Archives: 11 de Junho, 2020

Persona 5 Royal – Phantom Thieves roubaram meu coração

*Este texto não contém spoilers para o jogo*

É difícil sequer saber como começar um texto sobre esse jogo, estou escrevendo logo após terminar o game com um total de 150 horas. Meu objetivo jamais seria converter essas 150 horas de gameplay em 10 minutos de leitura, mas sim, demonstrar o porque dele ser tão precioso, único e merecer uma chance de todas as pessoas que tenham um PlayStation 4 em suas casas.

Antes de mais nada, gostaria de reiterar que essa leitura – NÃO – é uma review e sim uma carta de amor minha para, não só ao jogo em si, mas para todos os fãs.

Eu nunca fui muito fã de JRPGs, seja por serem muito longos, seja por não me fisgarem ou por qualquer outro motivo. Isso mudou quando joguei Fire Emblem Three Houses (Exclusivo de Nintendo Switch lançado em 2019) que fez com que eu abrisse novos horizontes para o gênero, o que depois me levou a Final Fantasy, Octopath Traveler, Dragon Quest e etc. Um pouco depois disso, numa promoção da PSN, eu comprei Persona 5 “Vanilla” mas ficou eternamente no meu backlog, sem nunca nem sequer ter sido aberto.

Foi assim até Maio desse ano, quando meu site de games favorito, Jogabilidade, lançou um Dash Podcast sobre Shoji Meguro, compositor de Persona. As músicas tocadas no podcast foram amor à primeira ouvida. Nunca antes havia ouvido trilhas sonoras tão únicas e incríveis quanto aqueles, fiquei embasbacado e boquiaberto a cada nova música citada, principalmente as de Persona 5 que me chamaram ainda mais atenção. Afinal de contas, uma de minhas paixões (além dos de games) é a música, já que estudei produção musical. Sendo assim, uma boa trilha sonora sempre me fisga.

Após terminar de ouvir o podcast, estava determinado a iniciar, finalmente, minha história por Persona 5. Fiz um tweet sobre e um grande amigo meu, Ghash, sugeriu me emprestar sua conta para poder jogar o Royal ao invés do Vanilla. Aceitei de bom grado e assim começou, ali, o que veio a se tornar uma das melhores experiências com entretenimento de minha vida. O jogo começa num Casino, você está na pele de Joker, codinome utilizado durante o game, já que o nome real do seu personagem é você mesmo quem escolhe. Naquele momento a música é a primeira coisa que já te mostra o clima do jogo. Está tocando Life Will Change, minha música preferida de toda trilha, e você já sente que aquilo não será igual nada que você já viveu antes. É uma música com um baixo criminoso de tão bom que te faz querer começar a dançar assim que ela inicia. Se o groove dessa trilha não te fizer dançar no lugar em nenhum momento do jogo, eu não sei o que vai. É simplesmente contagiante.

Voltando a introdução, você está sendo guiado por seus comparsas, cujo o jogador nada sabe sobre. Após algumas batalhas e muita corrida, nosso protagonista foge do Casino de forma extremamente estilosa e…

Vai preso.

O policial apenas nos diz que alguém do nosso time nos traiu. Nós somos levados a um bunker da polícia no subsolo onde nos torturam para arrancar informações. Lá adicionamos nosso nome e começa de vez a história, com Joker sendo interrogado por Sae Niijima. O jogo basicamente vai se passando em sua maior parte assim, Joker contando os acontecimentos que o levaram até ali para Sae. E nosso maior anseio durante toda a gameplay é chegar naquele momento do início do game e descobrir o que irá se suceder após sermos presos e o que deu errado para chegarmos nessa posição. Essa é a intro do game e é o máximo que falarei de história.

O jogo tem um sistema de batalha por turnos, o que eu amo de paixão, já que é um gênero que gosto tanto e sinto falta de bons jogos do estilo atualmente. Ele é um sistema completamente dinâmico e apesar de muito complexo, ainda é feito com maestria e muita simplicidade na escolha do layout. Você que não é fã de combate por turnos, definitivamente deveria dar uma chance para Persona 5, ele é muito mais dinâmico que qualquer outro game do tipo que já joguei (E acreditem, eu joguei muitos Turn-Based Strategy).

Com tudo isso dito, podemos, finalmente, entrar no assunto principalmente desse texto:

Por que Persona 5 Royal é um jogo importante, principalmente na época que estamos vivendo? Estamos em época de isolamento social, então além do motivo óbvio de Persona 5 Royal ser, além de um JRPG, um social simulation, já faz ele ser um jogo muito atrativo como escapismo, além do altíssimo número de horas. Mas não é isso que quero falar aqui. Persona 5 Royal definitivamente me trouxe lições e mensagens que levarei por toda vida, e também não estou falando apenas das aulas e o que aprendemos juntamente ao nosso protagonista nelas, estou falando de algo muito mais profundo. Esse jogo passa a mensagem de mudar corações com desejos distorcidos, sejam quais forem esses desejos, nesse sentido, Persona 5 Royal conseguiu roubar meu coração. Eu há muito tempo estava me isolando cada vez mais das pessoas que julgo importantes para mim e dos laços que criei, comecei a virar uma pessoa muito fria, evasiva e extremamente antissocial. Algo que antes passava longe de ser. Desprezava o verdadeiro significado de laços entre um e outro e qualquer tipo de comunicação humana que não fosse através de tecnologia e com minha família.

Persona 5 Royal no entanto conta histórias de amizades e, principalmente, laços tão fortes que me fez repensar sobre cada uma de minhas ações. Em um tempo que estamos presos em casa sem podermos sair para encontrarmos as pessoas que amamos, é importante demais não nos esquecermos o que nos faz ser quem somos, nossos laços. Seja com um ente querido, seu amado ou amada, sua família e etc. Nossos laços são o que nos fazem o que realmente somos. É o que nos torna indivíduos propriamente ditos. Eles criam questionamentos, emitem respostas, incentivam, te levantam, e você faz o mesmo por eles. Um jogo jamais fez eu sentir tão forte o quanto isso é importante e nada poderia me fazer realizar esse fato como a história escrita aqui o faz.

Por que Persona 5 Royal faz isso? Se você jogou, já sabe a resposta, se você não jogou, eu não posso contar, ou estragaria a sua experiência. Claro que não é só isso que o jogo faz bem. A mensagem que ele te passa sobre dificuldades, corrupção, a sociedade como um todo, são paradoxos absurdos e algo que eu nunca esperava ver tão bem contado quanto vi por aqui. A história é tão bem amarrada que ela consegue misturar um plot interessantíssimo, personagens carismáticos e mensagens ousadas que pouca gente tem coragem de contar como eles contam.

Claro que não é mil maravilhas e tem seus defeitos, como tudo nesse mundo, nada é perfeito; o jogo mesmo passa essa mensagem. Alguns arcos mal contados ou arrastados e até mesmo deslocados acontecem, mas são uma IMENSA minoria. Talvez você não jogou até hoje por preguiça, por falta de dinheiro ou tempo, ou até mesmo por não gostar do gênero. Independentemente de seus motivos, não poderia recomendar mais do que já fiz durante esse texto, você – realmente – deveria jogar Persona 5 Royal assim que puder.Talvez tudo isso seja muito abstrato para você e não faça sentido, mas garanto que quando você iniciar, ouvir a música, batalhar e conhecer os personagens, tudo fará sentido.

Assinado: The Phantom Thieves of Hearts.


IGN Expo Day 1 – Confira as novidades

IGN Expo: Second Extinction - World Premiere Gameplay Revealed ...

Devido a pandemia cancelando vários eventos presenciais e aglomerações ao redor do mundo, várias empresas na indústria de jogos começaram a organizar eventos digitais para anunciar seus projetos. Uma das iniciativas veio da IGN apresentando a Summer of Gaming, um evento espalhado durante vários dias contendo novidades, gameplay e entrevistas. Algumas das novidades foram:

Chivalry 2 – Cross-gen e Cross play (PS4, PS5, XBO, XSX, PC)

Alex Kidd in Miracle World DX – O retorno de um clássico

Demon Turf – XBO, XSX, Epic, Steam, NSW

Observer System Redux – Gameplay com comentário

Mortal Shell – Beta anunciado para 3 de Julho


Persona 4 Golden pode ser o anúncio da Atlus guardado para PC Gaming Show

The PC Gaming Show returns this Saturday with more than 50 games ...

No contexto das apresentações da E3, a PC Gaming Show era uma das menores conferências e geralmente ignorada por muitos. Esse ano porém, foi prometido algumas surpresas para a conferência. Nas palavras do Editor Chefe da PC Gamer:

Nós não vamos apenas mostar uma chamada ZooM com alguns jogos nele, nós queremos que esse seja um momento único e divertido para PC gaming. Nossa prdução arranjou novas formas de contar histórias sobre jogos sendo feitos para PC, e acreditamos que o resultado vai exceder a expectatica dos jogadores de PC.

Evan Lahti, – Editor Chefe da PC Game4

Listando 28 colaboradores no evento, a presença da Atlus entre eles chamou a atenção já que o único jogo deles a ser portado para PC foi Catherine de 2011, e aparentemente o anúncio será sobre um port de Persona 4 Golden que será disponibilizado na Steam. Apesar de nada confirmar que esse é definitivamente o anúncio que a Atlus tem guardado, várias fontes corroboram a idéia, junto com Persona 3.

https://pbs.twimg.com/media/EaGPlB0U0AAYJjv?format=jpg&name=small

Vale lembrar, mesmo com os rumores tendo bastante forças ainda são rumores. Anúncios oficiais serão feitos dia 13 de Junho as 3:00 PM em horário de Brasília, na conferência da PC Gaming Show. A lista de desenvolvedoras participantes e os jogos confirmados que serão mostrados é:

  • 2K Games (Mafia: Definitive Edition)
  • Amazon Games (New World)
  • Atlus
  • Battlestate Games (Escape From Tarkov)
  • Bossa Studios (Surgeon Simulator 2)
  • Brace Yourself Games
  • Coffee Stain Studios
  • DONTNOD
  • Funcom
  • FJRD
  • Frontier Developments
  • Glumberland (Ooblets)
  • Humble Games
  • New Blood Interactive
  • Merge Games
  • Modus Games
  • Mythical
  • Perfect World (Torchlight 3, Remnant: From the Ashes)
  • The Wandering Band
  • Rebellion
  • Red Sails Team
  • Rocketwerkz
  • ROCKFISH Games (Everspace 2)
  • SEGA
  • Tripwire Interactive
  • WolfEye Studios (Weird West)
  • XSEED Games
  • Yaza Games

“Grande surpresa” da Sega será relacionada a fliperamas.

Games em arcades ainda vivem sua glória no Japão | Games | Ambrosia

Fliperamas (ou Arcades) estão praticamente extintos na nossa comunidade de jogos atual. Não somente no Brasil, mas em todo o ocidente já que na nossa situação é muito mais barato e conveniente ter um console de mesa. No Japão porém, os fliperamas resistiram por muito mais tempo já que estavam atrelados a boa parte de sua cultura e rotina diária, mas mesmo assim estão entrando em risco de desaparecer e não somente por causa da pandemia de COVID-19 (apesar de ser um fator contribuente). E como uma das gigantes nesse mercado, não é de se surpreender que a Sega iria tomar atitudes para tentar reverter a situação.

Um artigo vazou algumas informações do que esperar, o anúncio será sobre “Fog Gaming”, um servidor unificado de fliperamas usando as várias CPUs e GPUs de várias máquinas como um servidor “backend”, o foco é o mínimo de latência (lag) possível e o uso comercial será utilizar os fliperamas fora do horário comercial.

Apesar de ser um grande anúncio, é um que só vai causar um verdadeiro impacto no Japão e seus Arcades. A partir da meia noite de hoje teremos o anúncio oficial pela revista Famitsu junto com mais detalhes.


[Café com Colonos] – Gunstar Heroes

Gunstar heroes é um jogo de tiro em plataforma desenvolvido pela Treasure e distribuído pela Sega exclusivamente para o saudoso Mega Drive, em 1993.

Esse foi o primeiro título da consagrada Treasure que lançou diversos títulos marcantes para o console de 16-bit da Sega, como Dynamite Headdy e Alien Soldier. O estúdio foi formado por um grupo de talentosos desenvolvedores da Konami que estavam insatisfeitos com a companhia por priorizarem a produção de sequências de títulos já consagrados ao invés de inovar criando novas PI’s. Eles viram uma grande oportunidade na Sega em produzir os títulos que almejavam e acabaram assinando um contrato de exclusividade com a empresa para seus futuros jogos.

O grande diferencial de Gunstar Heroes na época foi ter utilizado ao máximo o Blast Processing do Mega Drive. A utilização desse recurso permitiu criar cenários de ação frenética com muitos elementos na tela. Outro aspecto notável foram os efeitos visuais operados no jogo. A variedade de animações empregadas simultaneamente por cada personagem na tela junto com a sensação de profundidade simulando uma ambientação tridimensional são fatores que impressionam até os dias de hoje. Esse título foi tão influente no seu gênero que inspirou franquias consagradas como Metal Slug, da SNK.

As animações e movimentos dos chefes impressionaram na época.

O enredo começa quando o deus da destruição, Golden Silver, decide destruir a lua e a terra. O esquadrão Gunstar, formado por Red, Blue, Green, e Yellow, conseguem impedir os avanços de Golden Silver e para evitar um possível retorno, o esquadrão sela o seu corpo na lua e esconde as gemas que davam energia a ele em um local secreto na Terra. Depois dessa árdua batalha, o esquadrão decide descansar em câmaras de Criogenia. Séculos depois, uma nova ameaça acomete sobre a terra. A organização “Empire” liderada pelo general Grey, decide ir atrás das gemas de Golden Silver. A equipe de Grey vai até a lua atrás das gemas, mas acabam encontrando as cápsulas de criogenia onde os Gunstar estavam descansando. Dr. Brown acorda os Gunstar e para a surpresa do esquadrão Green tinha desaparecido. O doutor contou que Green havia sido levado anteriormente por Grey para realizar experimentos psíquicos no jovem com intuito de induzi-lo a servir como instrumento do general para encontrar as gemas. Preocupados, a equipe Gunstar alertou o doutor Brown que se o general Grey tiver êxito em juntar as gemas, o terrível deus da destruição vai ressuscitar e continuar seu plano de extermínio. Brown ficou espantado com a ambição de Grey e decide desertar da organização para auxiliar os Gunstar em sua missão de derrotar a organização “Empire” e recuperar novamente as gemas antes que elas acordem Golden Silver novamente.

Red durante uma sessão de tiros frenéticos durante o primeiro estágio.

Um dos destaques do jogo é o fator surpresa durante a campanha. Cada fase possui situações e ritmos diferentes. Isso inclui na jogabilidade que apresenta mecânicas incomuns para jogos de tiro em plataforma.

A jogabilidade não foge muito do padrão observado nos outros jogos do mesmo gênero. O protagonista é capaz de andar, pular, dar rasteira e atirar de forma frenética em tudo que vê pela frente. O diferencial de Gunstar Heroes é a possibilidade de fazer combinações com as armas disponíveis no jogo. Existem quatro tipos: Force, Lightning, Chaser e Flame. Force dispara tiros de forma consecutiva. Lightning é eficaz contra alvos de longa distância, Chaser são balas que perseguem os alvos, e Flame é mais apropriado para alvos de curta distância. É possível realizar dezesseis combinações diferentes e a graça do jogo consiste no jogador experimentar a combinação ideal para cada tipo de chefe.

Existe a possibilidade de jogar toda a campanha de forma cooperativa com outro jogador. Os personagens jogáveis são o Red e o Blue. O jogador 1 assume Red enquanto o jogador 2 assume Blue. Durante a campanha, a Yellow somente auxilia os dois junto com o Dr.Brown. Uma das particularidades desse título são seus continues infinitos, o que era raro neste período.

Ação cooperativa contra o segundo chefe que assumiam diferentes formas durante a batalha. Interessante notar que ele apresenta distintas feições a cada jogatina, o que contribui no elemento surpresa do jogo.

A trilha sonora é um destaque a parte. A composição de Kazuo Hanzawa trouxe melodias frenéticas para impulsionar a adrenalina do jogador nas cenas de ação e arranjos mais suaves para as cinemáticas entre as fases.

Gunstar Heroes é um jogo imperdível de Mega Drive. Sua jogabilidade única e fases criativas o tornou um clássico que serviu de inspiração e referência no gênero tiro em plataforma. Anos mais tarde ganhou uma ganhou uma sequência espiritual para o Gameboy Advance chamado Gunstar Super Heroes.

PROS:

  • Jogabilidade divertida e frenética;
  • Situações inusitadas;
  • Plano sequência diversificado;
  • Trilha sonora incrível;
  • Efeitos visuais impressionantes;
  • Gráficos avançados para época.

CONS:

  • Duração curta.

NOTA:☕️☕️☕️☕️☕️

PLATAFORMAS:

  • Sega Mega Drive
  • Sega Game Gear
  • Nintendo 3DS
  • Nintendo Switch (Plataforma jogada)
  • Playstation 2
  • Playstation 3
  • Playstation 4
  • Xbox 360
  • Xbox One
  • Microsoft Windows
  • IOS
  • Android

Gunstar Heroes é um jogo imperdível de Mega Drive. Sua jogabilidade única e fases criativas o tornou um clássico que serviu de inspiração e referência no gênero tiro em plataforma


VirtuaVerse – um bom cyberpunk, um não tão bom Point and Click

Luzes de neon, poluição, chuva, implantes cibernéticos. Agora sabemos que os clássicos de cyberpunk imaginados nos anos 80 nunca acontecerão – porque evoluímos além deles, apenas de uma maneira menos espetacular. Para todos os efeitos, somos ciborgues devido à nossa dependência da tecnologia. Temos supercomputadores, mas em vez deles implantados em nossos cérebros, os carregamos em nossas mãos. Estamos conectados em todo o mundo, mas, em vez de entrar em uma matriz sombria por meio de um plug-in de pescoço, podemos fazer login na Internet de praticamente qualquer lugar. Quanto à poluição, exceto por alguns idiotas que estão no caminho do progresso, o mundo se esforça para não ter carbono no futuro, para que não tenhamos céus escuros derramando chuva ácida sobre nós. Dito isto, ainda há espaço para a ficção cyberpunk à moda antiga e a aventura em Point and Click VirtuaVerse certamente parece e soa bem.

É a velha história. Garoto conhece garota, garoto namora garota, garota desaparece, garoto procura garota. Não é tão simples, porém, como nosso protagonista, o hacker de hardware Nathan, tem que salvar o mundo de uma IA maligna que deseja apagar a percepção da humanidade como ela é (ou é o que parece). Nathan enfrenta os becos encharcados de chuva e iluminados por néon da cidade grande, procura boates e covis de hackers, visita florestas tropicais, cemitérios abandonados de hardware e postos militares antes de finalmente chegar à fronteira final.

VirtuaVerse é um amálgama de clichês de cyberpunk transformado em uma amálgama de clichês clássicos de aventuras em Point and Click. A interface do usuário é tão simples quanto clicar com o mouse sobre pontos ativos em segundo plano ou os itens de inventário para examinar ou usar objetos. Nathan tem um fone de ouvido de realidade virtual aumentada que, quando clicado, permitirá que ele veja coisas fora do intervalo normal de percepção para obter um efeito puro, à medida que hologramas tremeluzentes e mensagens criptografadas aumentam a sobrecarga sensorial. Tudo isso é jogado contra pixel art retro-consciente, rico e robusto e a trilha sonora estridente de chiptune.

Fica evidente que os desenvolvedores são grandes fãs de aventuras em Point and Click clássicas, mas, infelizmente, parece que eles foram cegados por sua fé. Em vez de alcançar a verdadeira alma e coração do gênero, eles têm apenas superficialmente uma cópia de qualquer aventura Point and Click do passado. Como resultado, não há profundidade nem propósito reais no jogo; o enredo é fraco, não há história emocionante para falar ou personagens para se preocupar. O jogador está constantemente mal motivado para continuar.

As coisas não são ajudadas pelo personagem principal, Nathan, que na ausência de personalidade relacionável e verdadeira, parece um sociopata. Para atingir seus objetivos, ele não hesitará em causar conscientemente danos graves a outras pessoas, arruinando suas vidas e até matando-os. É um tipo de comportamento que eu não espero de um herói de aventura Point and Click e, francamente, fala sobre a atitude imatura que o jogo absorve. Opiniões esporádicas e forçadas sobre a retro cultura e o hardware não são um bom personagem. É sempre uma má idéia canalizar suas próprias opiniões através dos personagens e, mais ainda, fazê-los lembrar constantemente o que há de errado na distopia que o jogo representa, em vez de realmente mostrá-lo. Algumas tentativas de humor surgem como embaraçosamente juvenis.

Os numerosos quebra-cabeças no caminho de Nathan não são tão desafiadores quanto absurdos. Para ser justo, a maioria dos jogos de aventura do passado tinha o mesmo problema, tornando-o quase uma marca registrada do gênero, mas os melhores tinham o sentido de expressar, pelo menos vagamente, possíveis cursos de ação (“Eu acho que eu deveria pegar aquela garrafa de rum. Agora, como faço para conseguir? ”). Você acaba fazendo as coisas e pegando itens apenas porque pode, não porque sabe o porquê. Quando você se aventura através de inúmeras telas ou até mesmo áreas (há uma viagem rápida de moto e mais tarde, através de um ônibus de turismo da banda cuja carreira Nathan conseguiu destruir) e tentou de tudo, tudo acabou, todos os quebra-cabeças serão resolvidos . Fazer isso não fará com que você tenha nenhum momento eureka, mas provavelmente o deixará perplexo.

Muitas vezes, resolver um quebra-cabeça pode desbloquear uma opção de diálogo em outro lugar que aprofundará a história, mas, novamente, você não saberá exatamente por que e quem é a parte interessada, a menos que você volte e fale com todo mundo novamente. Em épocas como essa (e muitas delas), não há um senso real de progresso no jogo, mas apenas um preenchimento para torná-lo mais longo. Quanto mais o jogo avança, mais os enigmas ficam obscuros. Quando os créditos finais rolaram sobre um final bastante previsível (que deveria ser algum tipo de reviravolta), fica uma sensação de algo inacabado no jogador.

As modernas aventuras de Point and Click, como Thimbleweed Park e Irony Curtain, tinham uma dose saudável de auto-ironia que as elevava cabeça e ombros acima da colheita habitual de aventuras retro-conscientes. VirtuaVerse parece tão presunçoso e imaturo em comparação. Em vez de uma consciência pós-moderna, o jogo está encharcado na velha escola que recria meticulosamente que o impede de ser uma grande aventura. É verdade que pode ter sido uma escolha de design consciente, mas muito teimosa, já que os jogos evoluíram por uma razão.

PROS:

  • Gráficos em pixelart bem feitos;
  • Ambientação cyberpunk bem convincente.

CONS:

  • Protagonista sem carisma;
  • Lenta evolução da narrativa;
  • Puzzles com soluções sem sentido;
  • Narrativa genérica.

NOTA: ☕️☕️☕️

Enquanto a apresentação do VirtuaVerse certamente se encaixa na proposta do título, em outros pontos o jogo está muito enraizado nos quebra-cabeças ilógicos, na escrita rasa e na caracterização clichê dos anos 80.