventar em seguida. O anime é fiel a todas as reproduções de invenções que ele faz, todos os seus componentes, é algo realmente magnífico de se assistir, porém não é apenas a ciência e física por trás das invenções de Senkuu que prende ao anime, mas a trama deste primeiro arco em si, o anime por enquanto está caminhando a passos pequenos, desenvolvendo os personagens aos poucos, mas o que este arco irá trazer no futuro será uma trama muito bem feita, que irá fazer com que você queira assistir o próximo episódio imediatamente.
O anime está disponível através da plataforma de streaming Crunchyroll e sua primeira temporada terá 24 episódios. Esta PRÉVIA de análise foi feita baseada nos sete primeiros episódios e será atualizada uma vez que a temporada se concluir.
Initial D é uma obra altamente conhecida por conta das referências em outras obras por conta do icônico carro do protagonista, o Toyota AE86 e por conta do gênero musical eletrônico Eurobeat que acompanha a série e embala as corridas por ter um ritmo frenético e empolgante que dá as corridas da obra um “Q” a mais aumentando a carga dramática no momento em que os personagens fazem os movimentos para realizarem a manobra do Drift. Dito isso, vale lembrar também que a obra é muito lembrada por conta dos memes com o Eurobeat, porém, Initial D é uma obra muito além disso tudo.
A obra tem um desenvolvimento incrível de personagens, uma grande construção de mundo a partir da quarta temporada. Detalhes técnicos sobre motores e seus componentes, codinomes de carros, técnicas de direção e pilotagem, além de todo o drama e romance envolvendo os personagens, principalmente o protagonista pois isso é algo muito importante para o crescimento e desenvolvimento dele em determinado momento da obra.
O autor, Shuichi Shigeno, é muito conhecido também por fazer mangás de romances e, em suas obras focadas em carros e automobilismo, ele fez questão de dar um ar diferente a elas colocando esses dramas e romances que são elementos que dão um contraste enorme com os temas corrida e automobilismo. Além de muito bem feitos e que fogem dos clichês que vemos por aí em várias obras. Initial D pode até ser conhecido por conta das corridas mas só quem assistiu sabe que os relacionamentos na obra são tão fortes quanto.
Por isso, você, leitor que não assistiu Initial D e só o conhece de memes, referências e Eurobeat, fica a recomendação de que assista o anime. Ele tem 5 temporadas denominadas “estágios” e um OVA que complementa o quinto estágio e encerra a obra, sendo esse chamado de “Final Stage”. Também existem 4 filmes que são um remake da obra inteira, apesar de não serem recomendados para a primeira contemplada.
O motivo que tornou tão popular a série foi justamente os temas discutidos entre os personagens. Os assuntos envolviam questões filosóficas e psicológicas. A forma que os criadores abordaram esses tópicos foi em torno da relação dos “Anjos”, espécie não-humana que ataca a terra, e os humanos, que pilotam mechas denominados de EVA para derrotar os Anjos. Dentro deste conflito é destacado a percepção do protagonista, Shinji, diante deste embate.
O jovem Shinji Ikari é um dos personagens mais bem construídos do anime. Ao decorrer dos eventos retratados na série, suas emoções e conflitos internos são explorados com exaustão. Durante as situações de perigo que vivencia, ele reflete sobre a experiência de vida que teve até aquele momento. Nessas ocasiões, ele passa a superar os fantasmas de seu passado. Shinji, durante sua trajetória foi marcado por vários traumas. Sua mãe desapareceu quando era criança e logo depois deste episódio seu pai o abandonou. Deste este episódio, Shinji passou a perder interesse nas pessoas a seu arredor. Esses traumas durante a infância passaram a marcar o personagem. Quando em um momento oportuno seu pai o convoca para pilotar a unidade EVA, ele pensa que esse seria o momento ideal de reconciliação, mas seu pai tinha outros interesses. Seu pai, Gendo Ikari, tinha como propósito colocar em prática seu projeto de instrumentalização humana.
O pai de Shinji tinha o comando do centro de operações da NERV, organização criada para derrotar os “Anjos”. Seu objetivo era abater 17 anjos para ativar o projeto de instrumentalização humana. Essa iniciativa tinha como propósito juntar toda a essência humana em um único corpo. Dessa maneira a humanidade estaria mais resistente para enfrentar um novo horizonte sem sofrimento ou perdas. A necessidade de juntar a essência humana em um único corpo estaria na eliminação da individualidade de cada ser humano. Eliminado as barreiras que separam cada indivíduo, “AT Field”, os atritos causados pelas diferenças de cada ser seriam eliminadas. Tornar a raça humana uma só seria a única forma de garantir a sobrevivência humana para o futuro, segundo a visão de Gendo. Diante dessa situação, o anime busca questionar a maneira que é lidado lessa essência que faz cada ser humano ser único. Através dos olhos de Shinji torna possível enxergar essa questão. Depois de todos esses traumas no passado, ele passa questionar sua presença no mundo. Os abandonos que sofreu na infância o faz refletir sua relevância dentro da sociedade. Seu sofrimento o faz isolar de todos como forma de evitar a criação de futuras mágoas. Essa angústia do personagem é levado até o momento derradeiro do anime onde deve decidir o futuro da humanidade.
No momento em que Gendo consegue colocar em prática a instrumentalização da humanidade, Shinji acaba sendo envolvido e recebe a oportunidade de decidir não só seu destino mas como da sociedade como um todo. O jovem Shinji tinha em suas missões a árdua tarefa de escolher o prosseguimento da instrumentalização ou salvar a humanidade impedindo-a de continuar nesse projeto. Neste momento do anime, o protagonista passou a refletir sobre os relacionamentos que construiu até aquele instante. Quando percebeu que os sentimentos desenvolvidos com sua equipe de pilotos da EVA, ele viu que tinha construído um laço social bem sólido. Suas discussões com a Asuka Langley, a familiaridade do rosto de Rei Anayami e a forma que Misato Katsutagi lhe acolheu durante sua jornada foram fortes fatores que Shinji pudesse superar aquele passado de mágoas e impedir a consolidação da instrumentalização humana. Para Shinji, o que fazia a espécie humana ser única era a forma que a diferença entra cada indivíduo era um fator crucial para formar laços emocionais.
A forma que o anime aborda a questão de individualidade leva a refletir sobre muitas questões. Pela abordagem feita na série, possibilita que essa questão é colocado a tona para discutir sobre depressão. Os conflitos emocionais de Shinji e sua busca de se colocar dentro da sociedade são situações vivenciadas por muitas pessoas. Pelo fato dessas questões serem abordadas no anime contribui para sua receptividade com o público. A discussão desse problema e as formas apresentadas para contorna-la durante a série fez com que tornasse relevante até os dias de hoje.